Ramos-Horta regressa com “dores persistentes” mas “fisicamente preparado”
Público, 16.04.2008 - 19h28
Adelino Gomes
Mal chegue a Timor-Leste, amanhã, às 08h00 (início da madrugada em Lisboa), José Ramos-Horta assumirá, de imediato, as funções presidenciais, detidas interinamente, desde o atentado de 11 de Fevereiro, pelo Presidente do Parlamento, Fernando “Lasama” de Araújo. “Fisicamente estou preparado, eu diria, a 80/90 por cento. Ainda tenho dores persistentes, resultado dos nervos que foram afectados e que levam tempo a sarar. Emocionalmente, só posso dizer depois de regressar”, declarou ao PÚBLICO, num contacto telefónico horas antes de partir de regresso a Díli.
A sua prioridade, no regresso à chefia do Estado timorense, é a de continuar o diálogo com todas as forças parlamentares, interrompido há oito semanas por um atentado que o obrigou a submeter-se a várias intervenções cirúrgicas, primeiro num hospital de campanha do contingente australiano estacionado em Timor-Leste e posteriormente num hospital em Darwin.
“Vou continuar o diálogo e tenho a certeza de que chegaremos a um consenso”, disse referindo-se em concreto à exigência de eleições antecipadas, feita pela Fretilin à AMP (Aliança para a Maioria Parlamentar, no poder].
Interrogado sobre o que dirá ao povo timorense e aos deputados timorenses, quando chegar a Díli, Horta disse que felicitará, em primeiro lugar, o Presidente interino “pela dignidade e serenidade com que assumiu as rédeas do país”, bem como “os deputados e partidos políticos que têm sabido manter-se unidos, apesar de umas trocas de insinuações, e em particular o povo timorense”.
Ramos-Horta salientou que “ao contrário do que aconteceu em muitos países, que imediatamente caíram em guerra civil, as instituições do Estado em Timor-Leste continuaram a funcionar” e que “não houve qualquer incidente desde a tentativa de assassinato” de que foi alvo.
Díli em festa
O Governo de Timor-Leste deu tolerância de ponto até às 10h30 e convidou a população a ir para a rua, para saudar o regresso de José Ramos-Horta. A capital timorense preparou-se para receber o presidente “condignamente”, disse uma moradora ao PÚBLICO. Para além de “grandes cartazes com foto a desejar-lhe bom regresso”, as ruas “esburacadas” estavam a ser reparadas. “especialmente a estrada da Areia Branca [onde se situa a residência privada do chefe do Estado], que está a ser asfaltada de novo.” No local, a segurança era “apertada”, com a casa a ser “passada a pente fino”, assim como as redondezas.
“Amanhã, ninguém vai lembrar-se que ainda vigora o estado de emergência na cidade! É dia de festa”, disse a mesma moradora.
À chegada, Ramos-Horta dará uma conferência de imprensa de 30 minutos no aeroporto Nicolau Lobato, devendo deslocar-se depois ao Parlamento Nacional, para uma intervenção de 5 minutos, a anteceder outra maior na próxima segunda-feira.
Antes de partir para Díli, Horta jantou com familiares, depois de, ao almoço, ter orado com o bispo luterano norueguês e membro do Comité Nobel, Gunnar Stalsett, informou o enviado da agência Lusa, Pedro Rosa Mendes.
domingo, abril 20, 2008
Presidente timorense quer que partidos discutam hipótese de eleições antecipadas em 2009
Por Malai Azul 2 à(s) 01:54
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
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