Sydney, 23 Jun (Lusa) - O primeiro-ministro australiano, John Howard, assinalou hoje que "é difícil acreditar que (o presidente) Xanana Gusmão não continue a ser o centro dos acontecimentos políticos de Timor-Leste", depois do chefe de Estado ter ameaçado demitir-se.
Xanana Gusmão ameaçou demitir-se caso o primeiro-ministro Mari Alkatiri não abandone o seu cargo.
"Gusmão conta com muito apoio em Timor-Leste e é uma personagem muito popular", afirmou Howard, em declarações à cadeia de televisão "Channel Nine".
O chefe do governo australiano, que destacou mais de 1.400 agentes da polícia e soldados para Timor-Leste, indicou que a crise timorense é agora de carácter político.
"A forma como (Gusmão) vai resolver as divergências com Alkatiri é um assunto que determinará o processo da democracia timorense, mas Gusmão foi uma figura com liderança que estimulou os assuntos do país durante muitos anos", manifestou Howard.
Depois de Xanana Gusmão ter ameaçado demitir-se, caso Alkatiri não o faça, milhares de manifestantes concentraram-se frente ao Palácio do Governo exigindo a demissão do primeiro-ministro.
A crise em Timor-Leste começou em Março após o afastamento de 600 militares - um terço de todos os efectivos -, que se manifestaram para pedir o fim de uma discriminação étnica no exército.
A impopularidade de Alkatiri acentuou-se após as denúncias de que depois desse protesto organizou uma milícia armada para eliminar os seus inimigos políticos, uma das razões pelas quais Xanaga Gusmão exige a sua demissão.
LMP.
sexta-feira, junho 23, 2006
Howard defende que Xanana Gusmão é imprescindível para o país
Por Malai Azul 2 à(s) 12:14
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
3 comentários:
Quinta-feira, Junho 22
Timor Leste: à beira do abismo
A crise em Timor-Leste é grave, muito grave. Timor Leste pode estar à beira de ver a sua independência comprometida, e desta vez irreversivelmente, se o Presidente da República cumpre a ameaça de se demitir por o Primeiro Ministro teimar em agarrar-se ao cargo e não assumir pessoalmente as pesadas responsabilidades que lhe cabem nesta crise.
A FRETILIN, partido maioritário e vanguarda incontornável em Timor Leste, não pode mais tolerar este impasse: deve parar de acenar com compromissos que sabe insustentáveis e que só aumentarão os tremendos custos já impostos ao povo e mais fazem perigar a soberania e independência por que tantos timorenses pagaram com a vida. Os militantes de base da FRETILIN sabem, melhor que ninguém, que só o Presidente Xanana Gusmao, democraticamente eleito, mantem ainda autoridade e a confiança do povo. Só ele pode ser garante da salvação e unidade nacionais.
Não, não se trata de Timor Leste ser um Estado falhado, como sustentam certos sectores australianos, americanos e outros que sempre tentaram controlar Timor, por considerações estratégicas e outras relativas ao domínio dos seus importantes recursos de gás e petróleo. Sem dúvida, o acordo petrolífero que o Primeiro Ministro Mari Alkatiri negociou com a Austrália, com êxito, instigou esses sectores a retaliar, recorrendo a todos os expedientes e pretextos para fazer Timor Leste aparecer como condenado à falência. Assim como já tinham incentivado a Indonésia a invadir em 1975, estes sectores nunca deixaram de contar com as dissensões entre os timorenses e nunca deixaram, portanto, de as alimentar. Mas a triste verdade é que esta crise, decerto estimulada e aproveitada por actores externos, é sobretudo da responsabilidades dos governantes timorenses que cometeram sérios erros - e ao cometê-los fizeram o jogo de quem sempre souberam querer inviabilizar a independência do seu país.
Eu estou convencida de que Mari Alkatiri é sério. E de que em muitos e fundamentais aspectos foi um bom governante de Timor Leste (desenganem-se os que pensam que ele ainda governa ou poderá voltar a governar...). Mas noutros e também fundamentais aspectos Mari Alkatiri errou clamorosamente. Esses seus erros geraram a actual crise.
O maior dos erros do Primeiro Ministro Alkatiri foi ter incluído no seu governo Rogério Lobato, um homem perigoso, com conhecido passado criminal, que acirrou fricções, desconfianças e clivagens e tornou as relações com o Presidente e a Igreja ainda mais difíceis, sobretudo desde que em 2005 ordenou à Polícia que carregasse a tiro sobre homens, mulheres e crianças que aos milhares se concentravam junto à residência episcopal em Dili, em triste enfrentamento a pretexto das aulas de religião e moral (felizmente que o Comandante Paulo Martins se recusou a cumprir a ordem que teria resultado num banho de sangue). Há muito que se sabia que Rogério Lobato estava a aproveitar-se da supervisão da Polícia e dos contratos de equipamento da Polícia para armar milícias privadas e fomentar a divisão "lorosae -loromunu" (ele poderia tornar-se o braço armado dos loromunus, explicaram-me membros do Governo em Dili recentemente). Todos os Ministros o sabiam. E o Primeiro-Ministro também: conversamos várias vezes sobre aquele inquietante personagem, a última ainda há semanas, já a crise estava instalada.. Mari Alkatiri julgaria porventura que, tendo-o por perto, melhor o controlaria. Como eu repetidamente avisei, acabaria antes refém dele.
É isto que Mari Alkatiri, como verdadeiro patriota e homem de Estado, não pode deixar de reconhecer, demitindo-se sem tardar mais. Para viabilizar uma solução pacífica e política da crise, que a sua obstinação tem prolongado, pondo o país à beira do abismo. Para não ficar com a responsabilidade histórica de enterrar a independência de Timor Leste ou de, no mínimo expôr o seu sofredor povo a mais um doloroso e prolongado conflito.
Ana Gomes
Amiga do povo de Timor Leste
[Publicado por AG] 22.6.06
"só o Presidente Xanana Gusmao, democraticamente eleito, mantem ainda autoridade e a confiança do povo. Só ele pode ser garante da salvação e unidade nacionais."
"...Mari Alkatiri errou clamorosamente. Esses seus erros geraram a actual crise."
"É isto que Mari Alkatiri, como verdadeiro patriota e homem de Estado, não pode deixar de reconhecer, demitindo-se sem tardar mais."
"Para não ficar com a responsabilidade histórica de enterrar a independência de Timor Leste ou de, no mínimo expôr o seu sofredor povo a mais um doloroso e prolongado conflito."
Ana Gomes
VIVA XANANA GUSMAO
VIVA RAMOS HORTA
VIVA OS BISPOS DE TIMOR
VIVA O POVO MAUBERE
PATRIA, POVO!!
info. dos corredores do poder
Mari Alkatiri ja aceitou resignar-se!
Viva Kay Rala Xanana Gusmao
Viva Ramos Horta
Viva os Bispos de Timor
Viva o Povo Maubere
Viva a Restauracao da Democracia
Não era de esperar outra coisa do Sr. Howard depois da ingerência grosseira nos assuntos internos de Timor.
É claro que os homens de mão da ofensiva Australiana para o controlo e colonização de Timor são o Sr. Xanana e o Sr. Ramos Horta.
Enviar um comentário