quinta-feira, junho 08, 2006

"É injusto atribuir todas as culpas a Mari Alkatiri"

DN

Lisboa
08.06.06

Francisco Mangas

Basílio do Nascimento
Bispo de Baucau

Foi uma das vozes da Igreja que se levantou contra a ocupação indonésia. No regresso a Portugal, o bispo de Baucau, pretende trocar impressões sobre a crise política em Timor com D. Ximenes Belo.

O bispo de Baucau, que foi a Paredes angariar apoio para construir uma fábrica de mobiliário em Timor, diz que o descontentamento em relação a Alkatiri não tem raiz étnica, nem surge pelo facto de o primeiro-ministro ser muçulmano. D. Basílio elogia o regresso da GNR e critica a resposta "desproporcionada" dos australianos: "Os tumultos são só em certos bairros de Dilí."

A pacificação em Timor passa pela saída de Mari Alkatir da chefia do governo?

Neste momento, há um descontentamento geral em relação ao senhor primeiro-ministro. Mas atribuir todas a culpas a Mari Alkatiri é injusto. É necessário encontrar uma solução para se evitar a tensão.

Ramos Horta mostra-se disponível para, se Alkatiri pedir a demissão, aceitar o cargo de primeiro-ministro de Timor. Agrada-lhe esta solução?

É uma possibilidade que pode abrir caminho à estabilidade no território timorense ou, pelo menos, amenizar a tensão vivida nos últimos tempos.

Mas a saída de Mari Alkatiri do Governo trará, por certo, os protestos dos seus apoiantes para as ruas.

Se por causa do descontentamento de um grupo ou de um pessoa, o Estado se demite, abre-se um precedente perigoso. Mari Alkatiri é sério, competente e uma pessoa de boas intenções - só o relacionamento com as populações não tem sido o melhor.

A democracia em Timor está em perigo?

Não. As pessoas estão conscientes de que a independência foi construída com sangue, muito sangue. É preciso dizer que os tumultos são apenas em certos bairros de Dilí, o resto de território está calmo.

Como vê o regresso das tropas australianas a Timor?

Julgo que a resposta dada pelos australianos é desproporcional à situação: 1 500 homens, blindados... tanta gente e, no entanto, os incêndios e as pilhagens a casas continuaram.

Quando regressar para a semana a Timor espera encontra a situação mais calma?

Acho que sim. Mas há grupos não identificados, que agem pela violência gratuita, que vão continuar por mais tempo.

2 comentários:

Anónimo disse...

Finalmente alguma inteligência politica embora inconsistente!

Anónimo disse...

POLITICA OU RELIGIOSA?
OU RELIGIOPOLITICA?

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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