quinta-feira, fevereiro 07, 2008

MEDIAWATCH: Hunger and displacement still stalk E. Timor

05 Feb 2008 17:25:00 GMT
Written by: Rebecka Rosenquist

When riots broke out in East Timor in the spring of 2006, thousands were forced from their homes. Nearly two years on, an estimated 100,000 people, or nearly 10 percent of the population, are still displaced and living in camps, 30,000 thousand of them in the capital Dili. Some 1,500-2,000 internally displaced people (IDPs) are even camped out with their goats, pigs and chickens on the paths and corridors of Dili's national hospital, posing a health and security threat to patients and fellow IDPs.

East Timor's "IDP problem" is a hard nut yet to be cracked. The government wants people to return home - so much so that it has approved a cash compensation package for repatriated IDPs, to be paid out according to the level of damage done to their houses in the unrest.

As Neil Campbell, an analyst with Brussels-based International Crisis Group, writes on OpenDemocracy, this is more than simply an issue of ending dependency on food aid and moving the country forward. Campbell says the camps have become a threat - both as a source of and magnet for criminal activity and as a base of opposition support.
IRIN, the U.N. news wire, reports that many IDPs are reluctant to go home for fear of future violence. Many have no home to return to, as up to 6,000 houses were destroyed in Dili alone in the violence two years ago.

There are also the wider issues involved with any compensation programme. IRIN says the government must make sure the compensation package doesn't create new tensions between recipients and poor Timorese who don't get handouts.

To encourage IDPs to go home, the United Nations and the government are scaling back food distribution programmes in IDP camps and other feeding centres around the country. They halved rations in February and plan to end the programme completely in April.

The U.N. refugee agency, which in recent years has expanded its mandate to work with IDPs, has already been forced to end its programmes in East Timor due to a lack of funding.

Radio Australia reports that the change in the U.N.'s food aid arose from concerns the system was being abused, and more importantly, that there is a wider issue of country-wide food insecurity that needs to be addressed.

A U.N. representative told Radio Australia that food-for-work or school feeding programmes are a possibility, but that the blanket feeding of huge numbers of people on a monthly basis has created dependency and is not sustainable.

Radio Australia cites a recent World Food Programme report on East Timor that suggests food insecurity is as much a threat to the population outside the camps as it is to those inside. The agency's country director told IRIN that 46 percent of children throughout the country were stunted due to malnutrition.

Anne Barker, with the Australian Broadcasting Company, writes that recent floods and plagues of locusts have increased the possibility of a food crisis in East Timor. Relief authorities are warning that wet-season rains have caused serious damage in 11 of the country's 13 districts.

This raises the question of what livelihoods will be available to repatriated IDPs. Two months of rice rations promised by the Ministry of Social Solidarity to families willing to go home will not provide a long-term solution to the greater issue of food insecurity throughout the entire country.

As Angela Robson writes in Le Monde diplomatique, East Timor is ranked behind Sudan, Iraq, Somalia and Zimbabwe in the alert category of the 2007 Failed States Index, compiled by an independent NGO. In other words, the future of this young state is far from certain. Giving people the means to make a living and the possibility of self-sufficiency is an important element of the country's future security.
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Tradução:

MEDIAWATCH: Fome e deslocalização ocorrem ainda em Timor-Leste

05 Fev 2008 17:25:00 GMT
Escrito por: Rebecka Rosenquist

Quando rebentaram os motins na ptimavera de 2006 em Timor-Leste, milhares foram forçados das suas casas. Quase dois anos depois, uma estimativa de 100,000 pessoas, ou perto de 10 por cento da população, estão ainda deslocados e a viverem em campos, 30,000 mil deles na capital Dili. Cerca de 1,500-2,000 deslocados estão mesmo acampados com as suas cabras, porcos e galinhas nos caminhos e corredores do hospital nacional de Dili, colocando uma ameaça à saúde e segurança dos pacientes e colegas deslocados.

O “problema dos deslocados” de Timor-Leste é uma noz dura que ainda não foi partida. O governo quer que as pessoas voltem a casa – tanto que aprovou um pacote de compensação em dinheiro para repatriar os deslocados, a ser pago de acordo com o nível de estragos causados nas suas casas no desassossego.

Como Neil Campbell escreve, um analista do International Crisis Group sediado em Bruxelas, no OpenDemocracy, este é mais do que simplesmente uma questão para acabar com a dependência em ajuda alimentar e fazer avançar o país. Campbell diz que os campos se tornaram uma ameaça – tanto como uma fonte e um magneto para actividades criminais e uma base para apoio da oposição.IRIN, o difusor de notícias da ONU, relata que muitos deslocados estão relutantes em irem para casa com receio de violência futura. Muitos nem têm casas para onde voltar,dado que mais de 6,000 casas foram destruídas apenas em Dili na violência de há dois anos atrás.

Há ainda as questões mais gerais relativas a qualquer programa de compensação. O IRIN diz que o governo se deve assegurar que o pacote de compensações não vai criar novas tensões entre os receptores e os Timorenses pobres que não recebem dádivas.

Para encorajar os deslocados a voltarem para casa, a ONU e o governo estão a reduzir programas de redução de comida em campos de deslocados e outros centros de alimentação pelo país. Cortaram para metade as rações em Fevereiro e planeiam acabar com o programa completamente em Abril.

A agência de refugiados da ONU, que em anos recentes expandiu o seu mandato para trabalhar com deslocados, já foi forçada a pôr fim aos seus programas em Timor-Leste devido à falta de financiamento.

Radio Australia relata que a mudança da ajuda alimentar da ONU foi criada por preocupações de que o sistema estava a ser abusado, e mais importante, que há uma questão mais alargada de insegurança alimentar do país que precisa de ser considerada

Um representante da ONU disse à Radio Australia que programas de de alimentação-por-trabalho e alimentação escolar são uma possibilidade, mas que a alimentação em massa de grande número de pessoas numa base mensal criou dependência e não é sustentável.

Radio Australia cita um recente relatório do Programa Mundial de Alimentação sobre Timor-Leste que sugere que a insegurança alimentar é uma ameaça tanto para a população no exterior dos campos como é para a que está no interior. O director da agência no país disse ao IRIN que 46 por cento das crianças no país estavam atrofiadas devido à má nutrição.

Anne Barker, da Australian Broadcasting Company, escreve que recentes inundações e pragas de gafanhotos aumentaram a possibilidade duma crise alimentar em Timor-Leste. Autoridades de socorro estão a avisar que as chuvas da estação húmida causaram estragos sérios em 11 dos 13 distritos do país.

Isto levanta a questão do sustento que estará disponível para repatriar os deslocados. Dois meses de rações de arroz prometidas pelo Ministério da Solidariedade Social às famílias que querem voltar para casa não darão uma solução a longo-prazo para a questão maior da insegurança alimentar em todo o país.

Como Angela Robson escreve noLe Monde diplomatique, Timor-Leste está classificado depois do Sudão, Iraque, Somália e Zimbabwe no ìndex de alerta de 2007 dos Estados Falhados, compilado por uma ONG independente. Por outras palavras, o futuro deste jovem Estado está longe de certo. Dar às pessoas os meios para viverem e a possibilidade de auto-suficiência é um elemento importante da futura segurança do país.

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1 comentário:

Anónimo disse...

Tradução:

MEDIAWATCH: Fome e deslocalização ocorrem ainda em Timor-Leste
05 Fev 2008 17:25:00 GMT
Escrito por: Rebecka Rosenquist

Quando rebentaram os motins na ptimavera de 2006 em Timor-Leste, milhares foram forçados das suas casas. Quase dois anos depois, uma estimativa de 100,000 pessoas, ou perto de 10 por cento da população, estão ainda deslocados e a viverem em campos, 30,000 mil deles na capital Dili. Cerca de 1,500-2,000 deslocados estão mesmo acampados com as suas cabras, porcos e galinhas nos caminhos e corredores do hospital nacional de Dili, colocando uma ameaça à saúde e segurança dos pacientes e colegas deslocados.

O “problema dos deslocados” de Timor-Leste é uma noz dura que ainda não foi partida. O governo quer que as pessoas voltem a casa – tanto que aprovou um pacote de compensação em dinheiro para repatriar os deslocados, a ser pago de acordo com o nível de estragos causados nas suas casas no desassossego.

Como Neil Campbell escreve, um analista do International Crisis Group sediado em Bruxelas, no OpenDemocracy, este é mais do que simplesmente uma questão para acabar com a dependência em ajuda alimentar e fazer avançar o país. Campbell diz que os campos se tornaram uma ameaça – tanto como uma fonte e um magneto para actividades criminais e uma base para apoio da oposição.
IRIN, o difusor de notícias da ONU, relata que muitos deslocados estão relutantes em irem para casa com receio de violência futura. Muitos nem têm casas para onde voltar,dado que mais de 6,000 casas foram destruídas apenas em Dili na violência de há dois anos atrás.

Há ainda as questões mais gerais relativas a qualquer programa de compensação. O IRIN diz que o governo se deve assegurar que o pacote de compensações não vai criar novas tensões entre os receptores e os Timorenses pobres que não recebem dádivas.

Para encorajar os deslocados a voltarem para casa, a ONU e o governo estão a reduzir programas de redução de comida em campos de deslocados e outros centros de alimentação pelo país. Cortaram para metade as rações em Fevereiro e planeiam acabar com o programa completamente em Abril.

A agência de refugiados da ONU, que em anos recentes expandiu o seu mandato para trabalhar com deslocados, já foi forçada a pôr fim aos seus programas em Timor-Leste devido à falta de financiamento.

Radio Australia relata que a mudança da ajuda alimentar da ONU foi criada por preocupações de que o sistema estava a ser abusado, e mais importante, que há uma questão mais alargada de insegurança alimentar do país que precisa de ser considerada

Um representante da ONU disse à Radio Australia que programas de de alimentação-por-trabalho e alimentação escolar são uma possibilidade, mas que a alimentação em massa de grande número de pessoas numa base mensal criou dependência e não é sustentável.

Radio Australia cita um recente relatório do Programa Mundial de Alimentação sobre Timor-Leste que sugere que a insegurança alimentar é uma ameaça tanto para a população no exterior dos campos como é para a que está no interior. O director da agência no país disse ao IRIN que 46 por cento das crianças no país estavam atrofiadas devido à má nutrição.

Anne Barker, da Australian Broadcasting Company, escreve que recentes inundações e pragas de gafanhotos aumentaram a possibilidade duma crise alimentar em Timor-Leste. Autoridades de socorro estão a avisar que as chuvas da estação húmida causaram estragos sérios em 11 dos 13 distritos do país.

Isto levanta a questão do sustento que estará disponível para repatriar os deslocados. Dois meses de rações de arroz prometidas pelo Ministério da Solidariedade Social às famílias que querem voltar para casa não darão uma solução a longo-prazo para a questão maior da insegurança alimentar em todo o país.

Como Angela Robson escreve noLe Monde diplomatique, Timor-Leste está classificado depois do Sudão, Iraque, Somália e Zimbabwe no ìndex de alerta de 2007 dos Estados Falhados, compilado por uma ONG independente. Por outras palavras, o futuro deste jovem Estado está longe de certo. Dar às pessoas os meios para viverem e a possibilidade de auto-suficiência é um elemento importante da futura segurança do país.
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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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