Díli, 21 Fev (Lusa) - O Governo de Timor-Leste pediu hoje o prolongamento do estado de sítio actualmente em vigor, em reunião extraordinária de Conselho de Ministros.
"A situação de acalmia que o país tem vivido nos últimos dias não pode fazer esquecer que os elementos do grupo que atentou gravemente contra a ordem constitucional democrática de Timor-Leste continuam à solta e impunes", afirma em comunicado o IV Governo Constitucional.
"A continuação da liberdade deste grupo criminoso prolonga uma situação de ameaça muito séria aos órgãos de soberania e à população em geral que não pode nem deve continuar", lê-se no comunicado sobre os motivos do pedido do Governo liderado por Xanana Gusmão ao Presidente da República interino, Fernando "La Sama" de Araújo.
"O Governo, através das autoridades policiais e militares e suportado pelas autoridades judiciárias tem vindo a realizar operações de busca dos elementos deste grupo e dos seus cúmplices, operações estas que se devem manter ainda por algum tempo para que possa pôr-se termo de forma total a esta ameaça", acrescenta no comunicado, que não precisa o número de dias de prolongamento do estado de sítio.
Um grupo liderado pelo ex-tenente Gastão Salsinha, depois da morte do major Alfredo Reinado, encontra-se fugido desde 11 de Fevereiro, data do duplo ataque contra o Presidente da República, José Ramos-Horta, que foi gravemente ferido a tiro, e o primeiro-ministro, que escapou ileso.
Uma decisão anterior do Conselho de Ministros entregou o controlo das operações a um comando conjunto das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) e da Polícia Nacional (PNTL), sob a responsabilidade operacional do brigadeiro-general Taur Matan Ruak e a coordenação do primeiro-ministro e ministro da Defesa, Xanana Gusmão.
Numa mensagem à nação difundida pela televisão timorense desde segunda-feira, Xanana Gusmão anunciou que o comando conjunto das "intervenções operacionais da PNTL e das F-FDTL seria baseado nas respectivas funções e papéis de acordo com as provisões da legislação relevante".
A decisão de criar um comando conjunto timorense, tomada em reunião de 17 de Fevereiro, foi antecedida de consultas ao Presidente da República interino e ao presidente em exercício do Parlamento Nacional e aos membros da mesa da Assembleia, explicou Xanana Gusmão.
Esses dirigentes "deram o acordo para atribuir poderes mais alargados ao Governo para deliberar a resolução" aprovada por Xanana Gusmão segunda-feira sobre a chefia do comando conjunto.
O primeiro-ministro acrescentou, na sua mensagem à nação, que o brigadeiro-general Ruak, chefe do Estado-Maior general das F-FDTL, estabeleceria "uma coordenação com as Forças de Estabilização Internacionais (ISF) e a Polícia das Nações Unidas (UNPol) sobre a forma de resolver os problemas" que o país enfrenta.
O pedido de extensão do estado de sítio, se for aprovado no Parlamento, deverá modificar as horas de recolher obrigatório para o período entre as 22:00 e as 06:00, segundo fonte oficial do Governo.
O estado de sítio foi decretado inicialmente por 48 horas, mas depois foi prolongado por mais dez dias, até 23 de Fevereiro.
Actualmente, o estado de sítio prevê o recolher obrigatório entre as 20:00 e as 06:00.
PRM
Lusa/fim
NOTA DE RODAPÉ:
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Pelo menos já se pode jantar fora...
quinta-feira, fevereiro 21, 2008
Governo pede prolongamento do estado de sítio
Por Malai Azul 2 à(s) 20:00
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
1. Porquê foi Xanana a proclamar o estado de sítio logo após o atentado a Dr Ramos Horta quando a Constituição é clara no que diz respeito às atribuições e competências?
2. Porquê quer governo, i.e. Xanana prolongar o estado de sítio indefinidamente?
3. O que é que se ganha com essa situação?
4. Quais vantagens e desvantagens do estado de sítio, alguém poderá esclarecer com todos os pormenores?
5. Como depois de tanto tempo de desconfiança nas capacidades das F-Fdtl e de serem aquarteladas é lhes atribuída uma missão de responsabilidade na busca do grupo de Salsinha?
6. Porquê as forças armadas são enviadas para sítios vazios fora da cidade?
7. Porquê logo a seguir ao atentado a Dr Ramos Horta as tropas australianas estavam a oferecer a sua participação em Timor e já estavam prontas para partir?
8. Porquê Xanana não quis uma comissão internacional de investigação?
9. Porquê a investigação dos acontecimentos de 11 Fevereiro vai ser confiada a investigadores americanos e australianos?
10. Porquê a polícia vai buscar para o interrogatório ex-ministro do governo Fretilin?
11. Porquê das tentativas de resonsabilizar Mari Alcatiri?
12. Porquê das tentativas de responsbilizar a Fretilin?
13. Porquê o comando conjunto das F-Fdtl e Pntl?
14. Porquê Xanana ainda não se deslocou a Darwin para visitar Horta?
Nestes porquês à conclusão:
Xanana, a sua propaganda e as remanescentes peças do xadrez neo-nazi-neo-imperialista estão a tentar criar a ilusão no povo que está tudo voltar à normalidade e que Xanana é único que consegue resolver tudo tentando ao mesmo tempo ver se livre daqueles que são o maior óbstaculo para os seus planos: Fretilin e Alcatiri.
Estão a dar anestesia ao povo para este não ver , não sentir, não pensar e não falar enquanto eles estão, desde 11 Fevereiro, a pôr em marcha o Plano C, a última fase do golpe de estado cuja 1ª etapa foi realizada em 2006.
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