Lusa – 17 de Setembro de 2007, 07:33
Díli - Timor-Leste "nunca foi, em momento algum, um Estado falhado", afirmou hoje Sukehiro Hasegawa, ex-chefe da missão das Nações Unidas em funções na crise de 2006, em entrevista à Agência Lusa.
"Nunca se atingiu o ponto de Estado falhado", afirmou Sukehiro Hasegawa, que foi representante-especial do secretário-geral da ONU em Timor-Leste até 22 de Setembro de 2006.
Sukehiro Hasegawa admite, no entanto, que "Timor-Leste esteve à beira de cair dentro de uma 'armadilha de conflito'".
"Uma armadilha é isso mesmo: um buraco-negro de violência para onde se entra num processo de ataque mútuo e de onde é muito difícil sair", explicou Sukehiro Hasegawa à Lusa.
"Felizmente, os líderes timorenses compreenderam que ninguém sairia vitorioso de um conflito assim", acrescentou.
Na opinião de Sukehiro Hasegawa, "a operação de manutenção de paz deve continuar em Timor-Leste pelo menos até às próximas eleições, mesmo que não tão grande", considerando "importante uma estratégia clara de reconciliação e de consolidação do Estado".
"Foi por compreenderem o risco de cair na armadilha que os dirigentes timorenses pediram a ajuda internacional", afirmou.
O antigo chefe da missão internacional esteve em Timor-Leste uma semana acompanhando 16 alunos da Faculdade de Direito da Universidade de Hosei, Japão, onde Sukehiro Hasegawa é professor do Departamento de Política Global.
Em entrevista à Lusa, Sukehiro Hasegawa explicou que "existia em Timor-Leste um conflito interno mas mesmo no auge da crise as estruturas do Estado funcionaram".
"Não existia desacordo sobre a necessidade de forças estrangeiras, apenas sobre o tempo de missão e os países de proveniência", afirmou Sukehiro Hasegawa.
"Eu não tinha forças minhas", recordou o ex-chefe da ONU, que não se encontrava no país no final de Abril de 2006, quando uma manifestação de peticionários das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste degenerou em violência.
"Eu só tinha um punhado de assessores militares e de instrutores, todos desarmados", acrescentou Sukehiro Hasegawa.
O ex-chefe de missão reconheceu que a redução dos efectivos da UNMISET foi precipitada e resultou de uma má avaliação da situação em Timor-Leste.
"O Reino Unido, a Austrália e os Estados Unidos da América insistiram que havia estabilidade aqui e que já não havia nenhuma ameaça" antes da crise de 2006, recordou Sukehiro Hasegawa.
"Posição diferente tinham Lisboa e Brasília, que pretendiam a continuação da missão", acrescentou.
Sukehiro Hasegawa chefiou as duas missões internacionais em Timor-Leste anteriores à UNMIT (UNMISET e UNOTIL), desde Julho de 2002 até Setembro de 2006.
PRM-Lusa/Fim
terça-feira, setembro 18, 2007
Timor-Leste: "Nunca houve um Estado falhado" - ex-chefe ONU
Por Malai Azul 2 à(s) 17:25
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
Sem comentários:
Enviar um comentário