quinta-feira, março 27, 2008

Horta critical of bid to catch rebels

The Age
March 28, 2008 - 12:08AM


East Timor President Jose Ramos-Horta is critical of the failure of international forces to quickly capture the rebels who attacked him in Dili last month.

Dr Ramos-Horta is recovering in Darwin after being flown to Australia with gunshot wounds from an assassination attempt outside his home on February 11.

He said Australian-led international forces could have immediately blockaded the city after the attack and captured the rebels before they escaped.

"They would have captured them within hours because for many hours after the attack on my house they were still in the hills around my house," he told ABC Television.

But Dr Ramos-Horta said he didn't feel anger towards Australian troops themselves.

"No I don't," he said.

"The Australian troops only act upon requests from United Nations."

Dr Ramos-Horta spoke of the attack itself, estimating he lay bleeding on the ground after being shot for half an hour, screaming for an ambulance.

"The gunman was there hiding near my gate and took aim at me," he said.

"I was just lucky that as I saw him I turn around to run.

"That's why he didn't hit on my chest on the left side, he hit me on the back on the right side."

The gunman was just 10 metres away when he fired, Dr Ramos-Horta said.

"I looked at his eyes, not friendly and he was determined to fire," he said.

"That's why I turned to run and was hit."

Dr Ramos-Horta had lost four out of five litres of blood by the time he was transported to an Australian military hospital in Dili.

"Luckily the Australian young men and women in the defence force in Timor gave me a lot of blood," he said.

"So I was saved by the Australian medics, doctors and nurses in Dili as well by the blood donated by Australian soldiers."

Dr Ramos-Horta said he believed the attack was an assassination attempt, rather than a failed kidnapping.

He was confident East Timor would weather the upheaval.

"I think a lesson has been drawn from this that we must really step back from all violence," he said.

"I cannot guarantee that there will be no further violence in the country, but I believe the vast majority of people are even more shocked today than ever before."

Dr Ramos-Horta is hoping to return to East Timor next month.

AAP

Tradução:

Horta crítico com a tentativa de apanhar os amotinados

The Age
Março 28, 2008 - 12:08AM


O Presidente de Timor-Leste José Ramos-Horta é crítico do falhanço das forças internacionais para capturarem com rapidez os amotinados que o atacaram em Dili no mês passado.

O Dr Ramos-Horta está a recuperar em Darwin depois de ter sido aerotransportado para a Austrália com feridas de balas duma tentativa de assassínio no exterior da sua casa em 11 de Fevereiro.

Ele disse que forças internacionais lideradas pelos Australianos podiam ter bloqueado imediatamente a cidade depois do ataque e capturado os amotinados antes deles terem escapado.

"Teriam-nos capturado em poucas horas porque muitas horas depois do ataque à minha casa eles estavam ainda nos montes à volta da minha casa," disse à ABC Television.

Mas o Dr Ramos-Horta disse que não sentia raiva contra as próprias tropas Australianas.

"Não, não sinto," disse ele.

"As tropas Australianas apenas actuam por ordens das Nações Unidas."

O Dr Ramos-Horta falou do próprio ataque, estimando que esteve deitado no chão a sangrar depois de ter sido baleado durante meia hora, gritando por uma ambulância.

"O pistoleiro estava lá escondido perto do meu portão e tinha-me sob mira," disse.

"Apenas tive sorte porque quando o vi, virei-me para correr.

"Foi por isso que não fui atingido no peito no lado esquerdo, ele atingiu-me nas costas no lado direito."

O pistoleiro estava a uns meros 10 metros de distância quando disparou, disse o Dr Ramos-Horta.

"Olhei-o nos olhos, não tinha aspecto amigável e estava determinado a disparar," disse.

"Foi por isso que me virei para correr e fui atingido."

O Dr Ramos-Horta tinha perdido quatro de cinco litros de sangue na altura em que foi transportado para um hospital dos militares Australianos em Dili.

"Felizmente que os jovens Australianos das forças de defesa em Timor me deram muito sangue," disse.

"Assim fui salvo por médicos Australianos, médicos e enfermeiros em Dili bem como pelo sangue doado por soldados Australianos."

O Dr Ramos-Horta disse que acreditava que o ataque era uma tentativa de assassínio mais do que um rapto falhado.

Estava confiante que Timor-Leste superará o acontecimento.

"Penso que se tem de aprender uma lição disto que devemos realmente recuar de toda a violência," disse.

"Não posso garantir que não vai haver mais violência no país, mas acredito que a vasta maioria do povo está ainda mais chocada hoje, do que esteve antes."

Dr Ramos-Horta espera regressar a Timor-Leste no próximo mês.

AAP

3 comentários:

Anónimo disse...

Tradução:
Horta crítico com a tentativa de apanhar os amotinados
The Age
Março 28, 2008 - 12:08AM


O Presidente de Timor-Leste José Ramos-Horta é crítico do falhanço das forças internacionais para capturarem com rapidez os amotinados que o atacaram em Dili no mês passado.

O Dr Ramos-Horta está a recuperar em Darwin depois de ter sido aerotransportado para a Austrália com feridas de balas duma tentativa de assassínio no exterior da sua casa em 11 de Fevereiro.

Ele disse que forças internacionais lideradas pelos Australianos podiam ter bloqueado imediatamente a cidade depois do ataque e capturado os amotinados antes deles terem escapado.

"Teriam-nos capturado em poucas horas porque muitas horas depois do ataque à minha casa eles estavam ainda nos montes à volta da minha casa," disse à ABC Television.

Mas o Dr Ramos-Horta disse que não sentia raiva contra as próprias tropas Australianas.

"Não, não sinto," disse ele.

"As tropas Australianas apenas actuam por ordens das Nações Unidas."

O Dr Ramos-Horta falou do próprio ataque, estimando que esteve deitado no chão a sangrar depois de ter sido baleado durante meia hora, gritando por uma ambulância.

"O pistoleiro estava lá escondido perto do meu portão e tinha-me sob mira," disse.

"Apenas tive sorte porque quando o vi, virei-me para correr.

"Foi por isso que não fui atingido no peito no lado esquerdo, ele atingiu-me nas costas no lado direito."

O pistoleiro estava a uns meros 10 metros de distância quando disparou, disse o Dr Ramos-Horta.

"Olhei-o nos olhos, não tinha aspecto amigável e estava determinado a disparar," disse.

"Foi por isso que me virei para correr e fui atingido."

O Dr Ramos-Horta tinha perdido quatro de cinco litros de sangue na altura em que foi transportado para um hospital dos militares Australianos em Dili.

"Felizmente que os jovens Australianos das forças de defesa em Timor me deram muito sangue," disse.

"Assim fui salvo por médicos Australianos, médicos e enfermeiros em Dili bem como pelo sangue doado por soldados Australianos."

O Dr Ramos-Horta disse que acreditava que o ataque era uma tentativa de assassínio mais do que um rapto falhado.

Estava confiante que Timor-Leste superará o acontecimento.

"Penso que se tem de aprender uma lição disto que devemos realmente recuar de toda a violência," disse.

"Não posso garantir que não vai haver mais violência no país, mas acredito que a vasta maioria do povo está ainda mais chocada hoje, do que esteve antes."

Dr Ramos-Horta espera regressar a Timor-Leste no próximo mês.

AAP

Anónimo disse...

Tradução:
Presidente de Timor-Leste aponta o dedo à amante Australiana de Reinado
The Age
Lindsay Murdoch, Darwin
Março 28, 2008

O Presidente Timorense José Ramos Horta acusou uma mulher Australiana nascida em Timor de influenciar o líder amotinado Alfredo Reinado no período antes da tentativa de assassínio no ano passado.
Angelita Pires, que foi "associada íntima e amante " do líder amotinado, estava entre várias pessoas que tinham "manipulado e influenciado" Reinado antes do ataque em 11 de Fevereiro, disse o Sr Ramos Horta.

Falando pela primeira vez acerca do atentado contra a sua vida, o Sr Ramos Horta disse ainda ao The Age ontem como escapou de ser morto por uma fracção de segundo.

"Pude ver pela cara e olhos de um dos homens de Reinado que ia balear-me," disse o Sr Ramos Horta. "Virei-me. Foi nesse momento que ele disparou pelo menos dois tiros, atingindo-me na parte direita das costas," disse.

"Se não me tivesse virado nesse momento teria sido atingido no peito … teria morrido imediatamente."

O Sr Ramos Horta, que teve alta do hospital mas mantém-se em Darwin recuperando das suas feridas de balas, disse que queria respostas a muitas questões do atentado contra a sua vida, incluindo porque é que a Força Internacional de Estabilização liderada pelos Australianos (ISF) não perseguiu imediatamente os atacantes.

Ele soube que não houve nenhuma "perseguição hostil" aos amotinados durante dois dias.

O Sr Ramos Horta disse que queria saber também porque é que a polícia da ONU não veio imediatamente em seu auxílio .

Descreveu como ficou estendido no chão a sangrar durante cerca de 30 minutos perto do portão da frente da sua casa num monte por cima do porto de Dili. "Não senti dores," disse.

Mas lembra-se de pensar que se morresse, Timor-Leste explodiria em violência. "Foi isto o que em parte me ajudou a agarrar-me."

O Sr Ramos Horta disse também que ele voltou para casa do passeio matinal depois de ter ouvido dois episódios de tiros. Disse que iniciallmente olhou aos dois soldados das forças armadas Timorenses que estavam com ele e disse "Sim, os tiros vêm da casa."

Mas disse que depois encontrou o gerente de Dili do banco ANZ, que andava de bicicleta. "Ele disse de modo casual e relaxado que a ISF estava a fazer um exercício perto da minha casa," disse o Sr Ramos Horta. "Sendo esse o caso, senti-me relaxado e decidi voltar para casa," disse. "Queria também ver como estavam as pessoas na minha casa — estavam lá crianças."

O Sr Ramos Horta disse que quando se aproximava da casa que viu um veículo das forças armadas atingido por balas. "Não vi uma única pessoa, não vi nenhum soldado da ISF," disse. "Isso pareceu-me muito estranho.
"Comecei a andar com mais cuidado, preocupado. Numa altura quando nos aproximávamos do portão um dos soldados que me escoltava disse-me para ter cuidado, está alguém acolá … ele queria dizer alguém hostil.

"Quando olhei vi um dos homens de Alfredo todo fardado com um trapo no cabeça. Depois virou a arma contra mim."

O Sr Ramos Horta disse que quando foi baleado que caiu na estrada e ficou incapaz de se mexer durante cerca de 30 minutos até uma velha e desgastada ambulância ter chegado. Disse que fez apelos de auxílio repetidas vezes do seu telemóvel.

Disse que um inquérito deve investigar porque é que a polícia da ONU falhou em rodear imediatamente a área à volta da sua casa para evitar que os atacantes de escaparem.

"Porque é que a ISF não lançou imediatamente acções para capturar esses elementos?" disse. "Como é que aconteceu que o Sr Alfredo Reinado não foi detectado em Dili quando era suposto que a ISF estivesse a manter debaixo de olhos os seus movimentos?

"Há um número bastante grande de elementos em falta que têm de ser clarificados," disse o Sr Ramos Horta. "As pessoas do meu país estão a exigir respostas e eu tenho a intenção de obter respostas a todas estas questões." O Sr Ramos Horta disse que uma comissão de inquérito devia examinar também quem esteve por detrás de ambos Reinado e Gastão Salsinha, o antigo comandante das forças militares também suspeito de envolvimento nos ataques de 11 de Fevereiro ao Sr Ramos Horta e Primeiro-Ministro Xanana Gusmão.

Reinado, que era procurado por homicídio num anterior confronto armado com a polícia, foi morto a tiro por um guarda-corpo do Sr Ramos Horta' depois do ataque.

Soldados e polícias Timorenses andam ainda a perseguir Salsinha e 13 dos seus homens nas montanhas centrais da ilha-nação.

O Sr Ramos Horta disse que os ataques foram um choque para o povo de Timor-Leste, de quem se sente orgulhoso por se ter mantido calmo.

Disse que Reinado lhe dissera quando na última vez se encontraram em Janeiro que ele era o único líder político em que confiava. Ele (Reinado) pôs muita confiança em mim," disse.

Mas o Sr Ramos Horta disse que Reinado era uma pessoa muito instável que nunca era consistente com o que dizia. "Fez qualquer coisa diferente no dia a seguir sob influência da sua associada íntima e amante a Srª Angie Pires e de outros que estavam por detrás dele," disse.

"Enquanto eu conseguia criar um certo clima de confiança entre ele e os seus homens, havia alguns elementos por detrás dele que o iriam manipular e influenciar a situação," disse o Sr Ramos Horta.

A Srª Pires, 38 anos, que cresceu em Darwin, foi detida dias depois dos ataques e levada perante um juiz.

Foi libertada e ficou em detenção domiciliária em Dili enquanto a investigação aos ataques continua.
A Srª Pires está bem conectada politicamente em Dili, mas negou ter tido qualquer conhecimento anterior dos ataques, ou estar envolvida em qualquer conspiração para desestabilizar Timor-Leste.

O Sr Ramos Horta disse que tem esperança de voltar a Dili dentro de duas ou três semanas.

Anónimo disse...

"The Australian troops only act upon requests from United Nations."

Esta é nova. O comandante das "ISF" sempre disse que eles só obedecem à "liderança" timorense... Ramos Horta não faz parte da "liderança"?

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.