AFP - 20 February 2008
Dili - East Timor's military has pulled out of a hunt for rebels accused of assassination attempts against the nation's two top leaders, its chief Brigadier General Taur Matan Ruak said Wednesday.
Australian-led international peacekeepers along with UN police, national police and the military have been searching for at least 17 renegade soldiers accused of trying to kill the president and prime minister on February 11.
"Why should we go to places that are empty?" asked Matan Ruak of the search, which has focused on the hills outside Dili.
"We have already cancelled our operations... Cancelling does not mean that there will not be any operation again," the brigadier general said, without elaborating, though he said he would monitor the situation.
Matan Ruak has already demanded an explanation as to how the Australian-led International Stabilisation Force here and some 1,700 UN police had failed to prevent carloads of about 20 rebels from reaching the homes of President Jose Ramos-Horta and Prime Minister Xanana Gusmao.
East Timor's military was believed to be playing only a marginal role in the hunts, but their pullout highlights fraught relations with the international forces here.
Ramos-Horta was critically wounded in the attack and airlifted to Australia, where he is recovering, while Gusmao escaped an ambush on his car unharmed.
The international forces were originally dispatched at the government's request after unrest in 2006 flared among military and police factions, causing bloody street violence that left 37 people dead.
The leader of renegade soldiers who originally sparked the 2006 violence apparently led last week's attacks and was killed in the firefight at Ramos-Horta's home.
Meanwhile the United States and Australia were providing personnel to help domestic investigations as East Timor lacked forensics staff and facilities, prosecutor-general Longuinhos Monteiro said.
"This has forced me to advise the president of the republic and the government that in this case support teams for crime scene investigation were needed to help facilitate the initial investigation," Monteiro said.
The United States will send three members of the Federal Bureau of Investigation, while Australia has provided five investigators, he said.
They were expected to stay for two to three weeks, Monteiro added.
Tradução:
Militares de Timor-Leste retiram-se da caça ao amotinado: comandante
AFP - 20 Fevereiro 2008
Dili – Os militares de Timor-Leste retiraram-se duma caça aos amotinados acusados de tentativas de assassínio contra os dois líderes de topo da nação, disse na Quarta-feira o seu chefe, Brigadeiro General Taur Matan Ruak.
Tropas internacionais lideradas pelos Australianos juntamente com a polícia da ONU, polícia nacional e militares têm andado à procura de pelo menos 17 soldados renegados acusados de tentarem matar o presidente e primeiro-ministro em 11 de Fevereiro.
"Porque é que temos de ir a lugares que estão vazios?" perguntou Matan Ruak da busca, que se tem focado nos montes for a de Dili.
"Já cancelámos as nossas operações... Cancelar não significa que não haverá outra operação outra vez," disse o brigadeiro general, sem elaborar, apesar de dizer que vai monitorizar a situação.
Matan Ruak já pediu uma explicação sobre como a Força Internacional de Estabilização liderada pelos Australianos aqui e cerca de 1,700 polícias da ONU falharam em prevenir carros cheios de cerca de 20 amotinados alcançarem as casas do Presidente José Ramos-Horta e Primeiro-Ministro Xanana Gusmão.
Pensa-se que os militares de Timor-Leste estavam a ter apenas um papel marginal na busca, mas a sua retirada ilumina as relações carregadas com as forças internacionais aqui.
Ramos-Horta foi ferido com gravidade no ataque e aerotransportado para a Austrália, onde está a recuperar, enquanto Gusmão escapou ileso a uma emboscada ao seu carro.
As forças internacionais foram originalmente enviadas a pedido do governo depois dum desassossego ter irrompido em 2006 entre facções de militares e polícias, causando violência sangrenta nas ruas que deixou 37 pessoas mortas.
O líder dos soldados renegados que originalmente desencadeou a violência de 2006 aparentemente liderou os ataques na semana passada e foi morto no tiroteio em casa de Ramos-Horta.
Entretanto os Estados Unidos e a Austrália providenciaram pessoal para ajudar as investigações domésticas dado que Timor-Leste tem falta de pessoal forense e de instalações, disse o procurador-geral Longuinhos Monteiro.
"Isto forçou-me a aconselhar o presidente da República e o governo que para este caso são precisas equipas de apoio para investigação no local do crime para ajudar a facilitar a investigação inicial ," disse Monteiro .
Os Estados Unidos enviarão três membros do FBI enquanto a Austrália providenciou cinco investigadores, disse.
Espera-se que eles fiquem duas ou três semanas, acrescentou Monteiro.
Tradução:
Entrevista - Mari Alkatiri: Reinado não baleou Horta
Tempo Magazine No. 25/VIII/Fevereiro 19-25, 2008
Dois incidentes de tiros ocorreram na passada Segunda-feira – em duas alturas diferentes: um aconteceu na residência do Presidente José Ramos-Horta e o outro visou o carro que levava o Primeiro-Ministro Xanana Gusmão. Ramos-Horta tinha acabado os seus exercícios quando foi atingido por uma rajada de balas no complexo da sua residência. O Major Alfredo Reinado, 42 anos, o líder do ataque sangrento foi morto durante a batalha que se seguiu, juntamente com uma das suas tropas.
Ramos-Horta, um receptor do Nobel da paz em 1966, foi imediatamente levado por via aérea para o Royal Darwin Hospital em Darwin, Austrália. "Esta é claramente uma tentativa de golpe de Estado. Não autorizarei ninguém a tirar vantagem da situação," disse o Primeiro-Ministro Xanana. Desde então, Timor-Leste está debaixo de estado de emergência.
O ataque armado foi actualmente o pico do iceberg numa série de conflitos políticos que tem constantemente afligido Timor-Leste desde a sua independência. Algumas pessoas dizem que o incidente foi a continuação da violência de Maio de 2006, que irrompeu como resultado das políticas de então de Alkatiri. Alkatiri tinha a intenção de despir as forças militares. Cerca de 600 soldados demitidos protestaram, acusando Alkatiri com discriminação. Parece que a maioria das tropas demitidas veio das partes ocidentais de Timor Leste, enquanto os líderes vieram das áreas do leste.
Eles próprios se formaram em gangues de rua. Os grupos sem nome que consistem em jovens, e antigos membros de militares e polícias – alguns deles comandantes. Um deles era o Major Alfredo Reinado. As suas acções tiveram sucesso em causar o caos em Dili. Uma série de civis foi morto. O próprio Mari Alkatiri foi forçado a resignar como primeiro-ministro.
Um dia depois dos tiros contra Ramos-Horta, uma série de publicações em Dili apontavam a Alkatiri, acusando o seu partido político de estar por detrás das actividades de Reinado. Alkatiri negou as acusações. Na última Terça-feira, ele realizou uma conferência de imprensa a refutar todas as acusações.
No meio da situação de emergência em Timor-Leste, Alkatiri falou com o correspondente do Tempo em Dili, José Sarito Amaral, numa entrevista exclusiva, que se realizou na sua residência na Sexta-feira passada. Alkatiri deu informação adicional aos repórteres do Tempo Widiarsi Agustina e Faisal Assegaf por telefone. Extractos:
Qual é a sua opinião sobre os tiros contra o Presidente Ramos-Horta e Primeiro-Ministro Xanana?
É tudo ainda muito misterioso e não quero especular sobre o incidente. Claramente, a morte de Reinado coloca muitas questões, particularmente dado que ele morreu antes do Presidente Horta ser baleado. Isto quer dizer que Reinado actualmente não matou Horta porque morreu primeiro. É isto que me confunde.
Assim, quem foi actualmente responsável pelos dois ataques?
Mais uma vez é difícil determinar quem é o autor. Acabei de saber que não foi Reinado que baleou o Presidente Horta. Bastante estranhamente, uma hora depois dos tiros, o Primeiro-Ministro Xanana Gusmão foi atacado. Tudo isto requer uma investigação imediata e rigorosa. Eu sugiro que uma equipa profissional internacional investigue os incidentes.
Quem é que pensa que será suspeito?
Não quero acusar ninguém, porque isso precisa de evidência e duma investigação rigorosa. Como tal, porque é que os ataques militares de Reinado feitos simultaneamente (foram) tão não-profissionais? Isto é estranho. Na minha opinião, os tiros contra Horta foram executados por um grupo organizado.
Tem alguma ideia de quem é que podia ter conspirado isto com Reinado?
Não posso dizer muito nesta altura. Claramente, as tentativas de assassínio estão ligadas. Eu não sou um investigador, mas estou a tentar recolher alguma informação e a tentar analisar quem está por detrás de Reinado. Porque é que ele morreu antes de Horta ser baleado?
De acordo com alguns relatórios, o ataque esteve ligado a um encontro que o Presidente Horta teve com uma série de políticos, uma semana antes dos tiros.
Penso que estão ligados. Na verdade, houve um encontro com políticos na residência de Horta uma semana antes dos tiros. A participarem no encontro estiveram membros do CNRT liderados por Xanana Gusmão, do PSD, da ASDT e da Fretilin.
O que é que foi discutido nesse encontro?
O Presidente Horta deu as boas vindas à proposta da Fretilin ao Secretário-Geral da ONU.
Essencialmente ela unia todos os partidos sob a Aliança da Maioria Parlamentar (AMP) com a Fretilin, em formar um governo inclusivo, um governo de unidade nacional. A própria Fretilin recusou juntar-se ao governo de unidde nacional como este. A iniciativa foi tomada para resolver o problema de Alfredo Reinado, desertores liderados por Gastão Salsinha e também os deslocados.
Pensa que algumas das elites dos partidos esteve envolvida?
Digo apenas que a pessoa por detrás dos tiros contra Horta talvez discordasse com a iniciativa do Presidente de formar um novo governo e de realizar eleições antecipadas.
Como oposição, o seu partido deve ser visto como um instigador possível da tentativa de golpe.
Nós queremos uma outra eleição, não um golpe, particularmente desde que o Presidente Horta já tinha aprovado isso. Mas subitamente o grupo de Reinado toma a estrada para se revoltar contra o Estado.
Queremos perguntar se está ou não está envolvido nesta tentativa de golpe.
Bem, tenho recebido muito correio de ódio a acusar-me de estar por detrás disto tudo. Eles não querem que seja outra vez primeiro-ministro. Dizem que estão dispostos a fazer tudo desde que Alkatiri não volte a ser primeiro-ministro. Toda a gente parece odiar-me. Eu já expliquei: se Horta não tivesse sido baleado, o acordo para a formação de um governo inclusivo e eleições antecipadas realizar-se-iam. E essa foi a recomendação do meu partido. Assim porque é que eu iria matar alguém e fazer um golpe de Estado?
De acordo com alguns relatos foi você e a Fretilin que estiveram por detrás das acções de Reinado.
Tornou-se uma tradição em Timor Leste que se há um problema, toda a gente acusa disso Mari Alkatiri. Mas está bem. Foi por isso que pedi o estabelecimento duma investigação internacional. A missão da ONU e as forças internacionais em Timor-Leste devem também clarificar a sua fraqueza no país. Porque é que não foram capazes de detectar o ataque? Estavam bastante por perto.
Na sua opinião, qual é a credibilidade do governo de Xanana e Horta aos olhos da população?
O golpe e os tiros indicam que a fé da população no governo de Xanana Gusmão caiu. Não foi capaz de controlar as suas próprias forças de segurança e de proteger o Presidente Horta, Posso dizer que este é um governo inadequado.
A Fretilin quis que isto acontecesse?
A Fretilin não quis isto. Não queremos que a crise piore. A Fretilin defende que esta nação seja estável. O chefe da Fretilin e eu ligámos a Xanana. Dissemos-lhe que os tiros contra Horta foram uma acto de revolta contra o Estado, não contra Xanana ou Horta.
Qual pensa que era a intenção do grupo de Reinado?
A Fretilin nunca usou Reinado para os seus objectivos políticos. Eu nunca me se separei dele porque eu nunca estive junto com ele em primeiro lugar. Eles uniram-se para derrubar o meu governo, mas agora eles estão separados. Na sua opinião quem está por detrás disto tudo?
Portanto, não aprova o movimento de Reinado?
Não é uma questão de apoiar ou não o movimento de Reinado. Apenas lamento que tudo isto tenha acontecido.
É verdade que poucos dias antes dos tiros que Reinado se encontrou com alguns deputados?
Três deputados encontraram-se com Reinado três dias antes dos tiros. Eram do PSD/ASDT e PD. Se os deputados da Fretilin se tivessem encontrado com Reinado nesse dia, imagine o que é que as pessoas diriam agora. O encontro deles foi secreto mas as forças internacionais actualmente viram-nos. É por isso que o Procurador-Geral deve investigá-los. Não quero acusar ninguém dos tiros neste momento. Mas por outro lado tem de haver uma investigação para procurar a verdade.
E acerca do apoio político para com o governo?
Penso que politicamente a AMP está a começar a desestabilizar-se. Talvez caia em breve. Do ponto de vista político, já estão fracos, não conseguiram resolver o problema de Reinado, dos desertores sob comando do Gastão e dos deslocados. Isto está a pôr os apoiantes da AMP muito infelizes. Do ponto de vista da segurança, o Presidente Horta não conseguiu ser protegido. Ele foi baleado. Do ponto de vista económico, toda a gente sabe que correntemente há uma crise de arroz. Os preços dos bens subiram e o governo não foi capaz de controlar isto. É isto que derrubará o governo da AMP, a não ser que haja eleições antecipadas ou que seja formado um governo inclusivo.
Qual é a força dos apoiantes de Xanana no terreno?
Não tem nenhuma porque foram incapazes de dar segurança ao Presidente Horta. Se as pessoas realmente quisessem isso, este governo cowboy pode prevalecer. De outro modo, não conheço nenhuma outra solução. Pendente do regresso da saúde do Presidente, devemos continuar com os preparativos para as eleições antecipadas.
Sobre a segurança, que tal sobre as forças da ONU e das tropas Australianas?
O governo está em melhor posição para responder a essa questão. Pessoalmente, questiono o profissionalismo deles em Timor Leste. Eles estavam muito perto do que aconteceu, contudo não conseguiram ver o grupo de Reinado. Não quero fazer acusações, mas isto é bastante claro.
Parece que tem havido violência contínua em Timor.-Leste desde a independência. Porque é que isto acontece?
Isto acontece porque há um grupo que usa a violência para os seus fins políticos. Actualmente, devíamos realmente aprender com esta experiência para melhor entender o que é que as pessoas querem.
E que tal sobre os esforços para a reconciliação até agora?
Não tem havido nenhuma tentativa de reconciliação. Antes e depois das eleições do ano passado, todos os partidos se queriam livrar da Fretilin. Eles não quiseram unir-se, eles quiseram ir separados. E durante as eleições, a Fretilin foi acusada de muitas coisas para estragar a sua reputação.
E se Horta morre?
Tenho a certeza que vai recuperar. Mas se morrer, tem de haver uma nova eleição presidencial dentro de seis semanas.
quinta-feira, fevereiro 21, 2008
ETimor military pulls out of rebel hunt: commander
Por Malai Azul 2 à(s) 01:04
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
Tradução:
Militares de Timor-Leste retiram-se da caça ao amotinado: comandante
AFP - 20 Fevereiro 2008
Dili – Os militares de Timor-Leste retiraram-se duma caça aos amotinados acusados de tentativas de assassínio contra os dois líderes de topo da nação, disse na Quarta-feira o seu chefe, Brigadeiro General Taur Matan Ruak.
Tropas internacionais lideradas pelos Australianos juntamente com a polícia da ONU, polícia nacional e militares têm andado à procura de pelo menos 17 soldados renegados acusados de tentarem matar o presidente e primeiro-ministro em 11 de Fevereiro.
"Porque é que temos de ir a lugares que estão vazios?" perguntou Matan Ruak da busca, que se tem focado nos montes for a de Dili.
"Já cancelámos as nossas operações... Cancelar não significa que não haverá outra operação outra vez," disse o brigadeiro general, sem elaborar, apesar de dizer que vai monitorizar a situação.
Matan Ruak já pediu uma explicação sobre como a Força Internacional de Estabilização liderada pelos Australianos aqui e cerca de 1,700 polícias da ONU falharam em prevenir carros cheios de cerca de 20 amotinados alcançarem as casas do Presidente José Ramos-Horta e Primeiro-Ministro Xanana Gusmão.
Pensa-se que os militares de Timor-Leste estavam a ter apenas um papel marginal na busca, mas a sua retirada ilumina as relações carregadas com as forças internacionais aqui.
Ramos-Horta foi ferido com gravidade no ataque e aerotransportado para a Austrália, onde está a recuperar, enquanto Gusmão escapou ileso a uma emboscada ao seu carro.
As forças internacionais foram originalmente enviadas a pedido do governo depois dum desassossego ter irrompido em 2006 entre facções de militares e polícias, causando violência sangrenta nas ruas que deixou 37 pessoas mortas.
O líder dos soldados renegados que originalmente desencadeou a violência de 2006 aparentemente liderou os ataques na semana passada e foi morto no tiroteio em casa de Ramos-Horta.
Entretanto os Estados Unidos e a Austrália providenciaram pessoal para ajudar as investigações domésticas dado que Timor-Leste tem falta de pessoal forense e de instalações, disse o procurador-geral Longuinhos Monteiro.
"Isto forçou-me a aconselhar o presidente da República e o governo que para este caso são precisas equipas de apoio para investigação no local do crime para ajudar a facilitar a investigação inicial ," disse Monteiro .
Os Estados Unidos enviarão três membros do FBI enquanto a Austrália providenciou cinco investigadores, disse.
Espera-se que eles fiquem duas ou três semanas, acrescentou Monteiro.
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