"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer..."
E assim era. E assim deixamos ficar para nunca nos esquecermos.
Agora, nesta madrugada, esperamos o que vai acontecer durante o dia de hoje. Ontem foi a derradeira jogada, a jogada do desespero, para derrubar Mari Alkatiri e a Fretilin do poder, que alcançou por vias democráticas nas primeiras eleições de Timor-Leste.
Facilmente, amanhã pode começar o fim da independência de Timor-Leste e a sua transformação num Estado falhado.
Os ódios que nasceram na violência entre Lorosaes e Loromonos, a desintegração das forças militares e de segurança, o exôdo da população de Díli, a demonização, como o próprio afirma, da pessoa de Mari Alkatiri, a importância e autoridade que deram a desertores e bandidos, a falta de respeito pela Constituição, a exploração da imaturidade política da maior parte dos políticos e da falta de cultura democrática, tudo isto, pode ter como resultado o fim do caminho que Timor-Leste seguia, como jovem nação independente.
E porquê? Interesses económicos de alguns, fogueira de vaidades de outros, incompetência de agências internacionais, a lista não acaba.
Amanhã, ou nos próximos dias, a história pode repetir-se no seu pior.
Desde o princípio desta crise, acreditámos que enquanto Xanana Gusmão e Mari Alkatiri se suportassem mutuamente, havia a esperança do povo decidir em 2007, novamente, qual o caminho a seguir.
Somos testemunhas dos esforços que Mari Alkatiri fez nos últimos anos para estabelecer essa harmonia institucional entre o Governo e a Presidência, notado diversas vezes pelo próprio Presidente.
A ruptura parte agora do lado de Xanana Gusmão que nunca perdoou a Mari Alkatiri não lhe ter dado os poderes presidenciais que ambicionava, quando a maioria da Fretilin aprovou uma Constituição que não previa um regime presidencialista. O seu discurso de ontem não foi digno do seu passado nem do Homem que é.
Mari Alkatiri tem mostrado sentido de Estado e capacidade executiva, infelizmente nem sempre acompanhado à altura. Hoje, como nos últimos anos, cabe-lhe a ele decidir o futuro de Timor-Leste.
Do Presidente já vimos o que podemos esperar.
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sexta-feira, junho 23, 2006
Está quase a amanhecer em Díli
Por Malai Azul 2 à(s) 06:06
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
Oremos, irmãos!
"Avé Maria..."
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