sexta-feira, julho 07, 2006

Pressão presidencial?

No dia em que o Presidente vai finalmente ouvir a Fretilin, anuncia-se que estes grupos se aproximam de Díli.

E Tara, do mesmo grupo de desertores, ameaça fazer uma manifestação em Díli na próxima 2ªfeira para exigir a dissolução do Parlamento e provocar as eleições antecipadas que Xanana Gusmão quer.

A última vez que o grupo de Reinado se aproximou de Díli, atacou militares das FDTL provocando várias mortes, num confronto que levou o Presidente e o Primeiro-Minsitro a pedirem a intervenção das forças australianas.

Na altura o Ministro Ramos-Horta e o Presidente Xanana Gusmão denunciaram que Reinado era um criminoso e que este lhes tinha garantido não exercer violência durante as conversações que mantinham.

Agora, segundo os próprios estão às ordens do Presidente. E os militares australianos estarão lá para facilitar, ajudar, dar instruções e garantirem que estes grupos levam avante as ordens do Presidente na campanha de desestabilização, e que nada os trava.

Amanhã saberemos um pouco mais até onde são capazes de ir estes grupos e as tropas australianas que os acompanham.

E amanhã pelas 9 horas, o Presidente Xanana Gusmão não se vai entender com o partido maioritário.

Nunca teve intenções de o fazer. Em causa já não estarão as exigências de Xanana Gusmão em nomear Ramos-Horta como PM de um governo de transição. Agora é a data das eleições que o Presidente, ao contrário da opinião das Nações Unidas, do próprio Ramos-Horta e da Fretilin, insiste em serem antes de Dezembro de 2006.

Mas não pára aqui. Ainda falta a exigência do Presidente da República para que a Fretilin faça de novo um Congresso para eleger os seus orgãos directivos na tentaviva (vã) de serem eleitos mais uns às suas ordens.

Impressionante o aproveitamento desta insanidade por parte do governo australiano.


Até quando?
.

3 comentários:

Anónimo disse...

Mas é evidente a estreita ligação entre o Presidente da República e os militares desertores que são o seu braço direito para fomentar a violência e destruição como forma de pressão sempre que é conveniente ao plano traçado pelo Presidente.

Anónimo disse...

E é obvia a similitude de acções anteriores dos desertores em relação às suas queixas com as do PR, agora, em relação à Fretilin: pôem condições, acordam para imediatamente subirem a parada e discordarem novamente. Isto é nunca estão de boa fé, nunca quiseram negociar, nunca quiseram acordar seja no que for, fazem pura e simples desestabilização. O seu lema é: discordar, discordar sempre, quanto pior, melhor.

Anónimo disse...

I used trust Xanana but the latest action by the president has cast a lot of doubts on his abilities to serve as the county's president. I'm sorry Xanana But I belive the wrong person has resigned.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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