quarta-feira, março 19, 2008

Teary Ramos Horta leaves hospital

The Age
March 19, 2008 - 3:35PM

At first joking, but then fighting back tears, East Timor's President Jose Ramos Horta has told of the frantic battle to save his life following an assassination attempt in Dili.

Mr Ramos Horta, speaking in Darwin, also issued an appeal to his people in East Timor to forgo violence and hatred.

The President, looking thin but able to walk, today paid tribute to the Australian doctors and nurses in Darwin and Dili who treated him after he was shot by rebel soldiers in Dili on February 11.

Airlifted to Darwin in a critical condition, Mr Ramos Horta underwent several operations in Royal Darwin Hospital for at least two bullet wounds and is now on the road to recovery.

Mr Ramos Horta was discharged from Darwin Private Hospital today but will remain in the city for several weeks for further treatment.

Wearing a loose-fitting shirt and trousers, Mr Ramos Horta walked gingerly into the nearby Royal Darwin Hospital this morning, refusing a wheelchair, and joked with the 25 doctors and nurses who gathered around him.

He presented the hospital with a photo of himself meeting the Pope at the Vatican in January, and gave some Timor coffee to doctors and nurses.

"It's the best coffee in the world," Mr Ramos Horta told them. "I have to also tell you that Timor coffee already has been found to have strong Viagra content, so it is very healthy," he joked.

But Mr Ramos Horta grew more serious as he recalled in detail the aftermath of the assassination attempts on him and Prime Minister Xanana Gusmao, who escaped unscathed when his convoy was attacked the same day.

"I remember every detail from the moment I was shot," the President said of the hours after he was shot by rebel soldiers outside his home in Dili.

"I remember everything ... the ambulance ... a very old battered ambulance. No paramedic. A Portuguese special police unit, GNR ... luckily it had a paramedic who jumped in the ambulance and gave me the first assistance.

"On the way to the heliport I fell off the chair a few times because there were no belts.

"I remember even though I was bleeding I was holding on tight.

"And I was telling the driver - go slow.

"But maybe he was wise because it was only a matter of minutes for me to arrive there," Mr Ramos Horta said of the Aspen Medical Centre in Dili, where Australian doctors treated him in the first critical period after the shooting.

"And then I arrived here in your hands," he told the Darwin Hospital staff.

"I thank all of you."

Fighting back tears and putting his hands to his face, Mr Ramos Horta appeared unable to speak until, eventually, a nurse said: "You have done very well."

"Thank you," Mr Ramos Horta replied.

The President thanked all at the hospital, mentioning a cleaner - "a humble man" - who he thought was from Sudan.

Of the Australian doctors at Dili's Aspen Medical centre, he said: "If that centre had not been there I don't know what would have happened."

Mr Ramos Horta said he was indebted to Australia, where he had been treated "very well ... professionally".

He also thanked the people of East Timor.

"There are so many thousands of people in Timor - the bishops, the priests, the nuns, the common people who have prayed for me.

"I thank all of my people. I will be back soon."

Asked if he had a message for his country, he said: "My message to my people is 'Please forgo violence and hatred with weapons, machetes, with arson - we only destroy each other and the country'."

AAP

Tradução:

Lacrimejante Ramos Horta deixa hospital

The Age
Março 19, 2008 - 3:35PM

Ao princípio a brincar, mas depois a lutar contra as lágrimas o Presidente de Timor-Leste José Ramos Horta contou da frenética batalha para salvar a sua vida depois duma tentativa de assassínio em Dili.

O Sr Ramos Horta, falando em Darwin, emitiu também um apelo ao seu povo em Timor-Leste para esquecer a violência e o ódio.

O Presidente, magro mas capaz de andar, prestou hoje homenagem aos médicos e enfermeiros Australianos em Darwin e Dili que o trataram depois de ter sido baleado por soldados amotinados em Dili em 11 de Fevereiro.

Aero-transportado para Darwin num estado sério, o Sr Ramos Horta sofreu várias operações no Royal Darwin Hospital em pelo menos dois ferimentos de balas e está agora no caminho da recuperação.

O Sr Ramos Horta teve hoje alta do Darwin Private Hospital mas ficará na cidade durante várias semanas para mais tratamento.

Vestindo uma camisa larga e calças, o Sr Ramos Horta caminhou devagar para o próximo Royal Darwin Hospital esta manhã recusando uma cadeira de rodas e brincou com os 25 médicos e enfermeiros que se juntaram à volta dele.

Presenteou o hospital com uma fotografia dele próprio num encontro com o Papa no Vaticano em Janeiro, e deu algum café de Timor a médicos e enfermeiros.

"É o melhor café do mundo," disse-lhes o Sr Ramos Horta. "Tenho de lhes dizer que foi descoberto que o café de Timor tem um conteúdo forte em Viagra, assim é muito saudável," brincou.

Mas o Sr Ramos Horta ficou mais sério quando lembrou em detalhe o que aconteceu depois da tentativa de assassínio contra ele e o Primeiro-Ministro Xanana Gusmão, que escapou ileso quando a sua caravana foi atacada no mesmo dia.

"Lembro-me de cada detalhe desde o momento em que fui baleado," disse o Presidente das horas depois de ter sido baleado pelos soldados amotinados fora da sua casa em Dili.

"Lembro-me de tudo ... a ambulância ... uma ambulância muito velha e desgastada. Nenhum paramédico. Uma unidade da polícia especial Portuguesa, GNR ... felizmente tinha um paramédico que saltou para a ambulância e me deu a primeira assistência.

"A caminho do heliporto caí da cadeira várias vezes porque não havia cintos.

"Lembro-me que mesmo apesar de estar a sangrar me agarrava com força.

"E dizia ao motorista – vai devagar.

"Mas talvez ele era sábio porque foi apenas uma questão de minutos para chegar lá," disse o Sr Ramos Horta do Centro Médico Aspen em Dili, onde médicos Australianos o trataram no primeiro período crítico depois dos tiros.

"E depois cheguei aqui às vossas mãos," disse ao pessoal do Darwin Hospital.

"Agradeço a todos vós."

A lutar contra as lágrimas e com as mãos na cara o Sr Ramos Horta pareceu incapaz de falar até que uma enfermeira acabou por dizer: "Esteve muito bem."

"Obrigada," respondeu o Sr Ramos Horta.

O Presidente agradeceu a todos do hospital, mencionando um empregado de limpeza – "um homem humilde" – que ele pensa ser do Sudão.

Dos médicos Australianos no centro médico de Aspen em Dili, disse: "Se o centro não estivesse lá não sei o que teria acontecido."

O Sr Ramos Horta disse que estava endividado com a Austrália, onde tinha sido tratado "muito bem ... profissionalmente".

Agradeceu também ao povo de Timor-Leste.

"Há tantos milhares de pessoas em Timor – os bispos, padres, freiras, gente comum que rezaram por mim.

"Agradeço a todo o meu povo. Voltarei em breve."

Perguntado se tinha uma mensagem para o seu país, disse: "A minha mensagem para o meu povo é 'Por favor esqueçam a violência e o ódio com armas, machetes, com fogo-posto – apenas nos destruímos una aos outros e o país."

AAP

1 comentário:

Anónimo disse...

Tradução:
Lacrimejante Ramos Horta deixa hospital
The Age
Março 19, 2008 - 3:35PM

Ao princípio a brincar, mas depois a lutar contra as lágrimas o Presidente de Timor-Leste José Ramos Horta contou da frenética batalha para salvar a sua vida depois duma tentativa de assassínio em Dili.

O Sr Ramos Horta, falando em Darwin, emitiu também um apelo ao seu povo em Timor-Leste para esquecer a violência e o ódio.

O Presidente, magro mas capaz de andar, prestou hoje homenagem aos médicos e enfermeiros Australianos em Darwin e Dili que o trataram depois de ter sido baleado por soldados amotinados em Dili em 11 de Fevereiro.

Aero-transportado para Darwin num estado sério, o Sr Ramos Horta sofreu várias operações no Royal Darwin Hospital em pelo menos dois ferimentos de balas e está agora no caminho da recuperação.

O Sr Ramos Horta teve hoje alta do Darwin Private Hospital mas ficará na cidade durante várias semanas para mais tratamento.

Vestindo uma camisa larga e calças, o Sr Ramos Horta caminhou devagar para o próximo Royal Darwin Hospital esta manhã recusando uma cadeira de rodas e brincou com os 25 médicos e enfermeiros que se juntaram à volta dele.

Presenteou o hospital com uma fotografia dele próprio num encontro com o Papa no Vaticano em Janeiro, e deu algum café de Timor a médicos e enfermeiros.

"É o melhor café do mundo," disse-lhes o Sr Ramos Horta. "Tenho de lhes dizer que foi descoberto que o café de Timor tem um conteúdo forte em Viagra, assim é muito saudável," brincou.

Mas o Sr Ramos Horta ficou mais sério quando lembrou em detalhe o que aconteceu depois da tentativa de assassínio contra ele e o Primeiro-Ministro Xanana Gusmão, que escapou ileso quando a sua caravana foi atacada no mesmo dia.

"Lembro-me de cada detalhe desde o momento em que fui baleado," disse o Presidente das horas depois de ter sido baleado pelos soldados amotinados fora da sua casa em Dili.

"Lembro-me de tudo ... a ambulância ... uma ambulância muito velha e desgastada. Nenhum paramédico. Uma unidade da polícia especial Portuguesa, GNR ... felizmente tinha um paramédico que saltou para a ambulância e me deu a primeira assistência.

"A caminho do heliporto caí da cadeira várias vezes porque não havia cintos.

"Lembro-me que mesmo apesar de estar a sangrar me agarrava com força.

"E dizia ao motorista – vai devagar.

"Mas talvez ele era sábio porque foi apenas uma questão de minutos para chegar lá," disse o Sr Ramos Horta do Centro Médico Aspen em Dili, onde médicos Australianos o trataram no primeiro período crítico depois dos tiros.

"E depois cheguei aqui às vossas mãos," disse ao pessoal do Darwin Hospital.

"Agradeço a todos vós."

A lutar contra as lágrimas e com as mãos na cara o Sr Ramos Horta pareceu incapaz de falar até que uma enfermeira acabou por dizer: "Esteve muito bem."

"Obrigada," respondeu o Sr Ramos Horta.

O Presidente agradeceu a todos do hospital, mencionando um empregado de limpeza – "um homem humilde" – que ele pensa ser do Sudão.

Dos médicos Australianos no centro médico de Aspen em Dili, disse: "Se o centro não estivesse lá não sei o que teria acontecido."

O Sr Ramos Horta disse que estava endividado com a Austrália, onde tinha sido tratado "muito bem ... profissionalmente".

Agradeceu também ao povo de Timor-Leste.

"Há tantos milhares de pessoas em Timor – os bispos, padres, freiras, gente comum que rezaram por mim.

"Agradeço a todo o meu povo. Voltarei em breve."

Perguntado se tinha uma mensagem para o seu país, disse: "A minha mensagem para o meu povo é 'Por favor esqueçam a violência e o ódio com armas, machetes, com fogo-posto – apenas nos destruímos una aos outros e o país."

AAP

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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