sexta-feira, novembro 16, 2007

Entrevista RTP a Ramos-Horta

Hilariante a falta de preparação do jornalista da RTP, Luís Nascimento, na entrevista a Ramos-Horta. Ouvir para crer aqui (mp3).

Alguns exemplos das perguntas:

"Recentemente ter sido interrompida a...a...a captura do major Alfredo Reinado, foi uma decisão politica, judical ou estrictamente militar por parte das Forças de Estabilização?"

Mas este jornalista não sabe que existem mandados de captura emitidos por um Tribunal? E que as decisões políticas não se podem sobrepor às decisões judiciais? E que o mesmo Tribunal criticou a decisão ilegal do Presidente Ramos-Horta de dar ordens às forças de estabilização para não executarem os mandados de captura a Reinado? Veja aqui o DESPACHO.

"(Sobre os peticionários).. estes 500 homens que abandonaram as FDTL... e são antigos combatentes..."

Não são 500, são 600. E bastava o jornalista ter lido um pouco acerca das origens da própria petição. Os peticionários, jovens com menos experiência, entraram em conflito porque se sentiam discriminados, exactamente por aqueles que tinham a experiência da guerrilha, os antigos combatentes.

"Quando o petroleo e o gaz natural serão o eixo central da economia timorense, caso seja essa a opção estratégica?"

Santa paciência. O petróleo e o gaz natural são praticamente a única fonte do orçamento de Estado, através do Fundo de Petróleo. Bahhh!

"O Senhor Presidente quer ser assim uma espécie de magistratura de influência?"
Tenham dó... Que tal ter feito uma perguntazita, sobre a interferência com as decisões dos magistrados?

A RTP não tinha lá um estagiário mais bem informado para entrevistar Ramos-Horta?

1 comentário:

Anónimo disse...

Felizmente que o Malai Azul está atento a estas notícias, porque sempre nos escapa alguma coisa, por mais atentos que estejamos à TV portuguesa.

Com efeito, é confrangedora a ignorância demonstrada por este (e outros) jornalistas portugueses em relação ao que se tem passado em Timor-Leste.

E no entanto, as fontes de informação estão aí, começando pelo "Timor Online" e acabando na própria imprensa timorense, com súmula regular publicada pela UNMIT.

Portanto, é estranho o alheamento consciente e voluntário dos responsáveis pela comunicação social portuguesa, que se traduz neste caso concreto da entrevista a Ramos Horta pela escolha de um estagiário muito mal preparado.

A questão que fica em aberto é se esse alheamento resulta de alguma pressão política (interna ou externa) ou é mera inépcia dos responsáveis jornalísticos.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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