sábado, março 03, 2007

Mais (palhaçada) do mesmo...

Encontro inconclusivo de PGR com Reinado após duas viagens a Same

Díli, 2 Mar (Lusa) - O encontro de hoje entre o major rebelde Reinado e o procurador-geral da República de Timor-Leste, Longuinhos Monteiro, em Same, sul do país, "correu muitíssimo bem" mas não produziu qualquer decisão, disse à Lusa o deputado Leandro Isaac.

"A reunião correu muito bem, mesmo muito bem, para o major", afirmou Leandro Isaac à Lusa, por telemóvel, horas depois de Longuinhos Monteiro ter regressado a Díli.

Questionado sobre se a reunião serviu para apresentar a Alfredo Reinado as condições de rendição, Leandro Isaac explicou que "não foi bem isso".

"A reunião tratou de Alfredo Reinado entregar as armas e poder voltar a Díli. Só que ele disse que já uma vez entregou as armas quando o Estado pediu e logo a seguir foi preso", adiantou o deputado. (NOTA: foi preso por... posse ilegal de armas)

"O procurador levou com ele o resultado do encontro em Same e agora esperamos nova discussão, que pode acontecer amanhã ou domingo", acrescentou o deputado, que se encontra com Alfredo Reinado e o seu grupo.

Alfredo Reinado e um número indeterminado de homens encontram-se cercados em Same, no litoral sul, desde terça-feira por tropas australianas das Forças de Estabilização Internacionais (ISF).

Longuinhos Monteiro fez duas viagens a Same, de helicóptero, uma de manhã e outra à tarde, contou Leandro Isaac.

"Quando chegou de manhã, cerca das 9h30, o oficial australiano não o deixou vir ao encontro do major Alfredo porque as ISF diziam que ele podia ser raptado", relatou o deputado.

Longuinhos Monteiro esteve apenas cerca de quinze minutos em Same, no heliporto improvisado pelas ISF.

"Como não o deixavam falar directamente com o major, ele decidiu regressar a Díli".

O procurador-geral terá procurado a intervenção do Presidente Xanana Gusmão.

Cerca das 15h00 (9h00 em Lisboa), Longuinhos Monteiro aterrou pela segunda vez no cerco das ISF.

"Depois teve que andar cerca de dois quilómetros a pé até à vila, sozinho, apenas com um guarda-costas", contou ainda Leandro Isaac.

A reunião entre Longuinhos Monteiro e Alfredo Reinado sofreu mais um atraso porque "o procurador, que não conhece a vila, enganou-se no ponto de encontro". (HA! HA! HA!)

Longuinhos Monteiro, segundo Leandro Isaac, procurou a ponte de Cotalala, em vez da ponte de Uelala, "foi para um lado e nós para o outro".

Os dois homens encontraram-se finalmente "a meio da ponte e foi ali que falaram", à vista da população.

Segundo Leandro Isaac, "os populares pediram vinte minutos ao procurador-geral para entregarem petições sobre a situação em Same e para ouvir a declaração do polícia João Martinho".

João Martinho, da PNTL de Maliana, explicou em público por que tinha decidido juntar-se a Alfredo Reinado no domingo passado, quando o major assaltou três esquadras da polícia de fronteiras timorense.

A Lusa tentou, até ao princípio da noite, obter um contacto com o procurador-geral da República, que ontem declarou que a ida a Same seria na qualidade de "mensageiro do Estado".

Sobre a situação em Same, Leandro Isaac disse "estar aparentemente muito calmo, o que depois de quatro dias de inferno é muito estranho".

"Por isso estamos ainda mais vigilantes esta noite", acrescentou o deputado.
PRM Lusa/Fim

1 comentário:

Anónimo disse...

Xanana tinha dito que desta vez não havia negociações, mas já está a haver...

É confrangedor ver o Procurador-Geral a servir de pombo-correio para negociar aquilo que pensávamos ser inegociável.

Até onde se baixarão mais as autoridades timorenses?

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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