sábado, março 03, 2007

Mulheres querem um país melhor, mas vozes são "silenciadas" - Livro

Lisboa, 28 Fev (Lusa) - As mulheres timorenses mostram determinação em contribuir para a construção do país, apesar do seu papel ter sido "silenciado" desde o colonialismo português até à independência, afirmou hoje a autora do livro "Vozes das mulheres de Timor-Leste".

O livro, hoje lançado em Lisboa, destaca o papel das mulheres timorenses numa sociedade que tem "silenciado as suas vozes", desde o colonialismo português, passando pela ocupação indonésia, até ao governo de Timor-Leste, disse aos jornalistas Teresa Cunha.

A investigadora da Universidade de Coimbra salientou que os "homens heróis de Timor-Leste são amplamente conhecidos", desconhecendo-se "total ou parcialmente" o desempenho das mulheres.

Teresa Cunha sublinhou que há mulheres em Timor-Leste com "um papel activo" nas organizações locais, regionais e nacionais e existem algumas em cargos políticos, com funções no governo.

Na obra, a autora destaca as propostas apresentadas pelas mulheres para a reconstrução do país, tendo por base a "conciliação e pacificação" "Elas não propõem políticas macro-económicas, mas enumeram que o acesso ao trabalho remunerado, à educação, à saúde, à festa, ao divertimento, ao desporto é condição que favorece fortemente o desenvolvimento de personalidades não agressivas e relações sócio-políticas baseadas no respeito e na solidariedade", disse.

O livro é o resultado de uma pesquisa realizada durante três anos pela investigadora, que coordenou projectos de desenvolvimento local e de cooperação internacional no âmbito não governamental em Timor-Leste.

Na apresentação da obra, o sociólogo Boaventura Sousa Santos referiu que Timor-Leste "tem uma presença muito forte na vida dos portugueses", justificada "pela falsa consciência" do apoio prestado no passado.

"Portugal abandonou Timor-Leste durante o período colonial e foi impotente para travar uma outra ocupação (Indonésia)", disse o sociólogo, adiantando que "só acordou na parte final".

Boaventura Sousa Santos salientou ainda que "todas as atrocidades de que foram alvo os timorenses foram silenciadas" por Portugal.

"No momento em que os portugueses assobiavam para o ar, Moçambique foi o país que mais apoiou Timor", referiu, sublinhando que aquele país africano lusófono foi "durante muito tempo a resistência do ponto de vista diplomático".

O sociólogo disse ainda que "Timor é exemplo de resistência e de força e no centro estão as mulheres timorenses".

CMP-Lusa/Fim

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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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