terça-feira, abril 08, 2008

Ramos Horta wants truth on 1999 violence

Karen Michelmore in Jakarta - April 07, 2008
The Australian

EAST Timor's President Jose Ramos Horta has taken aim at Indonesian military officers involved in the violence surrounding East Timor's historic 1999 vote for independence.
Ramos Horta has urged the officers to "come clean" and acknowledge their actions, as a controversial truth commission prepares to hand down its findings into the violence that wracked the country.

The Indonesia-East Timor Commission of Truth and Friendship (CTF) is due to hand its final report on the violence that claimed 1500 lives within weeks.

It comes as Indonesian authorities prepare to release the only Indonesian jailed over the 1999 violence.

Eurico Guterres, who led the notorious Aitarak militia gang that wreaked havoc in East Timor's capital Dili, could be released from his Jakarta prison within days after being acquitted following a final appeal of his case, his lawyer Mahendradatta said.

He had served less than two years of a 10-year jail term.

"Until now, he is still in prison," Mahendradatta said.

"The problem now is not in legal (institutions) but in bureaucracy.

"The (court's decision) document hasn't yet been delivered to Central Jakarta District Court from the Supreme Court."

Mahendradatta said the Supreme Court upheld the final appeal, known as a judicial review, because some of the evidence previously presented to court was "wrong".

Guterres was one of several alleged perpetrators who testified at public hearings of the CTF in Indonesia last year.

Few, if any, of the militia leaders or senior Indonesian military officers admitted contributing to the violence in 1999, some even denying human rights violations had occurred.

A recent report by the International Centre for Transitional Justice (ICTJ) found the truth body was "deeply flawed" and many alleged perpetrators at the public hearings had presented an "alarming version of events".

Ramos Horta today told Fairfax media that Indonesian officers had failed in their responsibilities to provide security in East Timor before, during and after the 1999 ballot.

"Although we don't want to revisit the past, although we don't want to point fingers, although we don't want anybody to go to jail, they should have at least had the courage and humility to tell their country and the Timorese people that they were wrong and apologise," he said.

"That would have been enough.

"They didn't - they kept blaming the United Nations - well, the UN was not responsible for security ... the UN was only responsible for organising the referendum."

Indonesia's military today said both countries should wait until the CTF report is released to comment.

Tradução:

Ramos Horta quer a verdade sobre a violência de 1999

Karen Michelmore em Jakarta - Abril 07, 2008
The Australian

O Presidente de Timor-Leste José Ramos Horta tomou por alvo os oficiais das forças militares Indonésias envolvidos na violência que rodeou o histórico referendo para a independência de Timor-Leste em 1999.
Ramos Horta urgiu os oficiais a "limparem-se e a reconhecerem as suas acções, quando uma controversa comissão da verdade se prepara para entregar as suas conclusões sobre a violência que destruiu o país.

A Comissão Indonésia-Timor-Leste da Verdade e Amizade (CVA) tem previsto entregar o seu relatório final sobre a violência que que matou 1500 pessoas em poucas semanas.

Chega quando as autoridades Indonésias se prepara para libertar o único Indonésio encarcerado por causa da violência de 1999.

Eurico Guterres, que liderou o infame gangue da milícia Aitarak que lançou o caos na capital de Timor-Leste Dili, pode ser libertado da sua cadeia em Jacarta dentro de dias depois de ter sido inocentado no seguimento de um apelo final do seu caso, disse o seu advogado Mahendradatta.

Ele serviu menos de dois anos de uma pena de 10 anos de cadeia.

"Até agora, ele está ainda na prisão," disse Mahendradatta.

"O problema agora não está nas instituições legais mas na burocracia.

"O documento da decisão do tribunal não foi ainda enviado para o Tribunal do Distrito Central de Jacarta do Tribunal Supremo."

Mahendradatta disse que o Tribunal Supremo decidiu do apelo final, conhecido como revisão judicial, porque alguma da evidência anteriormente apresentada ao tribunal estava "errada".

Guterres dos vários alegados perpetradores que testemunhou numa audiência pública da CVA na Indonésia no ano passado.

Poucos, se algum, dos líderes de milícia ou dos oficiais de topo das forças militares Indonésias admitiu ter contribuido para a violência em 1999, alguns até negaram que tivessem ocorrido violações dos direitos humanos.

Um relatório recente do Centro Internacional de Justiça Transitória (ICTJ) concluiu que o órgão da verdade estava "profundamente defeituoso" e muitos alegados perpetradores das audiências públicas tinham apresentado uma "versão alarmante dos eventos".

Ramos Horta disse hoje à Fairfax media que os oficiais Indonésios tinham falhado nas suas responsabilidades para providenciar a segurança em Timor-este antes, durante e depois do referendo de 1999.

"Apesar de não querermos revisitar o passado, apesar de não querermos apontar dedos, apesar de não querermos que ninguém vá para a cadeia, eles deviam ter tido pelo menos a coragem e a humildade de dizer ao país deles e aos Timorenses que tinham errado e pedirem desculpa," disse ele.

"Isso teria sido o suficiente.

"Não o fizeram – continuaram a pôs as culpas na Nações Unidas – bem, a ONU não era responsável pela segurança ... a ONU foi apenas responsável por organizar o referendo."

A força militar da Indonésia disse hoje que ambos os países devem esperar até o relatório ser emitido para comentar.

1 comentário:

Anónimo disse...

Tradução:
Ramos Horta quer a verdade sobre a violência de 1999
Karen Michelmore em Jakarta - Abril 07, 2008
The Australian

O Presidente de Timor-Leste José Ramos Horta tomou por alvo os oficiais das forças militares Indonésias envolvidos na violência que rodeou o histórico referendo para a independência de Timor-Leste em 1999.
Ramos Horta urgiu os oficiais a "limparem-se e a reconhecerem as suas acções, quando uma controversa comissão da verdade se prepara para entregar as suas conclusões sobre a violência que destruiu o país.

A Comissão Indonésia-Timor-Leste da Verdade e Amizade (CVA) tem previsto entregar o seu relatório final sobre a violência que que matou 1500 pessoas em poucas semanas.

Chega quando as autoridades Indonésias se prepara para libertar o único Indonésio encarcerado por causa da violência de 1999.

Eurico Guterres, que liderou o infame gangue da milícia Aitarak que lançou o caos na capital de Timor-Leste Dili, pode ser libertado da sua cadeia em Jacarta dentro de dias depois de ter sido inocentado no seguimento de um apelo final do seu caso, disse o seu advogado Mahendradatta.

Ele serviu menos de dois anos de uma pena de 10 anos de cadeia.

"Até agora, ele está ainda na prisão," disse Mahendradatta.

"O problema agora não está nas instituições legais mas na burocracia.

"O documento da decisão do tribunal não foi ainda enviado para o Tribunal do Distrito Central de Jacarta do Tribunal Supremo."

Mahendradatta disse que o Tribunal Supremo decidiu do apelo final, conhecido como revisão judicial, porque alguma da evidência anteriormente apresentada ao tribunal estava "errada".

Guterres dos vários alegados perpetradores que testemunhou numa audiência pública da CVA na Indonésia no ano passado.

Poucos, se algum, dos líderes de milícia ou dos oficiais de topo das forças militares Indonésias admitiu ter contribuido para a violência em 1999, alguns até negaram que tivessem ocorrido violações dos direitos humanos.

Um relatório recente do Centro Internacional de Justiça Transitória (ICTJ) concluiu que o órgão da verdade estava "profundamente defeituoso" e muitos alegados perpetradores das audiências públicas tinham apresentado uma "versão alarmante dos eventos".

Ramos Horta disse hoje à Fairfax media que os oficiais Indonésios tinham falhado nas suas responsabilidades para providenciar a segurança em Timor-este antes, durante e depois do referendo de 1999.

"Apesar de não querermos revisitar o passado, apesar de não querermos apontar dedos, apesar de não querermos que ninguém vá para a cadeia, eles deviam ter tido pelo menos a coragem e a humildade de dizer ao país deles e aos Timorenses que tinham errado e pedirem desculpa," disse ele.

"Isso teria sido o suficiente.

"Não o fizeram – continuaram a pôs as culpas na Nações Unidas – bem, a ONU não era responsável pela segurança ... a ONU foi apenas responsável por organizar o referendo."

A força militar da Indonésia disse hoje que ambos os países devem esperar até o relatório ser emitido para comentar.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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