terça-feira, setembro 05, 2006

Dos leitores

Sim, as forcas internacionais actualmente em Timor foram convidados pelos órgãos de soberania Timorenses, mediante acordo sendo uma das principais clausulas era repor a ordem e segurança dos bens e das pessoas. Mas pouca coisa se viu, antes pelo contrário, durante longas semanas após a chegada das forcas australiano-neozelandesas a situação piorou. Estavam impávidos e serenos a acompanhar os incêndios e pilhagens, protegendo apenas os seus jornalistas e cameramens tomarem notas e filmarem e depois divulgarem o caos para o exterior. Interessava e interessa a Austrália esta situação. A fuga de Reinados e dos seus comparsas é testemunha disso e tem por objectivo prolongar a estadia australiana e satisfazer o desejo australiano pelo comando das forcas no terreno. Estando agora a segurança nas mãos deles, pretendem também a área judicial e noutra etapa a da administração. Timor passará de Província em Província se nos próprios os Timorenses não ganharmos o juízo e a começar pelos nossos líderes!!!
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9 comentários:

Anónimo disse...

Alkatiri foi amplamente criticado por ter concentrado a sua atenção nas negociações do petróleo com a Austrália, mérito que lhe é reconhecido por todos, e ter esquecido a politica interna e nada ter feito de concreto pelo país.

Parece-me que ao acautelar os rendimentos do petróleo e a independência do país terá sido a política mais acertada para lançar os alicerces de um país a construir.

O que se pergunta é o que têm feito os seus maiores criticos para resolver os actuais problemas do país.

Senão vejamos:

O Primeiro Ministro Ramos Horta tem-se concentrado nas "exigências" dos países vizinhos Austrália e Indonésia e medidas concretas para que o país retorne à normalidade e os deslocados voltem a casa até agora não se verificaram.

O Presidente da República mantém-se em silêncio e pelos vistos concentrado no seu adorável jardim.

A oposição parlamentar, cujos deputados mantêm ligações obscuras com a Indonésia, a Austrália e os Estados Unidos, até agora não apresentaram qualquer proposta de lei, medida de emergência ou projecto para resolver o problema dos deslocados e da segurança.

A Igreja que tanto se manifestou politicamente contra Alkatiri, até agora também nada fez de concreto para ajudar o poder politico a restabelecer a paz, a segurança e o regresso dos deslocados às suas residências.

Todos se juntaram para derrubar Alkatiri com o fundamento que seria a única solução para a estabilidade do país.

A pergunta é inevitável:

Porque é que essa estabilidade não se verifica? Bem pelo contrário agrava-se diariamente?

Porque é que os deslocados não voltam às suas casas se a ameaça "Alkatiri" já deixou de existir?

Porque é que foram todos tão "activos" no derrube de "Alkatiri" e agora nada fazem para resolver os problemas internos do país?

Porque é que o Presidente da República que discursou de forma tão violenta e inflamatória em nome do seu "querido povo martirizado" nada diz perante a violência diária e a manutenção dos cidadãos nos campos de deslocados?

Porque é que Railos é tão "afavelmente" recebido pelo Presidente da República, na sua residência?

Porque é que a espôsa do Presidente da República presta declarações politicas e coincidentemente apenas no derrube do Alkatiri e na protecção de Alfredo Reinado?

Porque é que o Primeiro Ministro se preocupa com a liderança da FRETILIN e não se preocupa com os crimes cometidos por elementos da oposição, por exemplo o deputado Leandro Isaac?

Porque é que o Primeiro Ministro não se preocupou com a segurança da prisão?

E os "porquês" são muitos...

Mas terminaria a perguntar:

Porque é que ninguém, Presidente da República, Primeiro Ministro, parlamento, oposição e Igreja católica se preocupa com o povo?!

Anónimo disse...

Para quando a existência de um "pacto de Regime" onde todos os intervenientes, Governo oposiçao Igreja fazem um esforço DE MODO A QUE a estabilidade regresse e o País começe a existir porque senão as INTERFERÊNCIAS ESTRANGEIRAS ´TOMAM CONTA SEM A GENTE DAR CONTA.......

Anónimo disse...

Não se preocupam porque todos estão envolvidos, de uma forma ou de outra, não na "crise" mas no golpe organizado para o derrube do primeiro governo constitucional de Timor-Leste.

E todos o fizeram por motivos vários mas sem dúvida na defesa dos seus próprios inteesses.

E agora os "comprometimentos" que assumiram e as compensações, umas recebidas outras não, mantêm-nos "presos".

E "presos" não só com as ligações externas mas também por aquilo que os moveu - objectivos pessoais.

Como disse Ximenes Belo os politicos inventaram uma divisão nacional ficticia para atingir os seus próprios fins.

Nunca o povo ou o destino do país fez parte dos seus planos.

Não deverá por isso ser surpreendente que actualmente o povo seja o menos importante.

É evidente que o sentido de Estado e a preocupação com o destino do País são valores ausentes no comportamento do Presidente da República, do actual Primeiro Ministro, dos lideres da oposição e dos Bispos.

Conseguiram sim provar o arrogante desprezo pela vida dos cidadãos de Timor-Leste em detrimento das suas ambições pessoais básicas e mesquinhas.

É esta a maior miséria do povo timorense - a ausência de uma classe política ética e responsável!

Anónimo disse...

É evidente que o derrube de governos que não seja por eleições só pode levar o país ao caos, violência e anarquia.

Será que Xanana Gusmão é tão inocente que não sabia as consequências?!

Ou será que as consequências servam plenamente os seus interesses?

Basilio Araujo disse...

É uma pena ver os Timorenses ultrapassar esta situação da crise política. Talvez isto é uma indicação que os Timorenses so ficam sosegados com a existencia duma terceira parte. Com foi os colonialistas portugueses, Indonésios, Árables (após a independencia de Timor) e Mistiços. Daqui há 20 anos ainda nascem masi os mistiços que as forças internacionais criaram e que vão criar com a sua nova missão em Timor Leste.

Isto lembrou duma violação em Aceh onde a víctime disse: Ainda melhor ser raptado por um branco ou africano do que um javanes.

Timorenses gostam mais de ser colonizados que eles prórprios a gerir a sua própria nação. É necessário os Timorenses aprenderem da Papua Guinea, como os Australianos tratam-lhes pior que animais ou o exemple de aborigens na Austrália. Sera que os Timorenses sonham em serem Aborigens da Australia num dia. Pelo menos, eu não e ja disse isto em frente de Alexander Downer quando ele visitou Timor Leste em 1999.

Anónimo disse...

Enquanto a Austrália e os Estados Unidos se movimentam na defesa dos seus interesses manipulando as "figuras" do palco timorense e o Presidente da República cuida do seu jardim como se nada estivesse a acontecer no país os timorenses continuam sózinhos, à margem do palco politico, a lutar pela sua cada vez mais dificil sobrevivência.

Um dia Portugal vestiu-se de branco por Timor-Leste.

Talvez fosse a hora de Portugal se vestir de preto em solidariedade com um povo martirizado pelos seus próprios dirigentes.

Basilio Araujo disse...

Le o livro do Franz Fanon: "Black Skin White Mask". Há mais o outro livro "White Skin Blak Mask, ma esqueci do autor.

Anónimo disse...

Com o Povo inseguro e a passar dificuldades, o Presidente mais preocupado com o seu jardim! Ainda que fosse uma plantacao de aboboras como nos prometeu!

Anónimo disse...

Concordo com a substancia e conteudo do comentarista que refere a certo passo que todos somos culpados da actual crise porque Timor atravessa, excepcao feita a generalizacao. Assim, por omissao de culpados iliba a Fretilin como Fretilin quando e do conhecimento generalizado que parte da Fretilin tem tambem culpas no cartorio. Generaliza ainda sobre a oposicao como se esta tivesse uma posicao concertada e organizada. De facto ha Oposicao e oposicao. Nao podemos por todos no mesmo saco? Porque nao reconhece-lo e dar os devidos creditos a quem o merece?

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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