CADA VEZ MAIS XANANA ESTÁ SOB FORTES SUSPEITAS DE CABALA

Timor - QUE CONSEQUÊNCIAS SE FOR VERDADE?
Blog OPINIÃO LUSÓFONA
Terça-feira, 19 de Fevereiro de 2008

Por ALDER PINOCA

Os mistérios adensam-se em Timor-Leste e as dúvidas sobre a veracidade das descrições de atentado à vida de Xanana Gusmão estão a contribuir para a elaboração de um figurino que nos conduz a suspeições da construção de uma cabala por parte do próprio, sua mulher, Kirsty, e alguns dos que têm acompanhado aquela figura carismática timorense no desenrolar desta crise.

Alegou Xanana Gusmão ter sido vítima de um atentado à sua vida quando se deslocava de automóvel, seguido de atentado aos familiares em sua casa, mais de uma hora depois de Alfredo Reinado ter sido morto e quase uma hora após a tentativa de assassinato do Presidente Ramos Horta, sériamente baleado e que continua em estado grave num hospital australiano, em Darwin.

Frequente é percebermos que existem algumas contradições em tudo que Xanana e a mulher afirmam, se compararmos com as observações posteriormente feitas pelos elementos da GNR que acorreram à residência do primeiro-ministro Xanana, à observação dos automóveis e às declarações de Gastão Salsinha, militar do grupo de Alfredo Reinado que é acusado por Xanana e mulher de ter atentado contra as suas vidas.

Afirma Salsinha que não. Que não atacou Xanana Gusmão, nem a sua casa ou seus familiares.

Observações preliminares demonstraram que os efeitos visíveis nos carros da segurança de Xanana e do próprio, alegadamente emboscados, não correspondem à descrição de “fogo pesado”, contrariando como descreveu o ataque de que diz ter sido vítima.

Também a GNR, que foi “libertar” a família de Xanana, em Balibar, na sua residência, não se apercebeu da presença de nenhum grupo atacante nem de disparos que Kirsty diz ter havido.
Em tudo isto existe inúmeras incongruências compatíveis com um cenário conducente ao envolvimento de Xanana Gusmão no assassinato de Alfredo Reinado e muito provavelmente à tentativa de assassinato de José Ramos Horta. Há que dizê-lo, com todas as letras e firmemente.

Ser suspeito não é crime, crime é comprovar-se que as suspeitas tiveram pernas para andar. Comprovar-se que afinal as suspeitas não eram infundadas.

Todos sabemos do eventual benefício para Xanana por Reinado estar morto e não poder complementar e provar as acusações que lhe vinha fazendo sobre a sua autoria no “golpe de estado” de 2006 e respectivas consequências. Já não se compreende muito bem o atentado a Ramos Horta, apesar de ter surgido uma nova consideração a fazer: o seu governo estava demitido a partir do final deste ano e em 2009 iriam realizar-se novas eleições…

Coisas mesquinhas? Quem sabe?

Publicada por Alder Pinoca