sexta-feira, julho 21, 2006

Uma vida, um número

"Uma vida, um número

A palavra «só» é uma palavra tão triste como o livro do António Nobre do qual é título. Mas ler, como hoje li, um «só matei três pessoas», pode ser a expressão desculpante num mundo de horror, mas dói. Na contabilidade do que se mata, os genocidas ficam sempre beneficiados. A partir de muitos milhares, já ninguém quer saber. Os grandes números equivalem sempre a zero.

José António Barreiros "

Este comentário não deixou de me lembrar que a Procuradoria-Geral ainda nada fez para averiguar "só" as 30 mortes ocorridas nos últimos meses em Timor.

Será que "já ninguém quer saber"?

Talvez já só queiram saber os familiares dos mortos que como J.Antonio Barreiros se sentem tristes e não entendem o "horror" que é a Procuradoria-Geral dar prioridade a um processo mediático e com contornos políticos em detrimento da justiça que deveria ser feita aos seus mortos.

E o Presidente da República não parece nada horrorizado por a justiça não dar resposta, não dar ouvidos ao seu povo martirizado por mais 30 mortes.

4 comentários:

Anónimo disse...

Yesterday, four FFDTL victims, who died fighing the rebelious soldiers, were burried with full military honours in Metinaro. There were no conciliatory gestures from the FFDTL as to their position in relation to the rebel soldiers, i.e. Alfredo and the Petitioners.

However yesterday's event was not reported in any international media.

Would Malae Azul be kind enough to elaborate on this event?

Many thanks.

Anónimo disse...

Os resultados da investigação do 4 de Dezembro até hoje não forem divulgados pelo PG Longuinhos Monteiro.

O mesmo irá acontecer quanto à investigação sobre a actual crise.

Não é por acaso que o PR reconduziu Longuinhos Monteiro no cargo.

Timor-Leste só é um Estado de Direito no texto da Constituição.

Quanto a esta parte encontra-se "suspensa" há muito tempo.

Anónimo disse...

Ninguém está interesado no funcionamento da Justiça.

Veremos se as Nações Unidas se vão juntar ao grupo.

Aguardemos se no formato da nova Missão é contemplada a justiça.

Anónimo disse...

Anónimo das 7:20:18 PM: a justiça contemplada no formato da nova Missão da ONU? Não percebeu que o tempo não volta para trás e que depois da aprovação da Constituição, Timor-Leste é INDEPENDENTE?

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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