terça-feira, abril 08, 2008

"Não disse nem vou resignar", esclarece Ramos-Horta

Díli, 08 Abr (Lusa) - José Ramos-Horta esclareceu hoje através da televisão timorense que não tenciona demitir-se do cargo de Presidente da República de Timor-Leste.

"Não disse que vou, nem vou resignar" ao cargo, declarou o chefe de Estado no noticiário da noite da TVTL, que colocou em emissão o Presidente falando por telefone a partir de Darwin, Austrália.

"Vou voltar a Timor-Leste e assumir de novo as responsabilidades como Presidente", afirmou José Ramos-Horta, primeiro no noticiário em língua tétum e mais tarde no noticiário em língua portuguesa.

"Se decidir resignar, em primeiro lugar vou falar com os senhores bispos e com o povo timorense", adiantou ainda José Ramos-Horta.

O esclarecimento na televisão timorense aconteceu no dia em que o jornal The Australian publicou uma entrevista com o Presidente timorense, com o título "Ramos Horta sugere demissão" e que começa com a frase "José Ramos Horta está farto".

"Vou dirigir-me ao Parlamento quando voltar e não vou prometer que completarei o mandato até ao fim", disse José Ramos-Horta ao jornal australiano.

"Pessoalmente, no entanto, eu gostaria de ser um simples cidadão e escrever o meu livro sem preocupações", declarou também o Presidente timorense.

Na televisão timorense, no final de um dia marcado pela "notícia" da eventual demissão do Presidente, José Ramos-Horta aludiu a "especulação" e referiu que o conteúdo da entrevista, embora exacto, foi "usado em segunda mão por algumas agências internacionais".

Também o porta-voz do Presidente timorense, Joel Pereira, corrigiu, em declarações à imprensa em Darwin, a interpretação das palavras de José Ramos-Horta.

No telejornal da TVTL, o Presidente defendeu também a "rendição imediata e sem condições" do ex-tenente Gastão Salsinha, procurado pelas autoridades na sequência dos ataques de 11 de Fevereiro.

"Salsinha não estava acusado de nada (antes de 11 de Fevereiro). Agora é acusado de ser cúmplice directo ou indirecto de dois atentados. Um atentado contra a minha pessoa e outro atentado contra o primeiro-ministro", referiu o Presidente da República.

"São acusações muito graves. Salsinha deve entregar-se de imediato para ter oportunidade de se defender em tribunal", sublinhou José Ramos-Horta.

O Presidente timorense disse também que espera de Gastão Salsinha que explique às autoridades quem esteve atrás do duplo ataque de Fevereiro e do major Alfredo Reinado.

"Ele tem o direito a dizer o que se passou. Houve muitos elementos que lhe deram apoio, dentro e fora de Timor-Leste", afirmou o Presidente.

José Ramos-Horta, atingido a tiro junto à sua residência em Díli, continua em Darwin, agora instalado numa casa privada.

"A minha recuperação continua bem e já consigo caminhar meia hora ou uma hora. Vou voltar ainda este mês", anunciou o Presidente.

O regresso de José Ramos-Horta a Díli não foi anunciado oficialmente mas "está marcado para 17 de Abril", afirmou hoje à agência Lusa fonte oficial da Presidência da República.

PRM
Lusa/Fim

1 comentário:

Anónimo disse...

Quando o Horta e atingido e Xanana ameacado, acordam-se logo. Se sao os outros e que sao atingidos e ameacdos, os dois dormem um sono de paz.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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