terça-feira, setembro 05, 2006

Dos leitores - da Fretilin

Tradução da Margarida.


A campanha de desestabilização não há-de parar. Todos parecem estar preocupados com a "inevitável perda" da FRETILIN nas eleições de 2007.

Há riscos?

Com certeza. Estaríamos a iludir-nos a nos próprios se nos convencêssemos que a batalha esta ganha sem trabalho. Estamos a trabalhar para que a FRETILIN seja capaz de enfrentar novos desafios, desafios esses resultantes especialmente da crise politica que fez retroceder TL tantos anos. Apesar da grande campanha anti-FRETILIN, estamos convictos que, mais uma vez, a FRETILIN ganhara as eleições de 2007.

Se os partidos da oposição ganharem mais assentos e formarem uma coligação forte e credível, ficaríamos também satisfeitos. Ajudar-nos-iam a crescer também. No nosso sistema multipartidário, isto beneficiaria a todos. Acho que os não-filiados na FRETILIN deveriam ajudar os outros partidos a reorganizarem-se para as eleições de 2007. Deixem a FRETILIN tratar da FRETILIN. Os membros da FRETILIN que tenham ideias inovativas, devem apresentam nos círculos da FRETILIN. Se as ideias não forem aceites, paciência.

O princípio da maioria deve prevalecer. Há que saber perder, sejam quais forem as circunstâncias. São as regras democráticas. É o mínimo que se pode exigir de quem escolhe ser militante de um partido. Quem se recusa a obedecer a estas regras não pode reclamar-se como militante da FRETILIN.

Os estatutos do partido estão claros em relação a este aspecto. Sem estas regras, o nosso partido não teria atingido o nível que hoje tem. Somos o partido mais organizado de Timor-Leste com programas políticos bem definidos. Somos o único partido que publica contas no Jornal da República.

...

Horta tem o direito à sua própria opinião, mas também tem o dever de ser responsável e de não complicar o assunto que pode exacerbar a situação frágil.

Qualquer reforma da FRETILIN terá de ser feita através duma moldura legítima. A FRETILIN como Horta bem sabe tem a sua própria moldura para escolher os seus próprios líderes. Isto foi feito legitimamente no decurso do recente congresso da FRETILIN e endossado pelo mais alto Tribunal de Timor.

Ramos Horta quer lutar contra a corrupção e tudo quanto acredita ser um desafia à segurança de Timor-Leste. Falha miseravelmente na resposta a duas questões. A primeira é que apoia José Luís Guterres cujos ardentes e oportunistas apoiantes na FRETILIN são de carácter duvidoso, alguns até perderam as suas pastas ministeriais por causa de corrupção, escolhendo José poderiam desestabilizar a completa situação de segurança. A segunda é que falha a responder a qualquer preocupação sobre os que estão na verdade por detrás da insegurança, os do tipo de Alfredo um amotinado, os Peticionários, os Parlamentares com uma espingarda, os distintos oficiais da Polícia que distribuíram armas do arsenal da Polícia, a oposição que não foi capaz de controlar as pessoas que eles organizaram para se manifestarem pelo derrube do Governo de queimarem casas e induzir à violência, e mais importante refrear os indivíduos mais influentes em Timor.

É tempo de Horta se concentrar em desenvolver os partidos da oposição a compreenderem a democracia de modo a que as únicas mudanças de Governo sejam através das caixas de votos. É também tempo de Ramos Horta começar a concentrar-se nos assuntos correntes Nacionais como o que fazer com as pessoas Deslocadas, como criar um ambiente seguro de modo a que as Pessoas possam viver vidas normais em vez de interferir com um Partido Político cuja liderança provou ser legítima.

Noutra nota, a FRETILIN quer um verdadeiro líder não um boneco.

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12 comentários:

Bere-Key disse...

Isto mesmo, Guidinha(s),
prepara os teus correlegionários para a derrota que aí vem, se o Dr. Alkatiri for indicado como candidato ao lugar de PM, caso a FRETILIN vença as próximas eleições.

Você(s) te(ê)m de reconhecer que o Dr. Mari está muito gasto, não só face aos seus inimigos e adversários internos, mas também aos olhos do povo.

Reconheço ao Dr. Mari capacidade de decisão, de acção, nem sempre correcta, como tantas vezes aqui critiquei, mas é uma das pessoas com mais capacidade e dos mais úteis a Timor.
Mas é preciso que ele queira mais do que ser simplesmente "il capo", é preciso que perca os seus tiques ditatoriais, é preciso que aceite outro papel que não o de PM. É preciso que saiba melhor comunicar a sua mensagem, ter a sua volta pessoas capazes de lhe dizer NÃO, sem que ele veja nisso uma ameaça ao seu lugar. É preciso que ele forme uma equipa não só de confiança, mas também pessoas capazes em quem ele possa delegar poderes sem ter medo. Mas duvido. Vai querer agarrar-se ao lugar de PM e, com isso, acabar por derrotar a própria FRETILIN.

Visto de fora, de quem não se revê em nenhum partido em particular, honestamente, acho que a alternativa à FRETILIN-Maputo é a FRETILIN-CNRT, porque a oposição não existe, em termos políticos. Existem partidos de descontentes mas não verdadeiros partidos de oposição, responsáveis, credíveis para formar um governo alternativo.

Eles têm figuras comptentes mas não um grupo coeso e capaz de fazer face a FRETILIN, de forma responsável e fiável.

Se uma boa parte das oposições se aliarem, têm tudo para vencer as próximas eleições.

Mas para isso, é preciso que saibam o que querem. Não podem de manhã dizerem que são aliados, a tarde o Eng.º Carrascalão diz uma coisa e a noite o Dr. Fernando diz o contrário, isto, para não falar já de pequenos partidos que possam ser úteis à esta plataforma alternativa

Se se organizarem, criarem uma equipa, saberem trabalhar em equipa, arranjar um porta voz que fale em nome da aliança, apresentarem um projecto de governo, um programa com cabeça, tronco e membros, então podem ser uma alternativa fiável à FRETILIN. Caso contrário, não vão lá.

Mas o ideal para Timor, penso eu, deverá ser a formação de uma grande coligação nacional. É preciso que todods remem para o mesmo lado, caso contrário, os que estão excluídos, não se sentindo úteis, vão aproveitar todas as oportunidades de desestabilização para se tentarem afirmar. Isso é mau para todos.

Quero também esclarecer, aqui, uma coisa. O quen quis dizer, no meu último texto, é que eu acho que a diabolização do Reinado é um mau princípio. Só serve para torná-lo importante, um herói, aos olhos dos seus apoiantes. Ora, isso não interessa a ninguém.

Anónimo disse...

When Mari Alkatiri was Prime Minister of Timor Leste, he was
responsible for the breakdown of law and order, acording to
Australia's political leaders and most media commentators. Who is to
blame now? Neither Alkatiri or his democratically-elected majority
party, FRETILIN, controls security anymore. Meanwhile FRETILIN
supporters are the main targets of gang violence and the absurd Bin
Laden style video incitement of the escaped terrorist Major Reinado.
Why does the Australian government not insist that the security
forces do their job? In whose intersts is it that so many armed
groups should remain at large? We should ignore the protests of the
unelected First Lady whose qualification to comment on Reinado's
character appears only to be her media-savvy staff and her Australian
accent.Her interference in this dispute has been consistently
ill-advised. Did she not see the Major shoot on loyal troops whom her
husband commands in front of the SBS cameras? The tragedy of Timor
Leste, history will show, was the failure of so many who supported
its independence to defend its peoples' right to have their
democratic choice respected until the next election.

Anónimo disse...

Está-se mesmo a ver que caso a FRETILIN-Maputiana vença as próximas eleições, se vislumbra o mesmo género de apego ao poder e a tentativa de tornar tudo da mesma côr... e claro que serão beneficiados uns mais que outros... repete-se a tristeza ou então veremos as forças da ordem a malharem na populaça, não?

Acontece.

Anónimo disse...

A Fretilin mostrou e demonstrou a sua capacidade de adaptacao ao londo de 24 anos de luta contra os ocupantes e pela independencia de Timor! Sofreu transformacoes ao longo destes anos todos sempre com o objectivo de juntar TODOS com o unico objectivo: a independencia. Criou orgaos abrangentes: a primeira tentativa foi a criacao do CRRN, transforfou posterirmente em CNRM e finalmente em CNRT em 1998. A Fretilin aparecia as vezes com forca, outras vezes 'desaparecia' ou 'escondia' para dar lugar a orgaos colegiais e colectivas de grande abrangencia, mas sempre presente em todas as ocasioes. Quando o ocupante perguntava se alguem via a Fretilin, a propria Fretilin repondia que nao via a Fretilin. A esta nova realidade que se criou, a Fretilin sabera adaptar-se e ainda vai mais uma vez surpreender os seus detractores. Tenham paciencia, so faltam sete mese para as eleicoes e depois verao os resultados.
Por favor ja nos dividiram o suficiente, nao nos dividam mais! Ja basta os autonomistas e os independentistas, os lorosae e loromonu, kaladis e firakus, mesticos, arabis e indianos, os de fora e os de dentro, os de Dili e os da montanha, os doutores e os nao-doutores, e agora aparece a Fretilin-Maputo e a Fretilin-CNRT!!!
Pensem nas nossas criancas e jovens que deixaram de ir as escolas, nos nossos avos, nos velhos, nos fracos e aleijados, nos pobres que se tronaram ainda mais pobres. Pensem nas nossas maes, MAES Timorenses que tanto sofreram durante a ocupacao que, a custo, criaram os filhos que hoje sao manipulados por gente ambiciosa de poder que nao olha a meios para atingir seus fins.
Hoje estamos a atravessar dos mais momentos mais negros da nossa Historia recente. Estamos a sofrer mais uma vez! Mas nao queremos, nao precisamos que sintam pena de nos! Exigimos sim, RESPEITO! Nao nos dividam mais!!

Anónimo disse...

A proposito de apresentacao e publicacao de relatorio de contas, alguem me sabe responder se o defunto CNRT ja apresentou e publicou o seu relatorio de contas, como ficou definido no seu ultimo congresso? Nao queremos que Xanana volte a banhar-se em lagrimas perante os doadores para justificar o seu desmando, descomando ou descontrole na utilizacao dos dinheiros recebidos em nome de todos nos!

Bere-Key disse...

Quero lembrar ao ou à anónimo(a) de
Terça-feira, Setembro 05, 2006 5:27:34 PM, que a divisão existe, não fui eu que inventei.

Quando não encaramos os problemas de frente, arriscamo-nos a ter surpresas extremamente desagradáveis, como aquelas pelas quais estamos a passar. Quando queremos resolver problemas de divisão, temos, primeiro, que admitir o que nos separa e o que nos une, e partir do que nos une para solucionarmos este problema. Não é fazendo como avestruz, que enterra a cabeça na areia, quando vem a tempestade.

A divisão FRETILIN-Maputo FRETILIN-CNRT sempre existiu. Chamei de FRETILIN-Maputo como poderia ter chamado de ala Alkatirista ou Marxista ex-Marxista. Chamei de FRETILIN-CNRT como poderia ter chamado de ala de JLGuterres/Ramos-Horta ou social-democrata.

Pela sua conversa de "...não precisamos que sintam pena de nós..." parece querer insinuar que eu não sou timorense. Pois desengane-se. Eu sou timorense, não só de nascença, como também de origem. Tenho tétum por lingua materna. Portanto, não admito que ponha em causa a minha timorensidade.

Anónimo disse...

Por favor Marxista? Conheces bem o que e Marxismo...Diga-la quatro anos de Governasao de Alkatiri nem vi um politica Marxista em relasao o desenvolvimento de Timor.

Sim ha divisao em FRETILIN, divisao entre os que nao respeitam o resultado de congresso e os que nao por caso nao tem apoio.

FRETIIN CNRT! Pois e, sabemos os de CNRM/CNRT manipuladores muinto bem.

E mais uma nota, o CNRT ja apreresentou contas?

Anónimo disse...

Bere-key tocou num aspecto fundamental: se a oposição quer assumir-se como alternativa à Fretilin, tem que oferecer um projecto alternativo de governo que tenha alguma credibilidade aos olhos do povo.

Ora, com as suas qualidades e defeitos, todos sabemos que actualmente a Fretilin é a única força em condições de responder às exigentes solicitações executivas e legislativas do país. Não é culpa da Fretilin se a oposição não consegue atingir o sofisticado nível de organização e o recrutamento de quadros que caracterizam a Fretilin.

E por mais ideal que fosse a tal "convergência nacional" ou novo CNRT, etc, o facto é que a Fretilin só por pura loucura iria abdicar dessa vantagem que tanto trabalho lhe deu a alcançar para se coligar com uma oposição medíocre, incapaz e impotente (sem prejuízo das qualidades individuais de alguns dos seus líderes ou simples militantes).

O problema é que ninguém pode obrigar a Fretilin a fazer algo contra a sua vontade. Portanto, a tal "coligação" ou "convergência" está condenada a nunca sair da esfera da ficção científica.

Parece-me que a atitude mais realista para quem não se identifique com a Fretilin é aceitar a democracia, aceitar a eventual derrota e trabalhar para conseguir um resultado melhor no futuro, trabalhando a favor do seu projecto e não obsessivamente contra a Fretilin, o que será sempre contraproducente.

Anónimo disse...

"Não é culpa da Fretilin se a oposição não consegue atingir o sofisticado nível de organização e o recrutamento de quadros que caracterizam a Fretilin."

A culpa da FRETILIN é a mesma de Alberto João Jardim na Madeira.

As causas últimas de quase todos os quadros da Madeira perncerem ao PSD-Madeira são óbvias. Quem quer viver tem de se ajeitar.

Em Timor, não se passou nada de diferente. Para ter emprego no Estado, para se poder ganhar concursos públicos, etc... tem que se ter cartão de filiado na FRETILIN.

E chega a um ponto, quando a coisa não é bem distribuída, que acaba por rebentar por algum lado.

Nesse aspecto, Alberto João é bem mais inteligente.

Mas quando criticarem o défice democrático da Madeira, não se esqueçam de fazer o mesmo em Timor-Leste.

Anónimo disse...

Comparacao Timor/Madeira eh muito forcado, embora haja duas figuras com tiques parecidos: o Jardinesco e o Xananesco. La temos uma republica Jardinesca e por ca temos a republica Xananesca.

Anónimo disse...

Ah pois, em timor a FRETILIN é muito mais democrática, pois claro!
Até se lembrou de num gesto de altruísmo extremo, ceder a sua bandeira, para ser a do país, com um retoque aqui e outro ali.

Nem Alberto João se lembraria de tal.

Anónimo disse...

O ALBERTO JOAO JARDIM PELO MENOS VAI A CAMINHO DE CONSEGUIR UM FEITO QUE O ALKATIRI/FRETILIM JAMAIS CONSEGUIRAO.
50 ANOS DE GOVERNO!!!!!!!!!!!!!

VIVA A SOCIAL DEMOCRACIA.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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