quinta-feira, junho 22, 2006

Le président timorais Gusmao demande au premier ministre de démissionner

LE MONDE 22.06.06 14h17

Le président du Timor-Oriental, Xanana Gusmao, a demandé à son premier ministre, Mari Alkatiri, de démissionner en vue de sortir le pays de la crise politique après les troubles du mois de mai, qui ont laissé trente morts à Dili, la capitale de l'ancienne colonie portugaise.

Les instances dirigeantes du parti au pouvoir, le Fretilin, ancien mouvement insurgé contre l'occupation indonésienne (1975-1999), puis le gouvernement devaient examiner la situation, jeudi 22 et vendredi 23 juin, au vu de la lettre sans ambiguïté adressée par le très populaire chef de l'Etat à M. Alkatiri. M. Gusmao, qui n'appartient plus au Fretilin, lui donne "le choix de décider (lui-même) : soit vous démissionnez, soit, après avoir entendu le Conseil d'Etat, je vous révoquerai, parce que vous avez cessé de mériter ma confiance".


Le prétexte a été la diffusion, par la chaîne de télévision australienne ABC, d'un documentaire étayant les accusations qui circulaient depuis plusieurs semaines à Dili sur l'implication du premier ministre dans la distribution d'armes à des groupes civils de son obédience, lors de la mutinerie qui a provoqué la crise, fin avril.

M. Gusmao s'est dit "choqué". La position de M. Alkatiri qui, à de multiples reprises, a proclamé son intention de conserver son poste, était devenue plus délicate mardi, quand le procureur général Longuinhos Monteir, soutenu par les Nations unies, avait annoncé, en liaison avec cette affaire, l'émission d'un mandat d'arrêt à l'encontre de l'ancien ministre de l'intérieur Rogiero Lobato, un proche du premier ministre.

Soupçonné de clientélisme dans l'attribution de contrats financés par la communauté internationale, M. Alkatiri, musulman modéré dans un pays presque totalement catholique, est en outre accusé d'autoritarisme et de penchants marxistes, un leg de ses années passées en exil au Mozambique lors de la lutte indépendantiste. "Dehors, le communiste !", proclament des banderoles brandies contre lui.

En théorie, M. Gusmao n'a pas le pouvoir constitutionnel de démettre le premier ministre ni de dissoudre le Parlement, où le Fretilin détient 55 des 88 sièges. Mais lui-même et son ministre de la défense et des affaires étrangères, Ramos Horta, Prix Nobel de la paix, ont le soutien à peine voilé de l'Australie, qui a dépêché un contingent de plus de mille soldats et policiers pour ramener l'ordre dans le pays et désarmer les militaires entrés en rébellion contre M. Alkatiri. M. Horta a offert ses services pour diriger un gouvernement intérimaire.

Francis Deron
Article paru dans l'édition du 23.06.06

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1 comentário:

Anónimo disse...

Tradução:

O presidente timorense Gusmão pede ao primeiro ministro para se demitir
LE MONDE 22.06.06 14h17

O presidente de Timor-Leste, Xanana Gusmão, pediu ao seu primeiro-ministro, Mari Alkatiri, para se demitir para que o país possa sair da crise política depois dos problemas do mês de Maio, que deixaram trinta mortes em Dili, a capital da antiga colónia portuguesa.

Os órgãos dirigentes do partido no poder, a Fretilin,o antigo movimento que lutou contra a ocupação indonésia (1975-1999), e depois o governo devem examinar a situação, quinta-feira 22 e sexta-feira 23 de Junho, em vista da carta sem ambiguidade dirigida pelo muito popular Chefe de Estado ao Sr. Alkatiri. O Sr. Gusmão, que já não pertence à Fretilin, deu-lhe "a escolha de decidir (ele próprio) : ou se demite, ou, depois de ouvir o Conselho de Estado, eu demito-o, porque deixou de merecer a minha confiança ".

O pretexto foi a difusão, pela cadeia australiana ABC, de um documentário onde constam as acusações que circulam depois de várias semanas em Dili sobre a implicação do primeiro-ministro na distribuição de armas a grupos civis que lhe obedecem, quando dos motins que provocaram a crise, no final de Abril.

O Sr. Gusmão disse-se « chocado». A posição do Sr. Alkatiri que, muitas vezes, proclamou a sua intenção de se manter no seu posto, tornou-se mais delicada na terça-feira, quando o procurador-geral Longuinhos Monteiro, sustentado pelas Nações Unidas, tinha anunciado em ligação com esse assunto, a emissão de um mandato de captura contra o antigo ministro do interior Rogério Lobato, um próximo do primeiro-ministro.

Suspeito de clientelismo na atribuição de contratos financiados pela comunidade internacional, o Sr. Alkatiri, muçulmano moderado num país quase totalmente católico, é, entre outras coisas, acusado de autoritarismo e de tendências marxistas, uma herança dos seus anos passados no exílio em Moçambique na altura da luta independentista. "Fora, o comunista!", proclamavam as bandeirolas exibidas contra ele.

Em teoria, o Sr. Gusmão não tem o poder constitucional de demitir o primeiro-ministro nem de dissolver o Parlamento, onde a Fretilin detém 55 dos 88 lugares. Mas ele mesmo e o seu Ministro dos Assuntos Estrangeiros e da Defesa, Ramos Horta, Prémio Nobel da paz, têm o apoio mal disfarçado da Austrália, que despachou um contingente de mais de mil soldados e polícias para trazer a ordem ao país e desarmar os militares que entraram em rebelião contra o Sr. Alkatiri. O Sr. Horta ofereceu os seus serviços para dirigir um governo interino.

Francis Deron
Artigo da edição de 23.06.06

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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