"MEIA HORA EM IRABERA
Escondem o céu e disfarçam as nuvens
altíssimas árvores com centenas de anos.
Há nuvens e céu, mas de folhas gratuita
se pássaros isentos de desenganos
A meio o ar, verde e imóvel,
Que nenhum vento perturbou,mas um ar jovem, puro, virgem,que a chuva (ou o tempo infinito) lavou.
E, em baixo adormecida, uma lagoa verde,
sereia fugida do mar e do mundo,
com translúcidos seios amamentade água fria os peixes e as pedras do fundo,
e estende os longos braços, dois ribeiros que afagam e bichos da mata,
e tem a cabeleira de espuma alva e crespa
pousada na montanha, a fingir de cascata.
Aqui valia a pena a eternidade,
Sem passado ou futuro, atento ou inerme.
Árvores, pedras, ar e água,
Peixes e pássaros anónimos,
- tudo isto irá sobreviver-me…e há que beber depressa este verde silêncio!
O rumor de água e de aves é mentira:
em Irabera há só a sereia que dorme
e sonha e se espreguiça e de leve respira.
In MEMÓRIA DE TIMOR-LESTE, Leonel Neves, 1966"
sábado, maio 27, 2006
Dos leitores (13)
Por Malai Azul 2 à(s) 06:02
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
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