Lindsay Murdoch
Wednesday 19 March 2008
This is Lindsay Murdoch's pool report of East Timor president Jose Ramos Horta's return to Royal Darwin Hospital on 19 March 2008 to thank the doctors and nurses who helped him recover from serious gun shot wounds in the attacks in Dili on February 11 2008.
President walks gingerly into the hospital foyer at 9.15am, 15 minutes earlier than scheduled (He had been driven there from the nearby Darwin Private Hospital).
President is wearing a loose fitting brown cotton shirt and brown trousers. His face is unshaven. He looks thin.
President smiles when he shakes hands with two pool journalists.
President indicates he doesn't require a wheel chair and walks to a lift which takes him to the Intensive Care Unit on the first level, where he arrived in a critical condition on the evening of February 11 and was discharged on March 3.
Twenty five doctors and nurses gather around him in the unit's tea room.
President presents the hospital's manager Len Notaras with a photograph of the President meeting The Pope at the Vatican in January, as a gesture of his gratitude to the hospital.
"When I was shot the Pope himself prayed for me," the president said.
Mr Notaras thanked the president, noting that His Holiness' Office was on the phone calling about the President's condition in his early days at the unit.
The President then presented some Timor coffee to the doctors and nurses. "It's the best coffee in the world," the president told them. "I have to also tell you that Timor coffee already has been found to have strong viagra content so it is very healthy," the president joked.
Mr Notaras told the President it is wonderful to see that he has done so well.
"You are a man who has made a difference and you will continue to make a difference," Mr Notaras said.
"You have made a difference to our lives with your courage and capacity to move on," Mr Notaras said.
The President: "I would like to thank you all for your care and patience."
The President thanked everybody at the hospital, even the cleaners, mentioning one cleaner, a "humble man" who he thought was from Sudan.
The President joked with a doctor about his long hair, thinking at first he was a rock musician.
President: "I thank you all for your kindness. Of course I don't forget the Australian doctors in Dili at the Aspen Medical Centre who looked after me in the critical minutes when I was taken to the centre.
"If that centre had not been there I don't know what would have happened.
"I would have gone to the Dili National Hospital where there are doctors of different nationalities...they would have taken care of me but I don't know they have the equipment the Aspen Medical Centre has.
"I remember every detail from the moment I was shot.
I remember everything...the ambulance...a very old battered ambulance. No paramedic. A Portuguese special police unit, GNR...luckily it had a paramedic who jumped in the ambulance and gave me the first assistance.
"On the way to the heliport (Aspen) I fell off the chair a few times because there were no belts.
"I remember even though I was bleeding I was holding on tight.
"And I was telling the driver - go slow.
"But maybe he was wise because it was only a matter of minutes for me to arrive there (Aspen).
"And then I arrived here in your hands.
"I thank all of you."
At this point the President fought back tears and put his hands to his face. He appeared unable to speak for 20 seconds.
A nurse: "You have done very well."
President: "Thank-you."
The President handed out several more gifts before walking unassisted from the hospital.
The President spoke to journalists at the door of the hospital.
President: "I am very much indebted to Australia and the Timorese people. I have been treated very well...professionally."
Asked if he was looking forward to returning home, the President said: "I will be here for a few more weeks because I need additional therapy for a quick recovery."
A journalist asked if the President had a message for Timor.
President: "My message to my people is please forgo violence and hatred with weapons, machetes, with arson - we only destroy each other and the country.
"I thank the people here.
"There are so many thousands of people in Timor - the bishops, the priests, the nuns, the common people who have prayed for me.
"I thank all of my people.
"I will be back soon."
The President then spoke to a journalist from TVTL, the Timorese national television, in Tetun.
The journalist said later the President appealed to the rebel leader Gastao Salsinha to surrender. It would be in his best interest to do so (this is paraphrasing. I have no direct quotes of what the President said in Tetun).
The President walked to a waiting car and was driven away.
Tradução:
Reportagem conjunta da visita ao hospital de José Ramos Horta
Lindsay Murdoch
Quarta-feira 19 Março 2008
Esta é a reportagem coligada de Lindsay Murdoc do regresso do presidente de Timor-Leste José Ramos Horta ao Royal Darwin Hospital em 19 de Março 2008 para agradecer aos médicos e enfermeiros que o ajudaram a recuperar de ferimentos sérios por bala nos ataques em Dili em 11 de Fevereiro de 2008.
O Presidente caminha cuidadosamente para a entrada do hospital em 9.15 am, 15 minutos mais cedo do que o agendado (tinha sido conduzido desde o Darwin Private Hospital ao lado).
O Presidente está vestido com uma camisa solta de algodão castanho e calças castanhas. Não está barbeado. Parece magro.
O Presidente sorri quando aperta as mãos a dois jornalistas da coligação.
O Presidente indica que não precisa duma cadeira de rodas e caminha para um elevador que o leva à Unidade de Cuidados Intensivos no primeiro piso, onde chegou num estado crítico na noite de 11 de Fevereiro e donde teve alta em 3 de Março.
Vinte e cinco médicos e enfermeiros juntam-se à volta dele na sala de chá da unidade.
O Presidente presenteia o director do hospital Len Notaras com uma fotografia do Presidente com o Papa no Vaticano em Janeiro, como um gesto da sua gratidão com o hospital.
"Quando fui baleado o próprio Papa rezou por mim," disse o presidente.
O Sr Notaras agradeceu ao presidente, dizendo que do Gabinete de Sua Santidade telefonaram a saber do estado do Presidente nos primeiros dias na unidade.
O Presidente depois presenteou com café de Timor os médicos e os enfermeiros. "É o melhor café do mundo," disse-lhes o presidente. Tenho de lhes dizer que já se descobriu que o café de Timor tem um forte conteúdo de viagra por isso é muito saudável," brincou o presidente.
O Sr Notaras disse ao Presidente que é maravilhoso vê-lo tão bem.
"É um homem que fez a diferença e continuará a fazer a diferença," disse o Sr Notaras.
"Fez uma diferença nas nossas vidas com a sua coragem e a capacidade para continuar," disse o Sr Notaras.
O Presidente: "Gostaria de vos agradecer por todos os vossos cuidados e paciência."
O Presidente agradeceu a toda a gente no hospital, mesmo aos empregados de limpeza, mencionando um empregado, um "homem humilde" que ele pensa ser do Sudão.
O Presidente brincou com um médico por causa do cabelo comprido dele, dizendo que ao princípio pensava que era um músico rock.
Presidente: "Agradeço toda a vossa bondade. Obviamente não esqueço os médicos Australianos em Dili no Centro Médico Aspen que cuidaram de mim nos momentos críticos quando fui levado para o centro.
"Se aquele centro não estivesse lá não sei o que teria acontecido.
"Teria ido para o Hospital Nacional de Dili onde estão médicos de diferentes nacionalidades...teriam cuidado de mim mas não sei se eles têm o equipamento que tem o Centro Médico Aspen.
"Lembro-me de cada detalhe desde o momento em que fui baleado.
Lembro-me de tudo...a ambulância...um muito velha e desgastada ambulância. Nenhum paramédico. Uma unidade especial de polícia Portuguesa, GNR...felizmente tinha um paramédico que saltou para a ambulância e me deu a primeira assistência.
"A caminho do heliporto (Aspen) caí da cadeira várias vezes porque não havia cintos.
"Lembro-me que apesar de estar a sangrar estava a aguentar-me.
"E dizia ao motorista - vai devagar.
"Mas ele foi talvez sábio e demorou apenas poucos minutos a chegar lá (Aspen).
"E depois cheguei aqui para as vossas mãos.
"Agradeço a todos vós."
Nessa altura o Presidente tentou não chorar e pôs as mãos na cara. Durante 20 segundos pareceu que não conseguia falar.
Uma enfermeira: "esteve muito bem."
Presidente: "Obrigado."
O Presidente entregou mais prendas antes de caminhar sem assistência do hospital.
O Presidente falou aos jornalistas na porta do hospital.
Presidente: "Estou muito endividado com a Austrália e o povo Timorense. Fui tratado muito bem...profissionalmente."
Perguntado se ansiava regressar a casa, o Presidente disse: "Ficarei cá mais algumas poucas semanas porque preciso de terapia adicional para uma recuperação rápida."
Um jornalista perguntou se o Presidente tinha uma mensagem para Timor.
Presidente: "A minha mensagem para o meu povo é por favor esqueçam a violência e ódio com armas, machetes, com fogo-posto – apenas nos destruímos una aos outros e ao país.
"Agradeço o povo aqui.
"Há tantos milhares de pessoas em Timor – os bispos, os padres, as freiras, as pessoas comuns que rezaram por mim.
"Agradeço todo o meu povo.
"Voltarei em breve."
O Presidente falou depois com um jornalista da TVTL, a televisão nacional Timorense, em Tétum.
O jornalista disse que mais tarde o Presidente apelou ao líder amotinado Gastão Salsinha para se render. Será no melhor interesse dele fazê-lo (isto é uma transcrição. Não tenho citações directas do que o Presidente disse em Tétun).
O Presidente caminhou até um carro que o esperava e foi levado dali.
quarta-feira, março 19, 2008
Pool report of Jose Ramos Horta's hospital visit
Por Malai Azul 2 à(s) 20:26
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
Tradução:
Reportagem coligada da visita ao hospital de José Ramos Horta
Lindsay Murdoch
Quarta-feira 19 Março 2008
Esta é a reportagem coligada de Lindsay Murdoc do regresso do presidente de Timor-Leste José Ramos Horta ao Royal Darwin Hospital em 19 de Março 2008 para agradecer aos médicos e enfermeiros que o ajudaram a recuperar de ferimentos sérios por bala nos ataques em Dili em 11 de Fevereiro de 2008.
O Presidente caminha cuidadosamente para a entrada do hospital em 9.15 am, 15 minutos mais cedo do que o agendado (tinha sido conduzido desde o Darwin Private Hospital ao lado).
O Presidente está vestido com uma camisa solta de algodão castanho e calças castanhas. Não está barbeado. Parece magro.
O Presidente sorri quando aperta as mãos a dois jornalistas da coligação.
O Presidente indica que não precisa duma cadeira de rodas e caminha para um elevador que o leva à Unidade de Cuidados Intensivos no primeiro piso, onde chegou num estado crítico na noite de 11 de Fevereiro e donde teve alta em 3 de Março.
Vinte e cinco médicos e enfermeiros juntam-se à volta dele na sala de chá da unidade.
O Presidente presenteia o director do hospital Len Notaras com uma fotografia do Presidente com o Papa no Vaticano em Janeiro, como um gesto da sua gratidão com o hospital.
"Quando fui baleado o próprio Papa rezou por mim," disse o presidente.
O Sr Notaras agradeceu ao presidente, dizendo que do Gabinete de Sua Santidade telefonaram a saber do estado do Presidente nos primeiros dias na unidade.
O Presidente depois presenteou com café de Timor os médicos e os enfermeiros. "É o melhor café do mundo," disse-lhes o presidente. Tenho de lhes dizer que já se descobriu que o café de Timor tem um forte conteúdo de viagra por isso é muito saudável," brincou o presidente.
O Sr Notaras disse ao Presidente que é maravilhoso vê-lo tão bem.
"É um homem que fez a diferença e continuará a fazer a diferença," disse o Sr Notaras.
"Fez uma diferença nas nossas vidas com a sua coragem e a capacidade para continuar," disse o Sr Notaras.
O Presidente: "Gostaria de vos agradecer por todos os vossos cuidados e paciência."
O Presidente agradeceu a toda a gente no hospital, mesmo aos empregados de limpeza, mencionando um empregado, um "homem humilde" que ele pensa ser do Sudão.
O Presidente brincou com um médico por causa do cabelo comprido dele, dizendo que ao princípio pensava que era um músico rock.
Presidente: "Agradeço toda a vossa bondade. Obviamente não esqueço os médicos Australianos em Dili no Centro Médico Aspen que cuidaram de mim nos momentos críticos quando fui levado para o centro.
"Se aquele centro não estivesse lá não sei o que teria acontecido.
"Teria ido para o Hospital Nacional de Dili onde estão médicos de diferentes nacionalidades...teriam cuidado de mim mas não sei se eles têm o equipamento que tem o Centro Médico Aspen.
"Lembro-me de cada detalhe desde o momento em que fui baleado.
Lembro-me de tudo...a ambulância...um muito velha e desgastada ambulância. Nenhum paramédico. Uma unidade especial de polícia Portuguesa, GNR...felizmente tinha um paramédico que saltou para a ambulância e me deu a primeira assistência.
"A caminho do heliporto (Aspen) caí da cadeira várias vezes porque não havia cintos.
"Lembro-me que apesar de estar a sangrar estava a aguentar-me.
"E dizia ao motorista - vai devagar.
"Mas ele foi talvez sábio e demorou apenas poucos minutos a chegar lá (Aspen).
"E depois cheguei aqui para as vossas mãos.
"Agradeço a todos vós."
Nessa altura o Presidente tentou não chorar e pôs as mãos na cara. Durante 20 segundos pareceu que não conseguia falar.
Uma enfermeira: "esteve muito bem."
Presidente: "Obrigado."
O Presidente entregou mais prendas antes de caminhar sem assistência do hospital.
O Presidente falou aos jornalistas na porta do hospital.
Presidente: "Estou muito endividado com a Austrália e o povo Timorense. Fui tratado muito bem...profissionalmente."
Perguntado se ansiava regressar a casa, o Presidente disse: "Ficarei cá mais algumas poucas semanas porque preciso de terapia adicional para uma recuperação rápida."
Um jornalista perguntou se o Presidente tinha uma mensagem para Timor.
Presidente: "A minha mensagem para o meu povo é por favor esqueçam a violência e ódio com armas, machetes, com fogo-posto – apenas nos destruímos una aos outros e ao país.
"Agradeço o povo aqui.
"Há tantos milhares de pessoas em Timor – os bispos, os padres, as freiras, as pessoas comuns que rezaram por mim.
"Agradeço todo o meu povo.
"Voltarei em breve."
O Presidente falou depois com um jornalista da TVTL, a televisão nacional Timorense, em Tétum.
O jornalista disse que mais tarde o Presidente apelou ao líder amotinado Gastão Salsinha para se render. Será no melhor interesse dele fazê-lo (isto é uma transcrição. Não tenho citações directas do que o Presidente disse em Tétun).
O Presidente caminhou até um carro que o esperava e foi levado dali.
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