segunda-feira, janeiro 28, 2008

Suharto patronising to Australia: Downer

28 January 2008 - 2:18PM
Brought to you by AAP

Former Indonesian president Suharto was patronising towards Australia but understood the importance of maintaining cordial relations, former foreign minister Alexander Downer says.
Suharto, who ruled Indonesia with an iron fist for more than three decades, died on Sunday aged 86.

Former prime minister Paul Keating and Attorney-General Robert McClelland will represent Australia at his funeral today.

Mr Downer said on Monday he had found Suharto to be a proud man with a somewhat dismissive attitude towards Australia.

"He certainly took a rather regal and, if you like, patronising view of Australia but on the other hand he did understand it was important to have a constructive relationship with Australia," Mr Downer told ABC radio.

"He wasn't a bad thing for Australia in a lot of ways."

Mr Downer first met the former dictator in 1996 after being appointed foreign minister in the Howard government.

"I went to Jakarta and I had a half-hour meeting set aside with President Suharto, who ... had been close to Paul Keating and the former Labor government," he said.

"He spent most of the meeting - about the full half hour - giving me a lecture on the principles of pancasila which ... underlined the philosophy of the Indonesian state."

Suharto's poor human rights record was a black mark against his name, Mr Downer said, and under his rule the East Timor issue could never be resolved.

"We certainly, as had the Keating and Hawke governments before us, made the point to president Suharto directly and the Indonesian government about human rights issues," Mr Downer said.

"We were plagued - not just our government but the previous government - with the issue of East Timor and, of course, President Suharto will have to live with that as part of his record.

"We wanted to resolve that issue. I don't think it could ever have been properly resolved for as long as president Suharto remained in office."

However, Mr Downer said Suharto had been far less hostile towards Australia than his predecessor, Sukarno, and Canberra and Jakarta had successfully negotiated a defined maritime boundary during Suharto's time at the helm.

"He was well disposed towards Australia, albeit somewhat patronising about Australia," Mr Downer said.

"I think he saw Australia as a smallish country without a great deal of clout, which of course is wrong.

"But nevertheless he thought Australia important and wanted that good relationship."
Mr Downer praised Suharto's strategic understanding of South-east Asia.

"He was certainly greedy, he was certainly a dictator, he certainly had a poor human rights record," Mr Downer said.

"But on the other hand there was much more to president Suharto than that. He certainly had a very clear vision of Indonesia's role in South-east Asia and in east Asia generally.

"He understood the dynamics of the Cold War, he was very anti-communist.

"He was, even beyond the Cold War, somebody who I think understood the strategic dynamics of South-east Asia exceptionally well."

Tradução:

Downer: Suharto desdenhoso com a Austrália

28 Janeiro 2008 - 2:18PM
Trazido por AAP

O antigo presidente Suharto da Indonésia foi desdenhoso para com a Austrália mas entendeu a importância de manter relações cordiais, diz o antigo ministro dos estrangeiros Alexander Downer.Suharto, que governou a Indonésia com um punho de ferro durante mais de três décadas, morreu no Domingo com a idade de 86 anos.

O antigo primeiro-ministro Paul Keating ae o Procurador-Geral Robert McClelland representarão a Austrália no seu funeral hoje.

O Sr Downer disse na Seegunda-feira que tinha descoberto que Suharto era um homem orgulhoso com uma atitude algo desprezível em relação à Austrália.

"Obviamente que tomou uma atitude bastante real e, de certo modo desdenhosa da Austrália mas por outro lado compreendeu que era importante ter uma relação construtiva com a Austrália," disse o Sr Downer à ABC radio.

"Ele em muitas maneiras não foi uma coisa má para a Austrália."

A primeira vez que o Sr Downer se encontrou com o antigo ditador foi em 1996 depois de ter sido nomeado ministro dos estrangeiros no governo de Howard.

"Fui a Jacarta e tive um encontro de meia hora com o Presidente Suharto, que ... tinha sido próximo de Paul Keating e do antigo governo do Labor," disse.

"Passou a maior parte do encontro - cerca da meia hora completa - a dar-me um sermão sobre os princípios do pancasila que ... subjazem a filosofia do Estado Indonésio."

O pobre historial de direitos humanos de Suharto era uma marca negra contra o seu nome, disse o Sr Downer, e sob a sua governação nunca se podia resolver a questão de Timor-Leste.

"Certamente que nós, como antes de nós os governos de Keating e de Hawke, apontámos directamente ao presidente Suharto e ao governo Indonésio as questões dos direitos humanos," disse o Sr Downer.

"Nós fomos atingidos - não apenas o nosso governo mas o governo anterior - com a questão de Timor-Leste, e obviamente o Presidente Suharto terá de viver com isso como parte do seu historial.

"Quisemos resolver essa questão. Não penso que isso se teria resolvido de modo adequado enquanto o presidente Suharto estivesse no cargo."

Contudo, o Sr Downer disse que Suharto foi muito menos hostil para com a Austrália do que o seu predecessor, Sukarno, e que Canberra e Jacarta negociaram com sucesso uma fronteira marítima definida durante o tempo em que Suharto esteve no comando.

"Ele estava bem virado para com a Austrália, apesar de certo modo desdenhoso acerca da Austrália," disse o Sr Downer.

"Penso que ele via a Austrália como um país menor sem grande consistência, o que obviamente é um erro.

"Mas apesar disso ele pensava que a Austrália era importante e quis essas boas relações."O Sr Downer elogiou o entendimento estratégico de Suharto do Sudeste Asiático.

"Ele foi certamente ganancioso, ele foi certamente um ditador, ele teve certamente um historial pobre de direitos humanos," disse o Sr Downer.

"mas por outro lado o presidente Suharto foi muito mais do que isso. Ele teve certamente uma visão muito clara sobre o papel da Indonésia na Ásia do Sudeste e na Ásia do Leste em geral.
"Ele entendeu as dinâmicas da Guerra Fria e foi muito anti-comunista.


"Ele foi, mesmo para além da Guerra Fria, alguém que entendeu as dinâmicas estratégicas da Ásia do sudeste excepcionalmente bem."

1 comentário:

Anónimo disse...

Tradução:
Downer: Suharto desdenhoso com a Austrália
28 Janeiro 2008 - 2:18PM
Trazido por AAP

O antigo presidente Suharto da Indonésia foi desdenhoso para com a Austrália mas entendeu a importância de manter relações cordiais, diz o antigo ministro dos estrangeiros Alexander Downer.
Suharto, que governou a Indonésia com um punho de ferro durante mais de três décadas, morreu no Domingo com a idade de 86 anos.

O antigo primeiro-ministro Paul Keating ae o Procurador-Geral Robert McClelland representarão a Austrália no seu funeral hoje.

O Sr Downer disse na Seegunda-feira que tinha descoberto que Suharto era um homem orgulhoso com uma atitude algo desprezível em relação à Austrália.

"Obviamente que tomou uma atitude bastante real e, de certo modo desdenhosa da Austrália mas por outro lado compreendeu que era importante ter uma relação construtiva com a Austrália," disse o Sr Downer à ABC radio.

"Ele em muitas maneiras não foi uma coisa má para a Austrália."

A primeira vez que o Sr Downer se encontrou com o antigo ditador foi em 1996 depois de ter sido nomeado ministro dos estrangeiros no governo de Howard.

"Fui a Jacarta e tive um encontro de meia hora com o Presidente Suharto, que ... tinha sido próximo de Paul Keating e do antigo governo do Labor," disse.

"Passou a maior parte do encontro - cerca da meia hora completa - a dar-me um sermão sobre os princípios do pancasila que ... subjazem a filosofia do Estado Indonésio."

O pobre historial de direitos humanos de Suharto era uma marca negra contra o seu nome, disse o Sr Downer, e sob a sua governação nunca se podia resolver a questão de Timor-Leste.

"Certamente que nós, como antes de nós os governos de Keating e de Hawke, apontámos directamente ao presidente Suharto e ao governo Indonésio as questões dos direitos humanos," disse o Sr Downer.

"Nós fomos atingidos - não apenas o nosso governo mas o governo anterior - com a questão de Timor-Leste, e obviamente o Presidente Suharto terá de viver com isso como parte do seu historial.

"Quisemos resolver essa questão. Não penso que isso se teria resolvido de modo adequado enquanto o presidente Suharto estivesse no cargo."

Contudo, o Sr Downer disse que Suharto foi muito menos hostil para com a Austrália do que o seu predecessor, Sukarno, e que Canberra e Jacarta negociaram com sucesso uma fronteira marítima definida durante o tempo em que Suharto esteve no comando.

"Ele estava bem virado para com a Austrália, apesar de certo modo desdenhoso acerca da Austrália," disse o Sr Downer.

"Penso que ele via a Austrália como um país menor sem grande consistência, o que obviamente é um erro.

"Mas apesar disso ele pensava que a Austrália era importante e quis essas boas relações."
O Sr Downer elogiou o entendimento estratégico de Suharto do Sudeste Asiático.

"Ele foi certamente ganancioso, ele foi certamente um ditador, ele teve certamente um historial pobre de direitos humanos," disse o Sr Downer.

"mas por outro lado o presidente Suharto foi muito mais do que isso. Ele teve certamente uma visão muito clara sobre o papel da Indonésia na Ásia do Sudeste e na Ásia do Leste em geral.

"Ele entendeu as dinâmicas da Guerra Fria e foi muito anti-comunista.

"Ele foi, mesmo para além da Guerra Fria, alguém que entendeu as dinâmicas estratégicas da Ásia do sudeste excepcionalmente bem."

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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