Dili, 20 Feb.(AKI) - A leading political rival of East Timor president Jose Ramos-Horta says his shooting is being misused to intimidate and discredit his political party.
Mari Alkatiri, secretary-general of the Fretilin party, said that the police investigation into last week's assassination attempt was being misused.
Fretilin, or the Revolutionary Front for an Independent East Timor, is currently the main opposition party to prime minister Xanana Gusmao’s government coalition.
Alkatiri’s was speaking after Fretilin parliamentarian, Jose Teixeira, was taken to Dili police headquarters for questioning in conjunction with the shooting of Nobel peace laureate Ramos-Horta, now recovering in an Australian hospital.
"This is political persecution – Teixeira is an effective media spokesman and someone in authority wants to shut him up," said Alkatiri in a statement.
"It is a disgraceful attempt to politicise the police force and use the investigation into the shooting of the president for party political gain," he added.
Jose Teixeira, minister for energy in the former Fretilin government, said six car loads of armed Timorese police took him from his home on Tuesday night
"They had no warrant for my arrest and the operation apparently was conducted without the knowledge of the senior police investigating officer," Teixeira said.
"I was released after a protest from Alkatiri."
Teixeira also said that he was not interrogated by the police and was told that “the questioning would take place on Wednesday.”
The former minister said that he may consider legal action.
Several local publications have hinted at a possible Fretilin role behind the attacks against Ramos-Horta and Gusmao. The latter was targeted in a separate, but apparently, coordinated attack on the same day.
Fretilin strongly denied the allegation and called for an international investigative team to investigate what happened on the morning of 11 February.
Rebel military leader Alfredo Reinado first came to prominence in 2006, when 600 soldiers - a third of East Timor's army - mutinied after complaining of discrimination and poor pay and conditions.
When the men were dismissed by the then prime minister Alkatiri, gunfights broke out with loyalist police and troops. Reinado became the rebels' leader, fleeing Dili and taking to the hills.
UN police and Australian peacekeepers have been searching for renegade soldiers accused of trying to kill Ramos-Horta and prime minister Gusmao.
Timorese brigadier general Matan Ruak has already demanded an explanation as to how the international forces failed to prevent rebels from reaching the homes of Ramos-Horta and Gusmao.
Tradução:
Tiros contra o Presidente usados para desacreditar opositores, afirma rival
Dili, 20 Fev.(AKI) – Um líder politico rival do presidente de Timor-Leste José Ramos-Horta diz que os tiros contra ele estão a ser mal usados para intimidar e desacreditar o seu partido político.
Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin, disse que a investigação da polícia à tentativa de assassínio da semana passada estava a ser impropriamente usada.
A Fretilin, ou a Frente Revolucionária para Timor-Leste Independente, é correntemente o principal partido da oposição ao governo de coligação do primeiro-ministro Xanana Gusmão.
Alkatiri falava depois do deputado da Fretilin, José Teixeira, ter sido levado para a sede da polícia de Dili para interrogatório em conjunção com os tiros contra o laureado do Nobel Ramos-Horta, agora a recuperar num hospital Australiano.
"Isto é perseguição política – Teixeira é um porta-voz eficaz para os media e alguém autoritariamente quer calá-lo," disse Alkatiri numa declaração.
"Esta é uma desgraçada tentativa para politizar a força da polícia e usar a investigação aos tiros contra o presidente para ganhos político partidários," acrescentou.
José Teixeira, ministro para a energia no antigo governo da Fretilin, disse que seis carros cheios de policias Timorenses armadas o levaram da sua casa na Terça-feira à noite
"Eles não tinham nenhum mandato para me capturarem e aparentemente a operação foi conduzida sem o conhecimento do oficial de topo da polícia de investigação," disse Teixeira.
"Fui libertado depois dum protesto de Alkatiri."
Teixeira disse ainda que não foi interrogado pela polícia que lhe disse que “o interrogatório ocorrerá na Quarta-feira.”
O antigo ministro disse que poderá considerar uma acção legal.
Várias publicações locais têm insinuado um possível papel da Fretilin por detrás dos ataques contra Ramos-Horta e Gusmão. O ultimo foi visado num separado, mas aparentemente coordenado ataque no mesmo dia.
A Fretilin negou fortemente a alegação e exigiu uma equipa internacional de investigação para investigar o que aconteceu na manhã de 11 Fevereiro.
O líder amotinado Alfredo Reinado tornou-se famoso em 2006, quando 600 soldados – um terço das forças armadas de Timor-Leste – se amotinaram depois de se queixarem de discriminação, salários baixos e condições.
Quando os homens foram demitidos pelo então primeiro-ministro Alkatiri, rebentaram tiroteios entre tropas e polícias. Reinado tornou-se o líder dos amotinados, fugindo de Dili e indo para as montanhas.
Polícias da ONU e tropas Australianas têm andado à procura dos soldados desertores acusados de tem tentado matar Ramos-Horta e o primeiro-ministro Gusmão.
O brigadeiro general Timorense Matan Ruak já exigiu uma explicação em como é que as forças internacionais falharam na prevenção dos amotinados alcançarem as casas de Ramos-Horta e Gusmão.
quarta-feira, fevereiro 20, 2008
President shooting used to discredit opponents, claims rival
Por Malai Azul 2 à(s) 19:54
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
4 comentários:
Tradução:
Tiros contra o Presidente usados para desacreditar opositores, afirma rival
Dili, 20 Fev.(AKI) – Um líder politico rival do presidente de Timor-Leste José Ramos-Horta diz que os tiros contra ele estão a ser mal usados para intimidar e desacreditar o seu partido político.
Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin, disse que a investigação da polícia à tentativa de assassínio da semana passada estava a ser impropriamente usada.
A Fretilin, ou a Frente Revolucionária para Timor-Leste Independente, é correntemente o principal partido da oposição ao governo de coligação do primeiro-ministro Xanana Gusmão.
Alkatiri falava depois do deputado da Fretilin, José Teixeira, ter sido levado para a sede da polícia de Dili para interrogatório em conjunção com os tiros contra o laureado do Nobel Ramos-Horta, agora a recuperar num hospital Australiano.
"Isto é perseguição política – Teixeira é um porta-voz eficaz para os media e alguém autoritariamente quer calá-lo," disse Alkatiri numa declaração.
"Esta é uma desgraçada tentativa para politizar a força da polícia e usar a investigação aos tiros contra o presidente para ganhos político partidários," acrescentou.
José Teixeira, ministro para a energia no antigo governo da Fretilin, disse que seis carros cheios de policias Timorenses armadas o levaram da sua casa na Terça-feira à noite
"Eles não tinham nenhum mandato para me capturarem e aparentemente a operação foi conduzida sem o conhecimento do oficial de topo da polícia de investigação," disse Teixeira.
"Fui libertado depois dum protesto de Alkatiri."
Teixeira disse ainda que não foi interrogado pela polícia que lhe disse que “o interrogatório ocorrerá na Quarta-feira.”
O antigo ministro disse que poderá considerar uma acção legal.
Várias publicações locais têm insinuado um possível papel da Fretilin por detrás dos ataques contra Ramos-Horta e Gusmão. O ultimo foi visado num separado, mas aparentemente coordenado ataque no mesmo dia.
A Fretilin negou fortemente a alegação e exigiu uma equipa internacional de investigação para investigar o que aconteceu na manhã de 11 Fevereiro.
O líder amotinado Alfredo Reinado tornou-se famoso em 2006, quando 600 soldados – um terço das forças armadas de Timor-Leste – se amotinaram depois de se queixarem de discriminação, salários baixos e condições.
Quando os homens foram demitidos pelo então primeiro-ministro Alkatiri, rebentaram tiroteios entre tropas e polícias. Reinado tornou-se o líder dos amotinados, fugindo de Dili e indo para as montanhas.
Polícias da ONU e tropas Australianas têm andado à procura dos soldados desertores acusados de tem tentado matar Ramos-Horta e o primeiro-ministro Gusmão.
O brigadeiro general Timorense Matan Ruak já exigiu uma explicação em como é que as forças internacionais falharam na prevenção dos amotinados alcançarem as casas de Ramos-Horta e Gusmão.
E quando e que o Indonesio Longuinhos Montado vai mandar a Policia averiguar se realmente o Xanana sofreu alguma emboscada? Com peritos militares nao saxonicos! Quais armas usadas! Quem lhe deu boleia para Dili! Se Xanana estava todo cagado, dado que diz ter-se escondido na selva, conforme escrito em jornais Australianos! Averiguar tambem por que ha contradicao naquilo que ele contou e aquilo que a BUIBERE Kristina contou! Aonde foi realmente o ataque! Se houve realmente fogo cerrado!
Fogo cerrado? Talvez a percepcao do Xanaroo sobre fogo cerrado e a de que quem fez fogo, fe-lo com balas serradas, isto e, balas sem chumbo, aquelas que so fazem cagacal e mais nada! E de fabrico Kanguroo! Averiguar se e por esta razao que ele e os membros da sua comitiva se safaram todos! Milagre ne?
BALAS FALSAS
Do Expresso-Online:
10h31 20/02/08 - Ex-ministro da Fretilin ouvido na Polícia Nacional
O ex-ministro dos Recursos Naturais e deputado da Fretilin José Teixeira disse à Lusa que prestou hoje na Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) "esclarecimentos" sobre os ataques de 11 de Fevereiro contra José Ramos-Horta e Xanana Gusmão.
José Teixeira explicou que foi ouvido "pelos inspectores nacionais e da UNPol (Polícia das Nações Unidas)", que "não tinham conhecimento" das razões que levaram elementos da Task Force, uma unidade especial da polícia timorense, a irem buscá-lo a casa na tarde de terça-feira sem qualquer mandado.
"Eles (inspectores) não sabiam e apenas tive conhecimento de que não havia ordem do Ministério Público nem da parte dos investigadores", disse ao salientar que não foi constituído arguido e que se trata de declarações no âmbito das investigações aos ataques contra o Presidente da República e o primeiro-ministro.
José Teixeira acrescentou ainda estar "convencido" que as informações que prestou "foram suficientes", mas escusou-se a dar qualquer detalhe sobre a conversa com os investigadores.
O ex-ministro e deputado da Fretilin - que neste momento tem o mandato suspenso - foi levado terça-feira por agentes da Task Force para o quartel-general da PNTL, em Díli, pouco depois das 19:00 (10:00 em Lisboa).
"Não tinham mandado nem conseguiram explicar, quando chegámos ao quartel-general, o que pretendiam de mim, para além de dizer que alguém precisava de me fazer umas perguntas porque eu era acusado de conspiração", explicou o ex-ministro em declarações à Lusa pouco depois de regressar a casa ainda na noite de terça-feira.
O secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, afirmou à Lusa no próprio dia em que José Teixeira foi levado que este episódio "é uma acção de perseguição e intimidação escudada no estado de sítio", decretado na sequência do duplo ataque contra José Ramos-Horta e Xanana Gusmão.
Mari Alkatiri disse na altura ter telefonado ao comandante interino da PNTL, Afonso de Jesus, e ao comandante operacional, Mateus Fernandes, e que "nenhum deles soube explicar a razão por que levaram o deputado José Teixeira".
"Julgo que José Teixeira teria ficado a 'dormir' na Polícia se eu não tivesse telefonado" para os comandantes, afirmou então Mari Alkatiri, ex-primeiro-ministro.
Foram infrutíferas as tentativas da Lusa para obter uma explicação do incidente junto da PNTL e da Procuradoria-Geral da República.
10h14 20/02/08 - Agentes do FBI sob comando "directo" do PGR
Os agentes do FBI (polícia federal norte-americana) que chegaram hoje a Timor-Leste "vão estar sob comando directo da Procuradoria-Geral da República" timorense, afirmou o embaixador dos Estados Unidos em Díli.
Hans George Klemm explicou que os agentes do FBI "chegaram hoje a Díli" e são todos "especialistas em investigação criminal, sem capacidades específicas dentro da equipa".
"São indivíduos altamente qualificados em todas as áreas de investigação criminal, incluindo medicina legal", explicou Hans George Klemm à imprensa, no final de um encontro em Díli com o Presidente da República interino, Fernando "La Sama" de Araújo.
O diplomata norte-americano explicou que a presença dos agentes do FBI responde a um pedido de Timor-Leste, na sequência dos ataques contra o Presidente da República, José Ramos-Horta, e o primeiro-ministro, Xanana Gusmão.
"A semana passada, encontrei-me com Fernando 'La Sama' depois do seu regresso (de Portugal) a Timor-Leste e comuniquei-lhe o choque dos Estados Unidos por aquilo que o Presidente (norte-americano, George W.) Bush considerou um ataque contra a democracia timorense", explicou o diplomata.
"Nessa ocasião, o Presidente 'La Sama' perguntou se era possível ter ajuda para o Procurador-Geral da República investigar os culpados dos ataques. Estou muito orgulhoso que os Estados Unidos tenham respondido tão depressa", referiu o embaixador norte-americano.
"Os agentes do FBI começarão a trabalhar amanhã (quinta-feira) com o Procurador-Geral Longuinhos Monteiro", acrescentou.
A 11 de Fevereiro, José Ramos-Horta foi ferido a tiro com gravidade durante um ataque contra a sua residência em Díli, em que foi morto o major Alfredo Reinado, e Xanana Gusmão escapou ileso a uma emboscada na estrada de montanha entre a sua residência, em Balíbar, e a capital timorense.
O embaixador norte-americano não quis adiantar o número de agentes do FBI presentes em Timor-Leste, mas outras fontes diplomáticas ocidentais afirmaram à Agência Lusa que se trata de três agentes provenientes do "escritório" de Los Angeles do FBI.
"Os agentes do FBI ficam em Timor-Leste por tempo indeterminado", explicou o embaixador dos Estados Unidos.
Transcrição por não estar online:
Revista Única, 16/02/08
Mário Crespo
Conheci Ramos-Horta em 1985 em Nova Iorque. Foi-me apresentado pelo Presidente Ramalho Eanes na sessão de abertura da Assembleia Geral da ONU. O general Eanes tinha feito agendar nos chamados encontros bilaterais uma reunião com “representantes de Timor-Leste” ignorando as hesitações e o conformismo reinante em Lisboa com a ocupação da Indonésia. O encontro realizou-se. Eu, pela primeira vez, entrevistei um timorense. Ouvi de Horta manifestações de fá inquebrantável na luta pela independência da colónia que ainda era de Portugal com um mandato para a administração das Nações Unidas. Perguntei-lhe como é que ali estava a falar com Presidentes da República se a ONU não reconhecia a sua existência. Mostrou-me credenciais diplomáticas que o davam como funcionário da Embaixada de Moçambique na ONU. Samora Machel ainda era vivo e o apoio à independência de Timor e à Fretilin era política externa moçambicana. Para contornar obstáculos criados pelos Estados Unidos, Machel tinha incluído timorenses na sua própria representação.
Washington e Jacarta são pesos poderosos na ONU que se movimentavam com um à-vontade esmagador conseguido com dólares na carpete vermelha do Corredor dos Delegados entre uma inspiradora tapeçaria da “Guernica” de um lado e a espantosa vista de Nova Iorque do outro. Era ali que se compravam os votos que conseguiram atrasar a independência de Timor-Leste várias décadas. Não sei ao certo o que se terá passado no Corredor dos Delegados mas o facto é que, logo que o processo de independência se formalizou, a ONU ignorou a força legal da Potência Administrante e nomeou um representante do seu quadro de funcionários para conduzir a transição. Com Portugal à margem, veio a Austrália, o petróleo do Timor Gap e a instabilidade. Tenho um livro com uma dedicatória de Ramos-Horta que ele me deu em 1994. Ainda não tinha recebido o Prémio Nobel e entrava na ONU pela porta dos turistas para defender Timor-leste. O livro chama-se “Amanhã em Díli”. É uma história do que foi a sua luta no exílio em que quando conseguia chegar ao Corredor dos Delegados havia sempre alguém que lhe pedia dinheiro por um voto ou alguém que lhe oferecia dinheiro para se calar de vez.
Na altura em que escrevo esta coluna estou a reler o livro de José Ramos Horta. Espero voltar a vê-lo Amanhã em Díli.
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