Presidência da República
DR. JOSÉ RAMOS-HORTA
POR OCASIÃO DA condecoraçÃO
DO SUB-AGRUPAMENTO BRAVO
DA GUARDA NACIONAL REPUBLICANA
DÍLI, 18 DE ABRIL DE 2008
Presidência da República
Senhor Presidente do Parlamento Nacional
Senhor Vice-Primeiro-Ministro
Senhor Ministro dos Negócios Estrangeiros
Senhor Representante Especial do senhor Secretário-Geral das Nações Unidas
Senhor Embaixador de Portugal e decano do corpo diplomático em Díli.
Senhor Comandante Geral da Guarda Nacional Republicana.
Senhor Comandante do Sub-Agrupamento Bravo
Militares da GNR
Senhoras e Senhores
Associo-me com emoção a esta cerimónia de condecoração do sub-agrupamento Bravo da Guarda Nacional Republicana.
Ela dá-me a oportunidade para vos agradecer de viva voz a intervenção da Guarda Nacional Republicana no socorro que me foi prestado no dia 11 de Fevereiro.
A GNR foi a primeira força a chegar ao local, acompanhada pelos técnicos da Emergência Médica portuguesa, e foi a força que me transportou para o Aspen Medical Center de Díli, contribuindo para me salvar a vida.
Agradeço a Deus poder estar hoje aqui, passados somente dois meses, a confraternizar convosco e poder testemunhar a merecida distinção que o Governo de Portugal vos atribui.
Ao senhor Comandante Geral da GNR dou as boas-vindas, expressando a minha satisfação por o receber de novo em Timor-Leste.
Esta atenção do comando-geral da GNR para com o meu país é um sinal do apoio e da atenção que o governo português e os portugueses dedicam a Timor-Leste, é um sinal da profunda amizade que une os nossos países.
Mas a minha admiração e a minha estima pela GNR não se deve apenas à minha experiência pessoal.
A confiança que o profissionalismo e a capacidade operacional da GNR inspiram desempenhou um papel importante para ajudar a garantir a estabilidade e para dar segurança aos timorenses, depois das acções criminosas do dia 11 de Fevereiro.
Como em momentos anteriores, a GNR esteve à altura do respeito que conquistou entre o nosso povo.
Quero sublinhar igualmente a contribuição dos oficiais de investigação criminal da GNR no inquérito da Procuradoria-Geral da República, em curso, relativo aos acontecimentos de 11 de Fevereiro.
Mas quero também transmitir-vos a importância que o contributo da Guarda Nacional Republicana tem para a construção institucional da nossa polícia.
A vossa participação na preparação operacional da UIR, na formação de formadores, bem como no treino operacional de efectivos do Corpo de Segurança Pessoal é de grande importância para a PNTL.
Os planos de formação actuais devem continuar a desenvolver-se. Mas considero ser necessário aprofundar a intervenção da GNR na área da formação.
A assistência na formação de base – de forma articulada com outros parceiros, mas garantindo uma formação consistente e sistemática – pode ser um grande contributo para a coesão da PNTL e para a consolidação de uma doutrina sólida e estável que reforce a identidade da polícia timorense.
Estamos a construir há cinco anos, um Estado de Direito. O Estado timorense vai continuar a afirmar os direitos de cidadania e cortar com um passado de derramamento de sangue e de violência na vida colectiva.
Não é fácil. Mas está ao nosso alcance e estou absolutamente determinado a prosseguir neste caminho. E o nosso povo também está, como mostra o comportamento cívico exemplar dos timorenses, nas eleições de 2007 e na sua reacção perante os momentos difíceis.
As nossas prioridades são a paz, a estabilidade, o desenvolvimento e a luta para reduzir a pobreza.
O profissionalismo e a experiência da GNR têm um papel importante para a criação de confiança nas instituições de segurança. A dedicação com que desempenha as suas missões é um contributo para a estabilidade e um exemplo para a nossa comunidade.
A todos vós, militares da GNR, deixo os meus votos de continuação de bom trabalho e o testemunho do meu apreço.
Ao senhor General Mourato Nunes, o primeiro responsável por esta corporação, desejo a continuação de grandes êxitos pessoais. O seu comando será certamente recordado pela história honrosa da vossa corporação. Faço votos de que volte a recebê-lo, com amizade, em Timor-Leste.
A amizade entre as polícias de Portugal e de Timor-Leste é um bom prenúncio de paz e prosperidade para o meu país, mas é também um testemunho da proximidade entre os povos de Timor-Leste e de Portugal, apesar da distância geográfica.
Muito obrigado.
domingo, abril 20, 2008
INTERVENÇÃO DE S.E. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Por Malai Azul 2 à(s) 02:43
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
As palavras de RH contêm um triângulo fundamental na construção e consolidação de qualquer força policial: formação, doutrina e identidade.
Uma outra palavra, não menos importante, aparece associada a formação: "sistemática".
É uma grande verdade que de nada serve uma formação de 6 meses a um ano com o patrocínio da GNR, seguida de vários outros períodos de igual duração sob responsabilidade da Austrália, Grã-Bretanha, Estados Unidos, Brasil, etc.
Isto é o que se tem passado nos primeiros anos a seguir à independência e o resultado está à vista: falta de consistência, coerência, etc. Sem uma formação sistemática apoiada numa doutrina em íntima conjugação com a identidade nacional, sendo um factor de consolidação desta, é impossível construir um corpo policial que esteja à altura do seu importantíssimo papel de zelar pela integridade do Estado, nos seus vários componentes.
Penso que neste aspecto TL está agora no bom caminho, porque já existe uma estratégia nacional materializada num plano de médio/longo prazo.
Embora a GNR esteja perfeitamente à altura deste dificílimo desafio, os meus argumentos a favor da consistência e da coerência na formação de um corpo policial poderiam aplicar-se a qualquer outra polícia de qualquer outro país, desde que para tal tivesse capacidade.
No entanto, o mérito, a competência e o profissionalismo da GNR, tal como é habitual nas forças policiais e militares portuguesas em geral, são reconhecidos internacionalmente por variadíssimos países. Assim, parece-me lógico que TL esteja interessado em aproveitar a sua valiosíssima experiência para criar uma sinergia forte que dê frutos num futuro próximo.
O elogio do Presidente de TL lembra a todos os portugueses os motivos pelos quais a GNR se encontra nesse país irmão. Ficamos orgulhosos por a sua actuação ter sido decisiva no dia do atentado, mas é precisamente para isso que eles lá estão. Por isso, o melhor agradecimento que lhes pode ser dado é a confiança que o PR timorense continua a depositar na GNR para estar presente nos grandes momentos, maus ou bons, da construção desse país que é Timor-Leste.
Portugal está, e sempre estará, do lado dos timorenses.
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