domingo, abril 20, 2008

Presidente timorense quer que partidos discutam hipótese de eleições antecipadas em 2009

Ramos-Horta regressa com “dores persistentes” mas “fisicamente preparado”
Público, 16.04.2008 - 19h28
Adelino Gomes

Mal chegue a Timor-Leste, amanhã, às 08h00 (início da madrugada em Lisboa), José Ramos-Horta assumirá, de imediato, as funções presidenciais, detidas interinamente, desde o atentado de 11 de Fevereiro, pelo Presidente do Parlamento, Fernando “Lasama” de Araújo. “Fisicamente estou preparado, eu diria, a 80/90 por cento. Ainda tenho dores persistentes, resultado dos nervos que foram afectados e que levam tempo a sarar. Emocionalmente, só posso dizer depois de regressar”, declarou ao PÚBLICO, num contacto telefónico horas antes de partir de regresso a Díli.

A sua prioridade, no regresso à chefia do Estado timorense, é a de continuar o diálogo com todas as forças parlamentares, interrompido há oito semanas por um atentado que o obrigou a submeter-se a várias intervenções cirúrgicas, primeiro num hospital de campanha do contingente australiano estacionado em Timor-Leste e posteriormente num hospital em Darwin.

“Vou continuar o diálogo e tenho a certeza de que chegaremos a um consenso”, disse referindo-se em concreto à exigência de eleições antecipadas, feita pela Fretilin à AMP (Aliança para a Maioria Parlamentar, no poder].

Interrogado sobre o que dirá ao povo timorense e aos deputados timorenses, quando chegar a Díli, Horta disse que felicitará, em primeiro lugar, o Presidente interino “pela dignidade e serenidade com que assumiu as rédeas do país”, bem como “os deputados e partidos políticos que têm sabido manter-se unidos, apesar de umas trocas de insinuações, e em particular o povo timorense”.

Ramos-Horta salientou que “ao contrário do que aconteceu em muitos países, que imediatamente caíram em guerra civil, as instituições do Estado em Timor-Leste continuaram a funcionar” e que “não houve qualquer incidente desde a tentativa de assassinato” de que foi alvo.

Díli em festa

O Governo de Timor-Leste deu tolerância de ponto até às 10h30 e convidou a população a ir para a rua, para saudar o regresso de José Ramos-Horta. A capital timorense preparou-se para receber o presidente “condignamente”, disse uma moradora ao PÚBLICO. Para além de “grandes cartazes com foto a desejar-lhe bom regresso”, as ruas “esburacadas” estavam a ser reparadas. “especialmente a estrada da Areia Branca [onde se situa a residência privada do chefe do Estado], que está a ser asfaltada de novo.” No local, a segurança era “apertada”, com a casa a ser “passada a pente fino”, assim como as redondezas.

“Amanhã, ninguém vai lembrar-se que ainda vigora o estado de emergência na cidade! É dia de festa”, disse a mesma moradora.

À chegada, Ramos-Horta dará uma conferência de imprensa de 30 minutos no aeroporto Nicolau Lobato, devendo deslocar-se depois ao Parlamento Nacional, para uma intervenção de 5 minutos, a anteceder outra maior na próxima segunda-feira.

Antes de partir para Díli, Horta jantou com familiares, depois de, ao almoço, ter orado com o bispo luterano norueguês e membro do Comité Nobel, Gunnar Stalsett, informou o enviado da agência Lusa, Pedro Rosa Mendes.

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Traduções

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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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