sexta-feira, novembro 09, 2007

Timor-Leste: Arguidos lamentam que "apenas os pequenos" respondam por morte de polícias

Lusa - 08 Novembro 2007, 07:53

Díli - Os militares acusados do massacre de polícias timorenses em Caicoli, Díli, lamentaram hoje em tribunal que "apenas os pequenos estejam a ser julgados" e acusaram "os governantes" de terem causado a crise de 2006.

"Nós, os pequenos, estamos a ser julgados mas nenhum dos grandes foi presente à justiça", acusou Armindo da Silva "Maukade", um dos arguidos do processo do massacre de 25 de Maio de 2006.

Quase todos os 12 arguidos do processo fizeram, com veemência, alguns em tom zangado, declarações semelhantes nas alegações finais, perante o colectivo de juízes presidido pelo magistrado português Ivo Rosa.

Onze militares e um elemento da Polícia Nacional são acusados pela morte de oito polícias e por crimes de homicídio na forma tentada.

Elementos das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) dispararam sobre uma coluna de polícias, sob escolta das Nações Unidas, junto ao Ministério da Justiça, em Caicoli, no incidente mais grave da crise política e militar de 2006.

"Estive 24 anos no mato a defender o Governo e no fim estou sentado neste tribunal, a ser julgado", lamentou Armindo da Silva "Maukade".

"Nós somos os acusados e sofremos aqui, enquanto os grandes procuram cadeiras e lugares", acusou o veterano das Falintil, o mais velho dos 12 arguidos.

O único arguido da PNTL, o inspector José Maria Neto Mok, perguntou mesmo ao juiz presidente por que não foi chamado a tribunal, "para responder", o ex-comandante da Polícia timorense, Paulo Fátima Martins.

José Maria Neto Mok sublinhou que "deviam ser julgados os nomes indicados no relatório da Comissão Especial Independente de Inquérito, para que não haja outra crise" como a de 2006.

A leitura do acórdão foi marcada para 29 de Novembro.

PRM-Lusa/fim

3 comentários:

Anónimo disse...

Por mais razão de queixa que tenham os arguidos, tiveram melhor sorte do que os polícias que morreram às suas mãos.

Quanto ao julgamento dos "grandes", é verdade que estes passaram ao lado da Justiça, com duas excepções: Rogério Lobato, condenado, e Mari Alkatiri, investigado, sem que tivessem sido encontrados motivos para uma acusação.

Resta saber uma coisa que talvez este julgamento não consiga esclarecer: os tiros e consequentes mortos foram resultado apenas de acções individuais ou têm alguma relação com os tais "grandes"?

Seria interessante encontrar a resposta a esta pergunta.

Anónimo disse...

So os pequenos que pagam os males pelo actos criminosos e inconstituicionais feitos pelos grandes.Ao meu ver deve ser resolvido pelo tribunal sendo independente das outras instituicoes seguindo a constituicao e as leis vigentes de Timor Leste.Qualquer cidadao nao deve estar a cima da lei o que nao acontece em Timor Leste para o caso do Horta e do Xanana actores da crise de Marco 2006

Anónimo disse...

A onde e que o H Correia queria chegar? Que o alkatiri e os seus colaboradores nao estiveram por tras disso tudo?

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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