Jornal de Notícias, 2 de Março de 2007
Por: Orlando Rafael
O major Alfredo Reinado, que hoje vai receber das mãos do procurador-geral da República timorense, Longuinhos Monteiro, as condições impostas para a sua rendição, resolveu, ao ver apertar-se o cerco das tropas australianas pedir através de mensagem de telemóvel a Xanana Gusmão, de quem disse ter vergonha, "diálogo e negociação".
Com as Forças de Estabilização Internacionais (ISF) à porta da localidade de Same, Reinado joga também com o apoio popular, a quem ontem se dirigiu para justificar as suas acções, e tomou a iniciativa de divulgar a mensagem enviada ao presidente da República aos jornalistas que acompanham a situação.
Observadores consideram que sabendo que o assalto dos militares pode acontecer a qualquer momento, Alfredo Reinado procura ganhar tempo para ver se Xanana Gusmão lhe permite mais uma saída airosa. No entanto, tudo indica que desta vez Reinado vai voltar para a prisão. Segundo o brigadeiro Mal Rerden, comandante das ISF, o major só tem uma saída "Entregar as armas e render-se".
"A solução tem que ser entendida pelo povo de Timor-Leste, mas as consequências são totalmente culpa de Alfredo Reinado", afirma Rerden, acrescentando que, "se ele se importa com o povo timorense e com as pessoas que estão com ele, deve entregar as armas agora e render-se sem condições".
O brigadeiro das Forças de Defesa Australianas, que têm cerca de 800 militares nas ISF, não revelou detalhes operacionais e explicou que "não há razão para uma evacuação em massa da população em Same".
Entretanto, o procurador-geral da República afirmou que hoje vai a Same, sul do país, na qualidade de "mensageiro do Estado" apresentar as condições de rendição do major Alfredo Reinado. As condições são duas. "Entregar as armas, entregar-se e entregar os seus homens", precisou Longuinhos Monteiro. Alfredo Reinado, que fugiu de uma prisão de Díli a 30 de Janeiro e que está cercado há quatro dias, "escreveu" a sua sentença - opinam especialistas - quando disse que "sentia tristeza e vergonha de ter um líder como Xanana Gusmão, que não pensa duas vezes".
UE ajuda com 1,5 milhões
A Comissão Europeia atribuiu uma verba de 1,5 milhões de euros de ajuda humanitária para as cerca de 100 mil pessoas deslocadas ou afectadas há já um ano pela instabilidade em Timor-Leste. Os fundos destinam-se a responder a necessidades básicas e a facilitar o regresso dos deslocados a casa, ou à sua instalação noutro local, durante um período de 15 meses. Em Março de 2006, Díli foi abalada por uma onda de violência, com confrontos e cisões nas estruturas militares, e cerca de 100 mil pessoas abandonaram as suas casas, tendo-se refugiado nos arredores da capital e nas zonas rurais do país. Comida, água limpa, abrigos de emergência, instalações sanitárias e cuidados básicos de saúde continuarão a ser disponibilizados à população. As verbas são canalizadas através do Departamento da Ajuda Humanitária da Comissão (ECHO, na sigla inglesa), que desde 1999 opera em Timor-Leste.
sábado, março 03, 2007
Prisão do major Reinado poderá acontecer já hoje
Por Malai Azul 2 à(s) 00:55
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
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