Díli, 21 Jul (Lusa) - O primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta, revelou hoje à Lusa que vai testemunhar por escrito no processo-crime sobre a alegada distribuição de armas a civis, no qual o antigo chefe do governo Mari Alkatiri figura como arguido.
"Recebi uma carta para depor por escrito, o que farei com prontidão pelo respeito que tenho pela Procuradoria-Geral da República", afirmou.
Ramos-Horta escusou-se, por outro lado, a comentar a audição quinta-feira do ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri no Ministério Público, limitando-se a referir que o apuramento da verdade exige de todos o "maior distanciamento possível".
"Não comento qualquer decisão que seja tomada pelos órgãos judiciais (...) Mari Alkatiri foi chamado a depor e creio que haverá uma segunda audição, mas não comento mais sobre o assunto", afirmou.
"A situação exige de nós o maior distanciamento possível, para permitir que a verdade seja apurada e a justiça seja feita", acrescentou.
"Eu acredito na integridade de Mari Alkatiri enquanto pessoa, mas não me pronuncio sobre o processo judicial em si", frisou.
O processo-crime aberto pelo Ministério Público sobre a alegada distribuição de armas a civis tem ainda como arguido o ex- ministro do Interior Rogério Lobato.
As denúncias sobre o envolvimento de Alkatiri e Lobato foram feitas por Vicente da Conceição "Railos", veterano da luta de resistência contra a ocupação indonésia.
Mari Alkatiri foi acusado de ter ordenado ao seu ex-ministro do Interior, Rogério Lobato, a distribuição de armas para a eliminação dos seus adversários políticos, dentro e fora da FRETILIN, partido maioritário em Timor-Leste, de que é secretário-geral.
O ex-primeiro-ministro foi ouvido quinta-feira durante cerca de duas horas na Procuradoria-Geral da República e saiu com a medida de coacção Termo de Identidade e Residência, o que não o impede de sair de casa ou mesmo do país, tendo previamente de comunicar que o tenciona fazer, indicando a forma de ser contactado, em caso de necessidade de notificação judicial.
Rogério Lobato encontra-se sob a medida de coacção de obrigatoriedade de permanecer em casa, por razoes da sua própria segurança, conforme despacho da juíza de investigação que o ouviu.
A distribuição de armas a civis foi um dos episódios que marcou a crise político-militar em Timor-Leste, desencadeada em finais de Abril com a deserção de cerca de 40 por cento das forças armadas.
Os actos de violência alargaram-se para áreas fora de Díli, tendo resultado na desintegração da Polícia Nacional e em divisões no seio das forças armadas, e ainda na actividade de grupos de civis armados, de que resultou a morte de 30 pessoas e mais de 150.000 deslocados, distribuídos por vários campos de acolhimento, a maior parte dos quais na capital.
Em consequência desta crise, que assumiu contornos institucionais, Mari Alkatiri demitiu-se do cargo em 26 de Junho, sucumbindo a um "braço de ferro" com o Presidente Xanana Gusmão, tendo sido substituído na chefia do governo por José Ramos-Horta.
EL.
sexta-feira, julho 21, 2006
Ramos-Horta vai testemunhar por escrito no caso distribuição armas
Por Malai Azul 2 à(s) 21:26
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
8 comentários:
Grandes novidades do Lobão, mas ainda bem. Refiro-me ai facto de só agora ter mudado o paleio para a deserção de cerca de 40%, até aqui eram os 600 soldados que o Alkatiri tinha despedido... tarefa atingida (a demonização do antigo PM) já pode escrever mais a contento da verdade.
Mas ao que acho piada é ele não ter inquirido o actual PM sobre a sua extraordinária afirmação "Recebi uma carta para depor por escrito"... ou não é verdade que essa de depor "por escrito" é um direito que têm todos os detentores de cargos públicos, incluindo deputados e membros do governo, e que também detinha Alkatiri?
Vá lá Lobão, não quer esclarecer a malta leitora do Timor-online?
O que queres dizer?
Tata Mai Au
MEUS CAROS AMIGOS
Quanto a escritos ha uma pergunta ingenua a colocar:
- Porque sera que Sua Excelencia o Senhor Presidente da Republica de Timor-Leste enviou os convites para a Tomada de Posse do novo MNEC somente em Ingles?
- Sera que ja mudou a constituicao da RDTL quanto as linguas oficiais?
(Que se saiba sao o Tetun e Portuguesa)
- Ou sera que e mais um dos conselhos da cozinheira que lhe preparou estes "cozinhados" todos e ajudou em muito a "esturrar" este pais?
- Ou sera que ja nao temos Presidente da Republica mas Sua Majestade a Rainha de Inglaterra como autoridade maxima deste Pais?
E ASSIM VAI UM PAIS....
E ASSIM SE VAO DESCOBRINDO AS "BOAS" INTENCOES
A PROPOSITO MALAI AZUL PORQUE NAO NOTICIOU A TOMADA DE POSSE DOS NOVOS MEMBROS DO GOVERNO? ASSIM NAO SE FAZ JORNALISMO SERIO!!!!!
NOTAS SOLTAS
1. Mas há uns senhores que confessaram ter feito trinta por uma linha e que continuam a monte (alguns nas salas VIP de alguns aeroportos)... não será fácil e eficiente ir também por aí?
2. Será que vai haver alguma declaração de interesses? Do género: eu até fui Ministro de um Governo presidido por esse senhor, pelo que... Ou será que vai ser aio contrário?
3. Porque não ouvir alguns grandes conhecedores destes assuntos? Ana Gomes, etc.
4. O que pretende o Bloco de Esquerda ao propor o regresso da GNR a Portugal por entender que as coisas já serenaram? Seria esta uma notícia inspirada no "Inimigo Público"? talvez a questão seja demasiado séria...
5. ...
Anunciámos a tomada de posse: posted by Malai Azul : 15:48.
http://timor-online.blogspot.com/2006/07/convite-para-tomada-de-posse-em-ingls.html
A tomada de posse foi às 4 da tarde.
"respeito que tenho pela Procuradoria-Geral da República" - Ramos Horta
E pelo Procurador-Geral tem respeito?!
Ramos Horta vai testemunhar por escrito. Irá dizer o quê? - que Mari é boa pessoa mas em momentos de aperto nunca se sabe?
Quais declarações outras poderá apresentar depois de tanta insistência em substituir Mari como PM?
Como justificar os Railos e os encontros promissores com desertores?
Horta como Xanana tudo farão para enterrar Mari, pois de contrário todas as acções de ambos virão a lume com figura de crime de lesa pátria.
Timor não tem futuro com a mentira continuada e reinante.
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