sexta-feira, julho 21, 2006

Um pouco de humor


De um leitor:

Será que Ramos-Horta também já contratou Railos para pisteiro do novo MNE?

Em que qualidade e quem é que autorizou Railos a entrar na sala VIP do aeroporto? Talvez seja um caso para o novo Inspector...


.

28 comentários:

Anónimo disse...

Railos o general? então tem toda a legitimidade!!

Anónimo disse...

Railos está procurar cadeira!!!!!!

Anónimo disse...

Talvez se voce fosse Ramos Horta fizesse isso mas o homem tem mais nivel e nao como voce. Ja esta visto que para si so tem na retina a figura do Mari. Saiba perder.

Anónimo disse...

Nao sabia que estavamos num jogo ... perder???!!!

O PR X Gusmao fala em ganhar a guerra, o anonimo das 10:10:18 PM fala em 'perder' - será que ainda não entendeu que as únicas perdas em todo este processo foram:

1. As vidas humanas;

2. a confiança e segurança da população;

3. a confiança na liderança do país, no seu todo!

4. as condições de vida dessa população: dos meios de sustento ao abrigo;

5. a credibilidade internacional;

6. quatro anos de trabalho que encaminhavam Timor-Leste na via de um processo de desenvolvimento.

Chega de disparate, demagogia barata e desonesta!

Fala-se irresponsavelmente de perda pessoal, como se Mari Alkatiri tivesse perdido algo pessoalmente.

Se alguém perdeu foi o Povo de Timor-Leste e o Estado de Timor-Leste!

Não se brique com coisas tão sérias!

Anónimo disse...

Pisteiro e uma palavra mocambicana
que significa guarda costas.
O termo foi inventado pelo Samora Maute que foi um grande escritor de ficcao comuno-anedotico.Recebeu o premio de literatura da universidade nacional de zig-zig da cidade cubana de "El Pistolero".

Anónimo disse...

Babija: é impossível resumir melhor em tão poucas palavras. Parabéns pela sua síntese brilhante.

Anónimo disse...

Acho que o povo so ganhou com esta crise.

Ganhou a possibilidade de poder vir a conhecer aquela verdadeira democracia pela qual se bateram ao longo de um quarto de seculo e pagaram caro.

Ganhou porque ficou desmascarado um regime despotico que ja no passado nao hesitava em prognosticar o derramamento de sangue do povo timorense.

Ganhou porque as novas politicas do novo PM tais como as auditorias dos departamentos governamentais e investigacoes aos funcionarios publicos que estes anos tem vindo a fazer apropriacoes indevidas da propriedade do estado vao ajudar a restabelecer uma confianca interna e internacional nas instituicoes do governo.

E como o usual, Para-se conseguir esses e muitos outros ganhos registamos tambem perdas, mais importantemente de vidas que ja nao podem ser devolvidas. Mas esta tem sido a triste historia do povo timorense rumo a sua independencia e liberdade. Nao restam duvidas que das licoes dai tiradas por todas as partes ira resultar numa democracia mais robusta e mais participativa no futuro.

Esta crise foi um mal que veio por bem.

Anónimo disse...

Errado? Nao estou nao. A verdadeira democracia e aquilo que o antigo governo nao representava nem queria instituir em timor.
Queria uma democracia a la cubana que nao serve para timor.

Ate a data o povo timorense ainda nao elegeu nenhum representante que seja para um Parlamento Nacional Timorense. E por isso mesmo o partido maioritario nao pode formar um governo completamente legitimo e fora do alcance de duvidas ou contestacoes. Claro que de facto o governo existiu e governou mas nao venham dizer que foi o povo que o legitimou.
Tenha juizo mas e voce e vergonha tambem.

Anónimo disse...

Anónimo das 2:28:18 AM: explique lá como é que o governo queria “uma democracia a la cubana” e o partido do governo aprovou no Parlamento uma Constituição que diz assim no seu “Artigo 7.º (Sufrágio universal e multipartidarismo):

1. O povo exerce o poder político através do sufrágio universal, livre, igual, directo, secreto e periódico e através das demais formas previstas na Constituição.
2. O Estado valoriza o contributo dos partidos políticos para a expressão organizada da vontade popular e para a participação democrática do cidadão na governação do país.”

3 – Se foram os representantes do povo que aprovaram estes artigos que agora coloco, acha que só mesmo para o governo é que não tinham legitimidade e que já tinham legitimidade para decidir da eleição do Presidente? E acha que a sacrossanta “comunidade internacional” e a ONU alinhavam numa ilegalidade? Seguem-se os artigos e os representantes do povo que aprovou a Constituição.

o Artigo 167.º
(Transformação da Assembleia Constituinte)
1. A Assembleia Constituinte transforma-se em Parlamento Nacional com a entrada em vigor da Constituição da República.
2. O Parlamento Nacional tem no seu primeiro mandato, excepcionalmente, oitenta e oito Deputados.
3. O Presidente da Assembleia Constituinte mantém-se em funções até que o Parlamento Nacional proceda à eleição do seu Presidente, em conformidade com a Constituição.

Artigo 168.°
(II Governo Transitório)
O Governo nomeado ao abrigo do Regulamento da UNTAET n.° 2001/28 mantém-se em funções até que o primeiro Governo Constitucional seja nomeado e empossado pelo Presidente da República, em conformidade com a Constituição.

Artigo 169.º
(Eleição presidencial de 2002)
O Presidente da República eleito ao abrigo do Regulamento da UNTAET n.º 2002/01 assume as competências e cumpre o mandato previsto na Constituição.

Artigo 170.º
(Entrada em vigor da Constituição)
A Constituição da República Democrática de Timor-Leste entra em vigor no dia 20 de Maio de 2002.


Aos 22 de Março de 2002, a Assembleia Constituinte da República Democrática de Timor-Leste, eleita em 30 de Agosto de 2001, aprovou a presente Constituição, a qual vai ser assinada pelos seus oitenta e oito Deputados:


Presidente da Assembleia Constituinte,
Francisco Guterres ‘Lú-Olo’
(Fretilin)

Vice-Presidente,
Francisco Xavier do Amaral
(ASDT)

Vice-Presidente,
Arlindo Marçal
(PDC)

Deputados

ASDT
Afonso Noronha
Feliciano Alves Fátima
Jacinto de Andrade
Maria da Costa Valadares
Pedro Gomes

FRETILIN
Adalgisa Maria Soares Ximenes
Adaljiza Albertina Xavier Reis Magno
Adérito de Jesus Soares
Alfredo da Silva
Ana Maria Pessoa Pereira da Silva Pinto
António Cardoso Machado
António Cepeda
Arão Nóe de Jesus da Costa Amaral
Armindo da Conceição Freitas
Augusto da Conceição Amaral
Cipriana da Costa Pereira
Constância de Jesus
Elias Freitas
Elizario Ferreira
Flávio Maria da Silva
Francisco Carlos Soares
Francisco Kalbuadi Lay
Francisco Lelan
Francisco M.C.P. Jerónimo
Francisco Miranda Branco
Gervásio Cardoso de Jesus da Silva
Gregório Saldanha
Jacinto Maia
Jacob Martins dos Reis Fernandes
Januário Soares
Jerónimo da Silva
Joaquim Amaral
Joaquim Barros Soares
Joaquim dos Santos
José Andrade da Cruz
Josefa A. Pereira Soares
José Maria Barreto Lobato Gonçalves
José Maria dos Reis Costa
José Soares
José Manuel da Silva Fernandes
Judit Ximenes
Lourdes Maria Mascarenhas Alves
Luisa da Costa
Madalena da Silva
Manuel Sarmento
Marí Alkatiri
Maria Avalziza Lourdes
Maria Genoveva da Costa Martins
Maria José da Costa
Maria Solana da Conceição Soares Fernandes
Maria Teresa Lay Correia
Maria Teresinha da Silva Viegas e Costa
Mario Ferreira
Miguel Soares
Norberto José Maria do Espírito Santo
Osório Florindo
Rosária Maria Corte-Real de Oliveira
Rui António da Cruz
Vicente Soares Faria

Independente
António da Costa Lelan

KOTA
Clementino dos Reis Amaral
Manuel Tilman

PD
Aquilino Ribeiro Fraga Guterres ‘Ete Uco’
Eusébio Guterres, SH
Samuel Mendonça
Ir. Mariano Sabino Lopes ‘Assa Nami’
Paulo Alves Sarmento ‘Tuloda’
Dr. Paulo Assis Belo ‘Funu Mata’
Rui Meneses da Costa, SE ‘Lebra’

PDC
António Ximenes

PL
Armando da Silva

PNT
Aires Francisco Cabral
Aliança da Conceição Araújo

PPT
Ananias do Carmo Fuka
Jacob Xavier

PSD
Fernando Dias Gusmão
Leandro Isac
Lucia Maria Lobato
Mario Viegas Carrascalão
Milena Pires
Vidal de Jesus “Riak Leman”

PST
Pedro Martires da Costa

UDC/PDC
Vicente da Silva Guterres

UDT
João Viegas Carrascalão
Quitéria da Costa

Anónimo disse...

Mau Seran: belíssima defesa da nossa pátria, a nossa língua portuguesa.

Anónimo disse...

Fote Make Riba e a margarilha. Quem diz asneiras das grossas sao voces.

Ora veja so uma dessas asneiras suas: "...realmente o Governo de Alkatiri, foi eleito e eleito Democraticamente."

1- Os governos nao sao eleitos mas sim formados atraves de nomeacoes feitas pelo PM que por sua vez e escolhido pelo partido maioritario com assento no parlamento. Como tal os unicos que sao eleitos democraticamente pelo povo e atraves de um sufragio universal sao os membros do Parlamento Nacional.

E depois voce tem o descaramento de dizer o seguinte: "AGUA MOLE EM CABECA DURA TANTO BATE ATE QUE FURA! COMPREND PAS!". Pelos vistos quem tem a cebeca dura e voce mas com a sua idade ja nao ha nada que lhe fura. Hahahaha...

E uma da menina margarida:

"E acha que a sacrossanta “comunidade internacional” e a ONU alinhavam numa ilegalidade?" (auto-transformacao do Parlamento)

Quem escreve assim so pode ser uma crianca tao ingenua ou uma pessoa que pensa poder enganar as pessoas facilmente (nao me admirava nada que a margarida fosse o Roque Rodrigues) mas nao pode nem deve ser levada a serio.

Olhe a sua "sacrossanta" ONU entregou a Irian Jaya (actalmente Papua) aos indonesios de bandeja quando aceitou que uma "assembleia representativa" guardada por militares indonesios votassem para decidir se o povo queria a integracao na indonesia ou independencia. O resultado e historia e ate hoje o OPM (organizacao para a independencia de papua)luta para a independencia do seu pais porque foram completamente traidos e vendidos pela propria ONU.

Ja em 1999 os indonesios mostravam indicios de quererem repetir essa estoria de assembleia representativa para o referendo so que os timorenses nao sao papuas. No entanto e relativamente a eleicao de um Parlamento Nacional que a constitucao diz ter que ser feita atraves de um sufragio universal PARA ESSE EFEITO, a ONU permitiu exactamente que uma Assembleia decidisse pelo povo.

Ja nem e preciso falar das grossas asneiras da ONU noutras missoes tais como na Ruanda entre outros.
Foi tambem a "sacrossanta" comunidade internacional da margarida que permitiu que a indonesia cometesse os actos de genocidio contra o povo timorense ao longo de 24 anos remetendo-se ao silencio.

Tenha mais respeito pelo sofrimento do povo e mais vergonha por usarem argumentos deste tipo. So vos fica mal.

Anónimo disse...

Anónimo das 1:16:22 PM: afinal acha que o Parlamento Nacional é legítimo (“os unicos que sao eleitos democraticamente pelo povo e atraves de um sufragio universal”, disse) mas não aceita as decisões desse legítimo Parlamento? Lembre-se que foi o Parlamento Nacional que aprovou o artigo o Artigo 167.º “(Transformação da Assembleia Constituinte)1. A Assembleia Constituinte transforma-se em Parlamento Nacional com a entrada em vigor da Constituição da República.”

E foi essa transformação da Assembleia Constitutinte em Parlamento Nacional que a ONU em particular e a comunidade internacional em geral respeitou, mas que este (e outros anónimos) não só não respeitam, como usam para justificar o injustificável: o golpe de Estado contra o legítimo e constitucional governo de Mari Alkatiri.

E lembro que fez parte deste golpe a destruição de centenas de casas, lojas e sedes da Fretilin, 21 mortos, dezenas de feridos, o desmantelamento da PNTL, o aquartelamento das F-FDTL, perseguições e ameaças a todos os considerados seguidores da Fretilin ou do Governo de Alkatiri que já levaram à existência de 150,000 deslocados, e que tudo isto é a expressão do sofrimento que este golpe causou.

Anónimo disse...

Correcao: Va passear que ja NAO vou perder mais tempo consigo.

Anónimo disse...

Anónimo das 5:05:50 PM: afinal não refutou rigorosamente nada do que eu disse.

Anónimo disse...

MAU SERAN!
LI TUDO!PORRA, DOU-LHE 10/10 PELA PACHORRICE.DEPOIS DESTA LICAO DE
"INTERNET SEARCHING"DOUTOREI-ME EM PUNHETEIRO-MOR PELA UNIVERSIDADE HUMANA "PROFESSOR DOUTOR MAU SERAN" DA CIDADE DE SERPA PINTO ONDE NASCEU O POETA COMUNO-COMICO SAMORA MAUTE.

SAUDACOES FRELIMISTAS

(ZE CUSPIDOR)

Anónimo disse...

Margarida disse: "Anónimo das 5:05:50 PM: afinal não refutou rigorosamente nada do que eu disse."

Quem nao refutou nada foi voce!!! voce entra no meio da conversa nao refuta nenhuma questao levantada, levanta questoes que ja esta respondidas nos comentarios anteriores, aumenta umas linhas que tem repetido por este blog fora e depois tem a lata de dizer que nao refutei nada?
Tenha juizo e leia outra vez os comentarios e procure acompanhar o fio a meada. Ate que refute seriamente as questoes levantadas nos meus comentarios anteriores nao tem autoridade moral para fazer uma acusacao dessas.

Anónimo disse...

Anónimo das 11:48:27 PM: parece que você é que se perdeu.

Anónimo disse...

O problema de Maragarida, Mau Seran (será do clube de Moçambique?) e outros é que baralham as coisas para tentarem confundir as pessoas.

1. Alguém da FRETILIN, alguma vez durante a campanha eleitoral para a Assembleia Constituinte, apresentou como programa eleitoral a transformação da Assembleia constituinte em Parlamento Nacional sem novas eleições?

2. Como a resposta é obviamente negativa, esta metamorfose Constituinte/Parlamento não foi sufragada por voto directo, universal e livre de todo o povo timorense.

3. Assim sendo, os deputados à Assembleia Constituinte não tinham mandato do povo para decidir sobre tal matéria.

4. Mas fizeram-no. Não todos, porque nem todos aprovaram a manobra.

5. Dir-me-ão que tendo uma maioria qualificada de 2/3 poderiam aprovar o que quisessem que seria sempre legal. Legal seria, legítimo é que não.

6. Imaginemos que esses mesmos 2/3 decidiam inscrever na constituição que o país seria vendido a retalhos. Teria sido legal, porque aprovado por mais de 2/3 dos deputados, mas seria legítimo? Claro que não. E porquê? Porque tal matéria não fora proposta aos eleitores para que ao votarem a sufragassem.

7. Ora foi precisamente isto que se passou com a referida transformação.

8. Seguindo o reciocínio, o Parlamento e o governo daí derivado são legais? São. E legítimos? Não são.

9. É aqui que reside o cerne da questão. Escamotear isto levou ao que se sabe. Porque deu origem a uma confrontação entre legalidade e legitimidade. Que são obviamente duas coisas bem diferentes.

10. O Ministro Lobato mandar distribuir armas a civis é uma decisão legal? De acordo com a Lei, pode ser (embora dependa da interpretação). E tinha legitimidade para isso? Claro que não pelas razões aduzidas anteriormente.

11. Então se assim é porque as Nações Unidas deixaram que tal acontecesse. Porque as Nações Unidas, infelizmente, não passam de uma associação de mal feitores, que tem legitimidade internacional para actuar na esfera dos assuntos internos dos países. E como tal, tem uma agenda própria. A dos seus principais financiadores.
E qual era o interesse das NU em deixar acontecer esta transformação ilegítima? Simples, passada a Constituinte a Parlamento, poupava-se mais uma eleição geral no país. Em tempo e dinheiro. É que a coisa do Iraque já estava a andar, lembram-se? E os principais financiadores queriam ver o dinheiro aplicado noutras paragens.
E como em quase tudo na vida, quem paga, manda.

Daí a pressa em sair de Timor-Leste por parte de países que queriam desviar recursos financeiros e materiais para o Iraque, nomeadamente a Austrália.

É claro que a substituição de Alkatiri por Ramos Horta não repôe a legitimidade nem do Parlamento, nem do Governo, suportado pelo maior partido com assento no Parlamento.

Então para que serviu? Para retirar um pouco da pressão à panela, para que se chegue às próximas eleições em paz e aí então sim, se venha a obter um parlamento legal e legítimo.

Percebe-se assim, a reclamação de partidos da oposição de dissolução do Parlamento. Porque é ilegítimo.

Repetindo porque algumas pessoas não percebem à primeira: A questão de transformação de Constituinte em Parlamento não foi proposta por ninguém, no acto elitoral para a constituinte. Como tal, não havia legitimidade para a consagrar na Constituição. Assim sendo, o governo saído da maioria de um Parlamento ilegítimo, não tinha legitimidade para governar. Mas foi tudo feito na maior legalidade.

E depois há gente que se comporta como umas Madalenas ofendidas porque não se respeitou a constituição. Pudera, ela consagra um princípios ilegítimos.

E não foi só esse. A bandeira, o nome do País e o F de Falintil enfermam do mesmo problema.

A bandeira parece uma reprodução da bandeira da FRETILIN e sem quaiquer símbolos tradicionais.
O nome, recuperado da época da desgraça de 1975, numa altura que só os países que não o eram usavam o termo "Democrática". Hoje só Timor-Leste e o ex Congo Belga o usam.

E por fim, o F de Falintil acrescentado na Constituição às FDTL, designação esta consensualmente adoptada no seio do CNRT, e que a FRETILIN, legal porque detinha a maioria necessária, mas ilegitimamente porque não fora objecto de proposta eleitoral e como tal sufragada pelo eleitorado, impôs mercê do número de deputados.

Admirem-se pois dos resultados de tudo isto.

É claro que a situação foi depois cavalgada por outros, incluindo australianos, mas quem deu o pau para as colheres?

Anónimo disse...

Anónimo das 3:41:38 AM:

1. A Constituição foi sufragada pelos representantes dos Timorenses, a sua legitimidade vem daí e incluindo a legitimidade também desse artigo pela qual após a aprovação da Constituição a Constituinte passou a Parlamento Nacional e como sabe isso foi vontade da ONU, responsável pela Administração Transitória. Tivessem os Timorenses sozinhos conquistado a independência seria certamente doutra maneira, mas foram os próprios Timorenses que pediram o apoio à ONU, logo…

2. Diz que é a ilegitimidade desta decisão que levou ao “cerne da questão”. Já se esqueceu que o “cerne da questão” era a tão badalada discriminação dos do oeste nas F-FDTL? Não foi essa a exigência das primeiras manifestações de Fevereiro, das reclamações dos peticionários, das manifestações de Abril e até das manifestações de Maio? Nem reparou que NUNCA sequer apareceu essa reclamação em manifestação alguma? E que só em Maio apareceu a reclamação da dissolução do Parlamento? Acha normal que tendo havido por aí tantas manifestações, logo em 2002, 2005 e tantas este ano, nunca apareceu esse “cerne da questão”? E explique-me lá como é que a substituição do Alkatiri pelo Ramos-Horta tem alguma coisa com o alegado “cerne da questão”?

3. Então a organização da polícia não e em qualquer governo da responsabilidade do ministro do Interior? Logicamente que é, por isso mesmo a responsabilidade da organização da PNTL é da responsabilidade do ministro do Interior de Timor-Leste, que parece que até pouco mexeu na sua organização porque manteve a que “herdou” da Untaet. E é por causa do “cerne da questão” que põe em causa a legitimidade do ministro do Interior e nunca pôs a do ministro dos Estrangeiros? Há que ser coerente, se o “cerne da questão” é para uns também deveria ser para todos

4. Por fim vem confessar o que o Alkatiri anda desde Abril a dizer: que o que houve foi um golpe (e que já tinha havido outras tentativas), que manobraram militares e que havia organizações e civis no interior e no exterior há muito a manobrarem para o golpe. E num desprezo incrível e criminoso pelas 21 mortes, as dezenas de feridos, as centenas de casas, negócios e sedes da Fretilin queimadas, os 150, 000 deslocados, o desmembramento da PNTL, o aquartelamento forçado das F-FDTL e a segurança da nação por tropas estrangeiras, vem justificar o golpe como tendo servido “para retirar um pouco da pressão à panela”, e justifica a guerra contra Alkatiri “para que se chegue às próximas eleições em paz”!

Claro que esta teoria do "cerne da questão" o alegado "pecado original" (a constituinte se transformar em Parlamento) não passa de areia que nos está a atirar para que a malta não se lembre do papel dos Australianos neste golpe. A alguém com o mínimo de senso passa pela cabeça que é por causa do "cerne da questão" que os Australianos mandaram mais de 2,000 tropas para Timor-Leste? Explique lá então porque é que eles querem ter aí uma base permanente para 3,000 tropas, se com as eleições de 2007 o "cerne da questão" fica de vez resolvido?

E depois do tremendo desrespeito da oposição pelo direito da população à segurança e à paz, designadamente dos residentes de Dili, tem alguma dúvida que nas eleições de 2007 a população não vai reforçar o único partido responsável, tolerante, patriota, a Fretilin? Ou pensa que a população embarcaria nestas vossas teorias delirantes como esta do "cerne da questão"?

Anónimo disse...

Eu bem que repeti para que algumas pessoas percebecem melhor, mas não adiantou.
A cegueira é tanta que nem consegue perceber o que lê.
Releia lá os 4 primeiros pontos do que escrevi. Um por um e devagar. Soletre em voz alta. Isso, devagar. Pronto, volte ao princípio e repita o exercício. Conseguiu? Parabéns.

Vou resumir mais uma vez para ter a certeza que percebeu.

O povo nunca foi posto perante a questão de, ao votar para a Assembleia Constituinte, ela se vir a transformar em Parlamento.

O povo votou para eleger deputados que fizessem uma Constituição para o país. Para mais nada.

Os deputados eleitos pela FRETILIN, abusando do seu poder constituinte, é que forjaram a metamorfose inscrevendo-a na Constituição. Houve deputados que levantaram essa questão. Mas como estavam em minoria nada puderam fazer senão denunciar o golpe e suspenderem o mandato, porque não quiseram pactuar com tal abuso de poder que teve a conivência da UNMISET pelas razões já expostas.

Portanto, o desrespeito pela população começa exactamente pela FRETILIN que usurpou os poderes que lhe foram conferidos, moldando a Constituição para além do que foi o âmbito da eleição.

Responda sim ou não à seguinte questão.

Os deputados da FRETILIN decidiam inscrever na Constituição que Ataúro passava a colónia de férias do partido. Com a maioria que tinham, a Constituição passava a ter no seu texto que Ataúro seria doravante a colónia de férias do partido. Seria, como foi, aprovada porque tinham maioria absoluta e só precisavam dos votos de mais 3 deputados. Então e agora? Estava na Constituição, certo?

Tinha sido aprovado pela maioria de 2/3, logo estava tudo em ordem, certo?

E acha que podia ficar assim?
Sim ou não? Responda.

O que se passou com a metamorfose foi rigorosamente o mesmo, caramba.

Ninguém votou para eleger deputados de um Parlamento de onde iria sair o governo de Timor-Leste. Entende?
Foi um abuso. Foi usurpação de competências. Não foi para isso que foram eleitos.

E como diz o ditado popular, quem o alheio veste, na rua o despe.

O golpe inicial, foi a FRETILIN ter usado a maioria que tinha para se apropriar do poder executivo. Eu percebo que isso lhes esteja na massa do sangue, mas que diabo, 1975 já foi há uma data de anos. As pessoas crescem, ficam adultas e de tanto olharem, vêm que o mundo "pula e avança como uma bola nas mãos de uma criança".

A ver pela Bandeira Nacional, nem esteticamente evoluiram. Até parece que estamos numa província moçambicana. Que tristeza. Nem caibauc, nem casas lulic, nem as montanhas, nem o mar, nada. Está lá a estrela. Sim senhor! Tudo a ver.

Em 2007 a população vai reforçar a FRETILIN, vai sim. Ou isso. Espero que o núcleo duro da FRETILIN esteja piamente convencido disso. Se eu puder hei-de contribuir com sondagens a dar-lhes 99.9%. Para os deixar ainda mais descansados.
Aliás com 99.9% nem sentirão necessidade de novo congresso. Oxalá não façam.

Eu alguma vez santifiquei os australianos? Leia lá, ou melhor soletre, a última frase que escrevi no comentário acima.

Parece que além de palas nos olhos tem dislexia da leitura.

Já agora, às 21 mortes retirou os 9 polícias desarmados e que se tinham entregue e estavam sob protecção dos polícias da ONU (um deles português) e que foram cobardemente assassinados pelos 3 elementos da F-FDTL?

Já sei que em vez de responder a isto vai referir que o Reinado matou 2 militares. Eu sei que matou. Mas não foi isso que perguntei. Aprenda a responder ao que se lhe pergunta e não a ziguezaguear a resposta como fazia o falecido camarada Cunhal. A técnica é conhecida mas já está demasiado vista.

Esse discurso tipificado de cassete gasta e bolorenta tem valido ao seu partido retumbantes vitórias eleitoriais. A última das quais nas recentes presidenciais. Felizmente.

Anónimo disse...

Anonimo das 9:27:08 AM, nao perca tempo com a margarida. todos aqui neste blog ja chegaram a conclusao que a margarida so serve para a traducao.

So para exemplificar a sua falta de acuidade intelectual que nao lhe permite comprender e desenvolver argumentos racionais basta so ver o ponto 1 do seu ultimo comentario.

Cito: "1. A Constituição foi sufragada pelos representantes dos Timorenses, a sua legitimidade vem daí e incluindo a legitimidade também desse artigo pela qual após a aprovação da Constituição a Constituinte passou a Parlamento Nacional e como sabe isso foi vontade da ONU, responsável pela Administração Transitória. Tivessem os Timorenses sozinhos conquistado a independência seria certamente doutra maneira, mas foram os próprios Timorenses que pediram o apoio à ONU, logo…"

Portanto diz que "a Constituinte passou a Parlamento Nacional e como sabe isso foi vontade da ONU" e continua por argumentar que os timorenses tiveram que sujeitar-se a essa vontade da ONU (afinal a ONU e que e soberana) porque os timorenses nao conquistaram a independencia sozinhos mas com o apoio da ONU.

MAIS PALAVRAS PARA QUE? nem me dei ao trabalho de ler o resto do seu comentario.

Anónimo disse...

Pois agora a margarida em vez de defender a soberania do povo timorense que deveria ser exercida num sufragio universal para eleger um PARLAMENTO faz uma pirueta e acaba por aceitar a vontade da UN para justificar a transformacao da constituinte em parlamento.

E vergonhosa a maneira como a menina margarida convenientemente muda de opiniao quando se torna conveniente.

Anónimo disse...

O que estes dois anónimos anteriores nunca aceitarão é a legitimidade da Fretilin que o povo lhe deu nas urnas. Os Timorenses durante séculos foram oprimidos por dois tipos de senhores, os colonialistas e a elite local, e ambos, colonialistas e elite local foram derrotadas nas eleições de 2001. E se os colonialistas se foram embora a elite local ficou e está desde então a tentar disfarçar a derrota que teve e a tentar subverter a ordem, porque sabe que a ordem permite o alargamento da escolaridade, o desenvolvimento da economia e o maior enfraquecimento da sua dominação anterior. É a elite local que para reganhar a influência perdida paga agora a marcenários e a jovens alienados para promoverem a desordem e a anarquia. É a elite local que quer subverter a Constituição e que quer fechar o Parlamento pois este é o maior símbolo do poder que o povo ganhou e que ela perdeu. É a elite local que odeia tudo o que lhe lembra o poder que perdeu: o F de Falantil, a bandeira da nação, a data da independência. Mas habituem-se, é que de facto perderam tudo isso nas eleições de 2001.

Anónimo disse...

É engraçado como para a Margarida as pessoas podem tomar diferentes designações confrme as conveniências.
Os jovens que em 1991 fizeram a marcha em Santa Cruz e outras manifestações que degeneraram em violência eram hoeróis, hoje são "jovens alienados".

Como a ignorância é muita, fala da elite local com uma propriedade impressionante. Sem conhecer nada dos actores em questão. Nada.

Saiba que os dirigentes (refiro-me às cúpulas, não só aos líderes) de quase todos os partidos, foram colegas de turma no Liceu. Pertenciam todos praticamente ao mesmo grupo de estudantes, uns um pouco mais velhos, outro um pouco mais novos. Frequentavam as mesmas festas, onde os namoricos se cruzavam.
Todos, incluindo o actual embaixador da indonésia em Portugal.

São todos da mesma elite. A que teve possibilidade de concluir um curso liceal e alguns até de irem mais além. Repito, todos. Desde o Alkatiri ao RH, ao Xanana, ao Mário Carrascalão e por aí fora.

Além disso continua com a mesma cassete a escamotear a verdade.

Ninguém deu legitimidade à FRETILIN para governar. Não foi isso que o povo votou em 2001.

Refute lá isto. é de legitimidade que se trata e a FRETILIN não a recebeu dos eleitores para governar, mas tão somente para produzir uma Constituição. O processo foi até copiado do português de 1975.

O que os camaradas da Margarida não diriam na altura, se o PS e o PSD resolvessem por intermédio de manobra da Constituição, transformar a Constituinte portuguesa em Legislativa e daí fazerem sair um governo. e somados os deputados, podiam tê-lo feito segundo o seu entendidmento.

Há gente que ainda não percebeu que o uso da maioria tem limites de decência. E que abusar disso é é uma distorção do conceito de democracia. Porque a legalidade tem que ter como princípio a legitimidade.

Se este suporte informático permitisse, eu punha isto em banda desenhada para você entender.
Assim sendo, vai ter que pedir a um dos iluminados lá no seu "centro de trabalho" que lhe explique.

Quanto à questão dos colonialistas (derrotados em 2001?), bem, seria preciso que lêsse muita coisa e estudasse e investigasse muito para entender essa questão. Nem tudo é chapa 5. E não é porque o PCP apoiou a luta libertadora da FRETILIN ainda antes de 1974 (expressão sua, lembra-se?) quando ainda nem existia FRETILIN (lembra-se dessa lição?) que temos de aceitar a doutrina do PCP quanto aos colonialismos.

Mas para entender a questão teria sido necessário conhecer a realidade Timorense que não é a mesma que a Chilena ou a Jugoslava a Ucraniana ou a Georgiana (que andam à anos a pedir quase de joelhos para que as tropas Russas saiam do seu território) ou outras ainda.

Anónimo disse...

Anónimo das 7:44:45 PM: Os jovens de 1991, hoje não no mínimo trintões ou quarentões… essa de se considerar eternamente jovem uma determinada geração só mesmo de quem parou no tempo e nem repara que já passaram 15 anos desde Santa Cruz.

E quem conhece uma elite conhece todas as elites e olhe que eu conheci algumas. Mas sabemos – a história ensina-nos isso todos os dias – que há os que tomam posições política contrárias ao berço e à educação e que se comprometem em primeiro lugar com os interesses da classe maioritária do seu povo. O Nelson Mandela é uma referência. O Fidel de Castro e o Pedro Pires são outra. Como outra também foi Agostinho Lopes, Amílcar Cabral, Álvaro Cunhal.

A Fretilin tem exactamente a mesma legitimidade para governar que tem o Xanana para presidir. Ambas as legitimidades são constitucionais.

E quem é que lhe diz que em 1975 o PS e o PSD não tentaram precisamente isso? Só que em Portugal em 1974 houve uma revolução, onde melhor ou pior nos desenvencilhámos sozinhos da ditadura e infelizmente em 1999, em Timor, precisaram da ONU para acabar com a ocupação da Indonésia. E do mal o menos, antes uma independência com a tutela da ONU do que continuarem ocupados pelos Indonésios, porque a vossa situação em 1999 era bem pior que a nossa em 1974, bastava estarem ocupados há 24 anos para a vossa situação ser infelizmente bastante pior do que a nossa, para já nem falar que em 1999 ficaram com o país devastado, coisa que felizmente em 1974 não nos aconteceu e que faz toda a diferença. Em 2002 as vossas tarefas eram bem mais prioritárias e urgentes, implicavam a sobrevivência económica e a construção de raiz de todas as instituições do Estado. Mal ou pior, por cá as instituições não tiveram de ser construídas de raiz.

Os abusos de qualquer governo – maioritário ou minoritário - combatem-se com queixas nos tribunais (se for caso disso) e com a denúncia e luta política e resolvem-se nas eleições subsequentes. Em democracia é o modo democrático de se resolver problemas políticos. E decência é um conceito moral, não é conceito político.

Quanto ao apoio do PCP a todos os movimentos de libertação nacional, repito a todos os movimentos de libertação nacional, incluindo à Fretilin, eu repliquei-lhe que você é que não tinha percebido bem o que eu tinha escrito, . Procure lá em baixo e confirmará o que lhe estou a dizer.

Com o seu último parágrafo afinal você revela que é tão somente mais um dos “jovens” aprendizes de “regime change” que com ajuda de dólares, work-shops, endoutrinamento pelos George Soros’s boys ou doutras similares Open Society Institutos, se especializaram no derrube de governos e regimes legítimos pela anarquia, pela demagogia, pelo uso seleccionado de violência, de jovens a puxar (no estilo) para o moderno e vanguardista de braço dado com os Railós, Salsinhas, Alfredos, Tilmans, Taras, com a bênção dos sectores mais retrógrados do clérigo e o apoio das oposições da elite derrotada em eleições democraticamente disputadas.

E não posso deixar de sorrir à tolice de falar na Ucrânia (agora que a coligação laranja implodiu) quando é o líder nacionalista há três anos derrotado que está prestes a ser empossado PM depois de ter ganho as eleições, e da burrice monumental de falar da Geórgia quando aí em Timor-Leste obrigaram ao aquartelamento das F-FDTL para que as botas das tropas Australianas tenham o exclusivo da “defesa” do país.

Anónimo disse...

Não contratou o Railos, mas sim contractpu o Cristovao Santos que é pior. Ao menos o Railos sabemos a peça que e o outro que é pior sabe muito bem disfarçar,,,,,I! Coitado de Timor...

Anónimo disse...

Sera entao esta crise o resultado da disputa entre a "Elite local"(classificacao da margarida) e a "elite estrangeira" de Mocambique?
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"E quem conhece uma elite conhece todas as elites e olhe que eu conheci algumas."
A menina era a elite a cavalgar nas costas dos pobres angolanos e o seu avo so era obrigado a pagar aos seus escravos com cobertores e comida pelo trabalho que faziam na fazenda? Nao foi isso que disse num comentario anterior que mais se assemelhava a uma auto-biografia (ou estou enganado)?

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"Os abusos de qualquer governo – maioritário ou minoritário - combatem-se com queixas nos tribunais"
Os mesmos tribunais que agora voces classificam como imcompetentes?

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"A Fretilin tem exactamente a mesma legitimidade para governar que tem o Xanana para presidir. Ambas as legitimidades são constitucionais."

Jamais podera convencer quem quer que seja que um governo que derivou a sua legitimidade da auto-transformacao de uma assembleia constituinte (mandatada para redigir a constituicao e nada mais e com uma vitoria de 56%) a Parlamento Nacional pode alguma vez equiparar-se a legitimidade de um Presidente da Republica que foi eleito por voto directo e secreto com uma percentagem de 82.7% do total de votos.
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Essa do apoio do PCP a fretilin numa altura que a fretilin ainda nem tinha sido formada foi classica. Uma daquelas gafes que poderia passar despercebida mas quando apanhada so revela a total falta de conhecimento da historia de timor. Boa margarida! essa deve ficar registada como a maior revelacao feita neste blog. Nem a fretilin conhecia essa parte do seu historial.

Anónimo disse...

Anónimo das 10:16:33 PM : Sabe que nunca alinhei nessa de classificar a resistência timorense em “elite de Moçambique”, ou “elite de Camberra” ou “elite de Lisboa”.
Como aliás sabe que nunca alinhei nesses apelos piedosos à “unidade de todos os timorenses” e que aliás fui eu que por aqui (já há uns tempitos) expliquei que os timorenses (como outros povos estão divididos em partidos) e que os partidos defendem interesses de parte da sociedade. Portanto não venha com a esperteza saloia de opor “elite local” a “elite de Moçambique”.

Quando contei a história da fazenda do meu avô, não lhe contei o “pormenor” de (pelo menos em Malange) quando um branco precisava de mão-de-obra ia à autoridade de Malange, pagava o imposto por cabeça, e eles despachavam as famílias requeridas (era mesmo por família, veja lá) e o pagamento a quem ia trabalhar era rigorosamente como lhe expliquei um cobertor por ano e a comida diária. Nessa altura era assim.

Sim eu era uma privilegiada, a começar pelo facto de em mais de cem miúdos da fazenda ser a única que tinha cédula pessoal, os outros nem isso tinham, era a única que podia entrar em Luanda sem me exigirem carta de trabalho, os outros, isto é os naturais de Angola, se queriam entrar na capital do seu país, precisavam de provar que tinham patrão!

Quanto aos tribunais de Timor-Leste eu nunca me pronunciei sobre eles, seria demasiada presunção da minha parte. Nem nunca reparei que os meus colegas leitores tenham dito que os tribunais eram incompetentes. Alguns o que têm dito é que há por aí alguns procuradores incompetentes a começar pelo Longuinhos, mas como sabe uma andorinha não faz a primavera.

Eu não quero convencer ninguém sobre a legitimidade constitucional da Fretilin para governar. Eu (e muita outra gente) defendo que a Fretilin tem legitimidade constitucional para governar, e a última prova, é que nem a chamada comunidade internacional, nem a ONU sequer pôs em causa tal legitimidade.

E em democracia a legitimidade que conta é a de 50% mais um voto (no caso das presidenciais) ou mais deputados (que a soma dos deputados da oposição). E às vezes basta tão somente um partido ter mais deputados que o partido que se lhe segue imediatamente. Cá em Portugal, por exemplo, os governos do PS de Mário Soares e de António Guterres até nem tinham maioria absoluta, limitarem-se a ter mais deputados que o PSD…

Leia o que eu escrevi lá em baixo, reparará que não foi gaffe nenhuma.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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