FRETILIN tem maioria mas liderança é ilegítima - Ramos-Horta
Sydney, Austrália, 27 Jun (Lusa) - A formação do novo governo em Timor- Leste deve ter em conta a maioria parlamentar da FRETILIN, mas também as dúvidas quanto à legitimidade da sua actual liderança, disse hoje José Ramos-Horta à te levisão australiana ABC.
Estas declarações surgem no mesmo dia em que o presidente timorense, Xa nana Gusmão, anunciou que vai iniciar diligências para a formação de um novo gov erno no âmbito do "actual quadro parlamentar", na sequência da demissão, segunda -feira, do primeiro-ministro Mari Alkatiri.
A FRETILIN (Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente), liderad a por Alkatiri, é o partido maioritário no país, com 55 dos 88 deputados ao Parl amento Nacional.
"Embora a FRETILIN seja um partido respeitado e maioritário e o Presidente [Xanana Gusmão] queira respeitar essa clara maioria política, há um problema legal sério quanto à eleição da liderança da FRETILIN no congresso" de 17 a 19 de Maio, disse José Ramos-Horta, ministro demissionário dos Negócios Estrangeiro s e da Defesa.
"Esse congresso violou o princípio da votação secreta que está consagrado na lei e, por essa razão, a liderança da FRETILIN é vista como ilegítima. Tem os de equilibrar isso com o facto de que é o maior partido", prosseguiu.
Segundo Ramos-Horta, "o Presidente está a tentar gerir estas complexida des políticas e encontrar um consenso para formar um novo governo nos próximos dois ou três dias".
Xanana Gusmão fez duras críticas à FRETILIN na mensagem que dirigiu ao país na quinta-feira passada, acusando nomeadamente a actual direcção do partido de ser "ilegítima", por ter sido eleita numa votação de braço no ar.
"Enquanto Presidente da República, não aceito o resultado do congresso, exijo à comissão política nacional [da FRETILIN] que organize de imediato um Congresso Extraordinário para eleger (...) uma direcção nova", disse na altura Xanana Gusmão.
"Dou um prazo de uma semana para que este Congresso Extraordinário seja feito, porque a actual direcção da FRETILIN é ilegítima", acrescentou então.
José Ramos-Horta, que se disse confiante num compromisso, admitiu a pos sibilidade de Xanana Gusmão nomear um primeiro-ministro que não pertença à FRETILIN e voltou a manifestar a sua disponibilidade para ocupar o cargo, mas disse preferir que a escolha recaia em alguém do partido maioritário.
"É claro que continuo disponível para servir o meu país, para servir o povo extraordinário do meu país e para ajudar o meu presidente, que está a fazer um trabalho excepcional e a demonstrar uma tremenda liderança", disse.
"Mas preferia que conseguíssemos encontrar um bom candidato da FRETILIN ", acrescentou.
Mas, ao contrário do que afirmou segunda-feira numa conferência de impr ensa em Díli, em que apontou como sua "primeira escolha" para o cargo a actual ministra de Estado e da Administração Estatal, Ana Pessoa, José Ramos Horta disse hoje à ABC considerar Arsénio Bano "uma boa escolha".
Arsénio Bano "é muito eloquente, fala muito bem inglês e é o ministro d os Assuntos Sociais. Fez um trabalho extraordinário nas últimas semanas e, embora seja membro da FRETILIN (...), dá-se bem com toda a gente", disse.
Como alternativa apontou o nome de José Luís Guterres, o actual embaixa dor timorense junto da ONU e nos Estados Unidos que se candidatou à liderança da FRETILIN no congresso de Maio mas acabou por recuar depois de aprovada a eleiçã o do secretário-geral por voto de braço no ar.
"Ele também é muito popular no partido e no país", disse Ramos Horta.
MDR.
1. Não está consagrado na Lei a votação secreta de uma assembleia (congresso) e sim a votação secreta e directa dos militantes. É uma desonestidade dizer-se o contrário. E o Presidente sabe-o bem, não é?...
2. Desde quando é que um Presidente da República exige, com um ultimato e tudo, que um partido político faça um congresso extraordinário, porque não gostou do resultado do último???
3. Quantas vezes já se manifestou disponível? Não entende que já parece uma anedota? Patético.
4. Como se viu no Congresso da Fretilin. Até parece que a manifestação que está à porta de Díli é de apoio a ele...
A falta de lucidez é decadente...
quarta-feira, junho 28, 2006
Não se enxerga?!
Por Malai Azul 2 à(s) 02:25
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
5 comentários:
"Não está consagrado na Lei a votação secreta de uma assembleia (congresso) e sim a votação secreta e directa dos militantes2
Qual é a diferença?
Mas já algum Tribunal declarou a ilegalidade?
Xanana Gusmão também acumula cargos - o de Presidente da República e os Tribunais?
Já agora também quer ser governo e parlamento?
Nem os ditadores se expõem a tanto ou como já alguém disse Xanana não está no pleno uso das suas faculdades mentais ou então é mesmo burro e o Nobel então, pobre coitado!
Nada me admira... para os jornalistas serve qualquer coisa.
Um dos sinais que acompanha a normal decadência em que qualquer pessoa vai entrando com a passagem dos anos, é a falta de memória. E deve ser de falta de memória que o Ramos-Horta está a sofrer. É que à pouco mais de um mês ele não só esteve no Congresso da Fretilin como até lá botou discurso, na sua categoria de membro fundador e até foi bastante ovacionado, segundo constou. E é corrente que incentivou a candidatura do José Luís Guterres que só não foi avante porque não conseguiu recolher as 20% das assinaturas necessárias visto que 88% dos congressistas assinaram a candidatura de Mai Alkatiri e Francisco Lu’Olo.
Se não estvessem dezenas de milhares de Timorenses ainda desalojados, as tropas e polícias Timorenses retidos, impotentes, nos quartéis e mais de 2,000 soldados e polícias Australianos em solo Timorense, daria vontade de rir a teoria exotérica
de Ramos-Horta de que a “formação do novo governo (…)deve ter em conta a maioria parlamentar da FRETILIN, mas também as dúvidas quanto à legitimidade da sua actual liderança (…)”. Assim sem mais, apoiando as bizantices do PR. Eu sei que para ambos já vão longos os anos em que saíram da Fretilin, o PR (20 anos) e o Ramos-Horta (16 anos). Mas porque fazem gala, quando convém, em se apresentarem como fundadores, não acham, nem que fosse por respeito pelos militantes mais jovens que pura e simplesmente deviam acabar com a ingerência nos assuntos internos do partido no poder, a Fretilin? E aceitarem, uma vez por todas, que de facto quem manda na Fretilin são os seus militantes do presente?
O que argumentam para justificar uma ilegalidade. Meu Deus!!!
Isto faz lembrar "A quinta dos animais" como e? Todos os animais sao iguais (corrigido pelos suinos) Mas alguns sao mais iguais que outros?
A lei so serve para os comuns porque os governantes estao a cima da lei?
So da pra rir as vossas contorcoes para justificarem as ilegalidades cometidas pelo Sr. "jurista" Mari Bim Amude Alkatiri.
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