Lisboa, 29 Fev (Lusa) - O Partido Socialista (PS) rejeitou hoje o reforço da missão de segurança portuguesa em Timor-Leste, assegurada pela PSP e pela GNR, sublinhando que seria "mais útil para os timorenses" se tivesse "outra moldura institucional".
Em declarações à Agência Lusa, Renato Leal, deputado e coordenador do PS para a Comissão dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades do Parlamento português, que hoje se reuniu com o embaixador de Timor-Leste em Lisboa, sublinhou que a acção dos militares portugueses "tem sido elogiada, quando comparada com outras forças militares presentes".
"Ouvi rasgados elogios à GNR quando a delegação de deputados portugueses se deslocou a Díli (em Dezembro de 2006), sobretudo quando comparada com outras forças militares presentes. Mas penso que não (se deve enviar mais efectivos militares). Seria mais benéfico era a GNR ter outra moldura institucional, ter outras competências", disse.
"Os que lá estiveram e os que lá estão têm capacidade para isso. Dêem-lhes o devido enquadramento e eles terão capacidade para serem ainda mais eficientes. A presença da GNR em Timor-Leste poderia ser muito mais útil para as populações a todos os níveis se tivesse outra moldura legal", insistiu.
Nesse sentido, adiantou que "há uma fase para tudo" e que se torna, agora, "importante" que os timorenses "também percebam" que, se forem devidamente preparados e formados, serão capazes de ter um desempenho diferente do que têm tido até agora.
Cerca de cinco mil polícias e militares da Missão das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT) e das Forças de Estabilização Internacionais, maioritariamente australianas e neo-zelandesas, estão a ajudar a manter a segurança e a formar novos elementos das Falintil-Forças de Defesa de Timor-leste (F-FDTL) e da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL).
A reunião de hoje, na presença do embaixador de Timor-Leste em Lisboa, Manuel Soares Abrantes, deveria ter decorrido no passado dia 13, mas foi adiada na sequência do duplo atentado ao presidente e ao primeiro-ministro de Timor-Leste, respectivamente José Ramos-Horta e Xanana Gusmão.
Enquanto Xanana escapou ileso, Ramos-Horta ficou gravemente ferido e foi transferido para um hospital de Darwin (Austrália), onde foi submetido a quatro intervenções cirúrgicas.
O major Alfredo Reinado, um dos alegados atacantes, foi abatido a tiro.
A Comissão Parlamentar portuguesa, que, em Dezembro de 2006, enviou uma delegação de cinco deputados a Timor-Leste, ouviu do embaixador timorense o "ponto de situação" no país e, no final, foram comuns as "preocupações" dos partidos portugueses.
Em declarações à Lusa, Carlos Gonçalves, do Partido Social-Democrata (PSD), manifestou-se "satisfeito" por, segundo o diplomata timorense, haver a garantia de que a Fretilin, oposição, não irá aproveitar politicamente o duplo atentado, uma das premissas para que o país possa regressar à estabilidade.
Outro factor de estabilidade passa pelo fim das "ingerências externas", defendida por Renato Leal, Carlos Gonçalves e, sobretudo, por Jorge Machado, do Partido Comunista Português (PCP).
"O petróleo gera apetites de muitos países e as ingerências externas dão nisto e geram instabilidade", disse o deputado comunista.
No mesmo sentido, Renato Leal admitiu ser "perfeitamente natural" que existam "apetites exteriores".
"Timor-Leste tem recursos naturais que são apetecíveis. Teve uma colonização que não foi capaz de produzir infra-estruturas e passou pela ocupação indonésia. Mas não podemos ter a ingenuidade de que não há ingerências", sublinhou, defendendo que se deve "continuar a cooperar" com um Estado em que os seus mais altos responsáveis "têm vontade de pacificar o país".
Nas declarações à Lusa, o embaixador timorense apelou ao "bom senso" de todas as partes políticas, para ajudar na construção e no desenvolvimento do país.
JSD.
Lusa/Fim
quinta-feira, fevereiro 21, 2008
Militares portugueses deveriam ter "outras competências" - defende PS
Por Malai Azul 2 à(s) 00:31
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
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