terça-feira, julho 18, 2006

PM José Ramos-Horta aceita redução forças militares internacionais


Díli, 18 Jul (Lusa) - A eventual redução da presença militar internacional em Timor-Leste foi hoje aceite como uma inevitabilidade pelo primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta, em declarações à Lusa.

"Concordo que haja necessidade de redução. Continuamos a precisar de uma componente militar de 'peace keeping', sob a cobertura das Nações Unidas, mas pode não ser uma força grande", disse.

Ramos-Horta falava à Lusa no final de uma visita de seis horas a Díli do seu homólogo australiano, John Howard, durante a qual um dos temas abordados foi justamente a progressiva diminuição dos efectivos da Austrália, o país que participa com mais militares e polícias no contingente de 2.200 efectivos actualmente estacionados em Timor- Leste.

"Uma força militar é sempre uma força de dissuasão, que dá também apoio à própria força policial. às vezes a força policial precisa do 'back-up' de uma força militar", acrescentou o primeiro- ministro timorense.

Sobre a deslocação de John Howard, Ramos-Horta disse ter-se tratado de uma visita de cortesia.

"Foi fundamentalmente uma visita de cortesia. O primeiro- ministro John Howard não quis deixar passar muito tempo sem vir aqui manifestar o seu apoio ao povo timorense, às autoridades e às instituições e também ver as suas forças", afirmou.

O chefe do governo australiano "veio garantir o apoio total da Austrália às necessidades de Timor-Leste na área do desenvolvimento e na área humanitária", disse.

"Reiterou uma vez mais que a Austrália está aqui a nosso pedido. Respeita totalmente a soberania e a integridade territorial de Timor-Leste e que, logo que as condições permitam, preferiam começar a reduzir as suas forças", salientou.

Segundo os dois primeiros-ministros, a situação de segurança melhorou significativamente em relação aos meses de Maio e Junho, pelo que a Austrália está a considerar reduzir o total das forças estacionadas em Timor-Leste.

A disponibilidade de Ramos-Horta em prestar declarações à imprensa contrastou com a posição de John Howard, que privilegiou os jornalistas australianos, anulando a conferência de imprensa prevista para o final da visita à capital timorense.

Foi igualmente escassa a informação sobre o programa da visita, com o gabinete de Howard em Camberra a invocar "razões de segurança", e os jornalistas timorenses, indonésios e portugueses a serem mesmo impedidos de entrar no "Campo Fénix", no bairro de Caicoli, onde anteriormente esteve sedeado o batalhão militar português.

Apenas os jornalistas australianos foram autorizados a entrar.

Além do encontro com Ramos-Horta, Howard reuniu-se com o Presidente Xanana Gusmão e o representante especial do secretário- geral da ONU em Timor-Leste.

A vinda de John Howard a Timor-Leste foi a primeira de um governante estrangeiro desde a demissão do ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri, no passado dia 26 de Junho.

A Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal iniciaram o envio de militares e polícias a 25 de Maio, em resposta a um pedido das autoridades timorenses, para restabelecer a lei e a ordem no país, na sequência da decisão de Xanana Gusmão de chamar a si a coordenação e controlo das áreas de defesa e segurança.

O envio de forças internacionais, actualmente cerca 2.200, sucedeu-se a uma crise político-militar em finais de Abril, que resultou na desintegração da Polícia Nacional, na divisão no seio das forças armadas e em actos de violência perpetrados por grupos de civis, armados.

Este conjunto de acontecimentos provocou a morte de cerca 30 pessoas, a destruição de bens privados e públicos e mais de 150 mil deslocados.

EL.

10 comentários:

Anónimo disse...

E TAMBEM DEU-TE UM BEIJINHO? DEU?

MAU BEICK

Anónimo disse...

Quando as tropas internacionais sairem, vamos convidar a Margarida, os outros que aqui arrotam, perdão, postam postas de pescada e o Malai azul para tratarem da segurança e governarem Timor! Eles sabem tudo!

Anónimo disse...

Por mim falo, Anónimo das 11:58:06 PM, quem sabe é quem aí vive, trabalha e luta e esses são os da Fretilin. Não os sub-estime. Eles têm mostrado uma admirável disciplina, sangue-frio e resiliência.

Anónimo disse...

Daqui a nada a margarida vai repetir aquela famosa frase que diz que a fretilin e que ganhou a independencia.

Anónimo disse...

E sem a Fretilin, Timor-Leste seria hoje independente?

Anónimo disse...

Timor nao seria independente so pela fretilin. As eleicoes de 2001 provaram que pouco menos de metade da populacao nao e da fretilin.
Mas o problema e que o Mari Alkatiri e os duros da fretilin deziam de boca cheia que foi a fretilin que ganhou a independencia, trouxe a democracia para timor e outras tantas bocas.

Anónimo disse...

Anónimo das 3:53:18 AM: parece que você acha que nem o Alkatiri nem ninguém da Fretilin tem o direito de abrir a boca. Sempre a cascar neles, numa intolerância e sectarismo quase que indecentes. Tenha lá calma, venda o seu peixe mas deixe de cascar nos outros, que têm o mesmíssimo direito de vender o seu. Tão depressa acusam o Alkatiri de ser distante e arrogante como precisamente do contrário, não são capazes de ter uma atitude pró-qualquer coisa, só sabem é destruir o que a Fretilin faz ou defende. Que sectários são!

Anónimo disse...

Anónimo das Quarta-feira, Julho 19, 2006 3:53:18 AM "As eleicoes de 2001 provaram que pouco menos de metade da populacao nao e da fretilin."

"Fretilin is the winning party, with 43 seats in the national election, and 12 of the 13 district seats. The 88-member assembly will consist of one representative from each of East Timor’s 13 districts, with the rest of the seats divided on a proportional representation basis. The seat allocation on national seats is as follows:
Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin): 57.3 % of the vote, 43 seats; Partido Democrático (PD): 8.7 %, 7 seats; Partido Social Democrata (PSD): 8.1%, 6 seats; Associação Social-Democrata Timorense (ASDT): 7.8 %, 6 seats; União Democrática Timorense (UDT): 2.3 %, 2 seats; Partido Nasionalista Timorense (PNT): 2.2 %, 2 seats; Klibur Oan Timor Asuwain (KOTA): 2.1 %, 2 seats; Partido do Povo de Timor (PPT): 2 %, 2 seats; Partido Democrata Cristão (PDC): 1.9 %, 2 seats; Partido Socialista de Timor (PST): 1.7 %, 1 seat; Partai Liberal (PL): 1.1 %, 1 seat; Partido Democrata-Cristão de Timor (UDC/PDC): 0.6 %, 1 seat." UNTAET


Podes verificar o resultado As eleicoes de 2001. Quer dizer que em Timor 57.3 % e da FRETILIN, PD: %8.7, Partido Social Democrata (PSD): 8.1%, Associação Social-Democrata Timorense (ASDT): 7.8 %, União Democrática Timorense (UDT): 2.3 %, Partido Nasionalista Timorense (PNT)2.2 % ETC....

Grande differença %57.3 de FRETILIN e %8.7 do PD o partido mais proximo.

Anónimo disse...

Como e que voces podem desenvolver uma campanha inteligente com anonimos como o das 1:13:21 PM a abrir a boca?

Sera que o anonimo nao percebe bem o portugues ou e um curto mental?

A afirmacao que eu fiz: "As eleicoes de 2001 provaram que pouco menos de metade da populacao nao e da fretilin." esta correctissima.
Afinal a Fretilin ganhou ou nao com 57.3% como este idiota acaba mesmo de confirmar?
Agora que o resto que nao seja da fretilin esteja fragmentada em varios partidos e outra coisa. De qualquer das maneiras de nada retirada o merito dessa afirmacao porque a mesma foi feita no sentido de dizer que nao foi a fretilin que conquistou a independencia porque Timor nao seria independente se o resto nao tivesse votado tambem pela independencia.

Com comentaristas como este so podem mesmo ganhar pela forca bruta. Meu Deus! Mais um estratega para a campanha de "inteligencia" anunciada pelo Mari Alkatiri. "Hello darkness my old friend,..."

Anónimo disse...

As pessoas ate votaram pelo symbolo da CNRT que significava independencia. Foi muito bem visto porque imaginem o que seria se tivessem utilizado o simbolo da fretilin.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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