Sexta-feira, Julho 21, 2006
Toque mágico em Timor-Leste
Por JEFF KINGSTON
Especial para The Japan Times
Dr. José Ramos-Horta, 56 anos, é o homem dos $ 14 biliões. Durante 2005, enquanto ministro dos estrangeiros, teve o crédito de ter desempenhado um papel crucial nos bastidores, no salvamento das negociações dos recursos do Mar de Timor entre a Austrália e Timor-Leste. As conversações tinham chegado a um impasse, parcialmente por causa do estilo abrasivo do antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri.
Ramos-Horta, recorrendo à sua considerável experiência diplomática e jeito para negociar, foi capaz de obter uma divisão melhor do que a esperada 50/50 dos rendimentos dos campos de gás e petróleo sub-aquáticos entre os dois países. Como resultado, durante o tempo de vida dos campos, os Timorenses poderão ganhar pelo menos $ 14 biliões devido ao que conseguiu, uma enorme verba para uma nação de 1 milhão de pessoas.
Ramos-Horta, um laureado do Nobel da Paz, é um diplomata amável, completo e carismático a quem foi entregue recentemente um dos maiores desafios da sua vida: em 10 de Julho tornou-se o segundo primeiro-ministro da sua jovem nação entre altas expectativas de poder restaurar a estabilidade política, reconstituir as forças de segurança, promover o desenvolvimento, erradicar a corrupção e reviver a fé pública nesta nascente democracia.
Apesar das condições permanecerem frágeis, é largamente visto como o melhor homem para promover a reconciliação e restaurar a esperança. Em meses recentes, com consideráveis riscos pessoais, percorreu a ilha durante o climax da violência para negociar com grupos rebeldes, dar confiança ao povo, travar pilhadores e acalmar o desassossego.
A acrescentar à sua aceitação desta missão impossível, colocou de lado as suas ambições pessoais retirando o seu nome da lista curta de candidatos que se espera sucedam ao Secretário-geral da ONU Kofi Annan.
Timor-Leste foi atingido por violência que rebentou no final de Abril. O antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri é amplamente acusado por ter gerido mal queixas de soldados que se transformaram numa crise. Os protestos dos soldados deespedidos escalaram num conflito entre e contra as forças militares e policiais, e espalharam pilhagens e fogos postos por gangs raivosos de jovens. Apesar da nação se ter tornado independente em 2002, o desemprego e a pobreza aprofundaram em muitos o sentimento de desespero.
Alkatiri foi forçado a sair em 26 de Junho sob pressão do Presidente Xanana Gusmão, do então Ministro dos Estrangeiros Ramos-Horta e de manifestações públicas contra o seu alegado envolvimento no armamento de esquadrões de ataque. Alkatiri também é impopular por causa do seu estilo desprendido e inclinações autoritárias.
A violência causou pelo menos 37 vidas e deixou 155,000 refugiados. A destruição e queima de casas empurrou o já pobre povo – com um rendimento per capita de $ 370 – para mais perto do precipício. Organizações Católicas e agências da ONU têm fornecido alívio quando as instituições do governo não conseguem.
No seu discurso inaugural, o Primeiro-Ministro Ramos-Horta deixou claras as suas prioridades: restaurar a estabilidade com base na regra da lei, re-alojar os refugiados e dar ao povo razões para confiarem no governo outra vez. Falou candidamente dos falhanços do governo: "Falhámos na área da segurança interna, falhámos no diálogo com o povo, somos acusados de insensibilidade e arrogância e a corrupção começou a invadir as instituições do Estado."
Para o seu mandato de nove meses antes das eleições, prometeu que não haveria "desculpas para a inércia " e que lideraria "a luta contra a pobreza. Vamos usar o dinheiro que há para dignificar o ser humano, dar-lhes esperança, dar-lhes comida, roupa e um telhado."
A cerimónia da nomeação entre as ruínas de um edifício da administração era uma lembrança forte das marcas de 24 anos de opressão pela Indonésia. O trauma colectivo mantém-se vivo e os desafios de construção da nação enormes.
Há consenso que a violência recente indica que dois anos de construção de nação sob a ONU foram insuficientes. Ramos-Horta disse que é quase impossivel tornar, nesse tempo, um negócio viável, quanto mais uma nação. Apressar o processo de construção de nação é, como vimos, um desvio para um Estado falhado. Timor-Leste e a comunidade internacional enfrentam agora contas pesadas de reparação para as reparações rápidas e compromissos expedientes que prevalecerão sob os auspícios da ONU.
As forças militares e policiais da nação precisam desesperadamente de serem reconstituídas, uma tarefa enorme a requerer bastante tempo e recursos. Isto significa que as 2,500 tropas internacionais deslocadas, a maioria da Austrália, jogarão um papel crítico por algum tempo.
Em Dezembro passado encontrei-me com um consultor em Dili que disse que os níveis de corrupção em Timor-Leste, não se equivalem aos da Indonésia mas não por falta de esforço. O Dr. Suehiro Hasegawa, especial representante do Secretário-geral da ONU, entregou recentemente ao novo primeiro-ministro um relatório sobre a promoção duma cultura de responsabilidade e transparência.
Ramos-Horta está vivamente consciente da urgência em romper com os "nós burocráticos que minam as nossas melhores intenções e abrem a porta à corrupção." Vencendo uma crescentemente cínica opinião pública depende de se realizarem progressos tangíveis contra os mal-dizentos. Uma lei de liberdade de informação seria um bom princípio.
Enquanto em anos recentes Dili crescia com um influxo de conselheiros de desenvolvimento e de construção, as áreas rurais – aonde vive a maioria das pessoas – foram negligenciadas. Aliviar a pobreza significa aplicar mais recursos no desenvolvimento da agricultura e de produção alimentar, elevar a eficiência nesta ilha árida. A curto prazo, Ramos-Horta planeia mais projectos de pequena escala que gerem emprego e dar mais poder aos funcionários locais para facilitar o investimento.
É difícil ver como mesmo um diplomata mágico pode desencantar uma vitória com as cartas que Ramos-Horta tem. Este é o tempo para a comunidade internacional fornecer apoio generoso e paciente para a construção da nação. O Japão, como o maior dador, tem muito em jogo na demonstração de que a construção da nação não é retórica vazia e uma carruagem-fantasma para conselheiros.
Jeff Kingston é director de Estudos Asiáticos, na Universidade de Temple, Japan Campus
P.S.: Aceitam-se sugestões para o nome das fontes...
sexta-feira, julho 21, 2006
Hilariante! Sayonara...Tradução da Margarida
Por Malai Azul 2 à(s) 20:48
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
2 comentários:
espermos que Horta consiga desempenhar o seu glorioso papel pela humanidade. é um nobel da paz com muito sentido de estado e é a slução para um país terceiro mundista que caminhará com Horta para os modelos ocidentais.
Horta é um sábio e que ninguém coloque euma duvida que seja sobre o assunto. Horta é bom, muito bom para o povo de Timor-Leste e para toda a humanidade. Perguntem aos franceses se não é assim.
Os franceses?
Os mesmos com que Howard foi falar?!
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