Diário Digital / Lusa
15-09-2007 17:13:00
Mari Alkatiri, insistiu hoje que o governo de Timor-Leste «não tem legitimidade» e considerou o programa do executivo «parte da campanha de Xanana Gusmão contra a Fretilin».
«O primeiro-ministro 'de facto' tem 24 por cento dos votos. Os outros têm menos ainda», declarou Mari Alkatiri quando questionado sobre a sua afirmação, feita esta semana em Jacarta, de que o IV Governo timorense «dura no máximo dois anos».
«É um governo ilegítimo. Não podemos somar legitimidades. Legitimidade não se soma. Não há aritmética para somar legitimidades», explicou o ex-primeiro-ministro.
Mari Alkatiri falava à imprensa no regresso a Díli, depois de uma semana na Indonésia.
«O senhor Xanana não soube responder frontalmente a nenhuma pergunta» do debate sobre o Programa de Governo, acusou Mari Alkatiri, que disse ter acompanhado os três dias de discussão.
«Mostra claramente que não foi este governo quem fez o programa ou que Xanana Gusmão não sabe defendê-lo», acrescentou o secretário-geral da Fretilin.
«Se não o sabe defender, como vai implementá-lo?», perguntou.
O Programa de Governo «é mais uma campanha que Xanana Gusmão foi para o Parlamento fazer contra a Fretilin», acusou ainda o líder do partido vencedor das legislativas de 30 de Junho e maior partido da oposição.
Mari Alkatiri, que considerou a sua visita de uma semana à Indonésia «bem sucedida», participou em seminários em duas universidades indonésias, onde falou sobre a globalização e políticas não-liberais, e num debate televisivo sobre «fé e amor à pátria».
«Outros convites» foram deixados para visita posterior, explicou Mari Alkatiri, porque entretanto se iniciou o jejum islâmico e porque queria ainda assistir à discussão sobre o Programa de Governo.
«Não fui pedir apoio a ninguém para me dar mais força para a minha luta dentro do país», sublinhou o secretário-geral da Fretilin.
«Não seria honesto», acrescentou.
«Também não fui lavar a roupa suja, porque a roupa suja lava-se em casa», comentou Mari Alkatiri.
Nos encontros com líderes políticos, empresários e jornalistas, o ex-primeiro-ministro pediu «confiança nos timorenses».
«Disse-lhes que queremos reforçar a paz e a estabilidade em Timor-Leste, embora haja diferenças e contradições que tentaremos resolver a nível interno».
«Com os empresários, a mensagem foi clara. Eles estavam preocupados se há condições para investir e eu disse que agora é o momento mais certo», afirmou Mari Alkatiri.
O ex-primeiro-ministro anunciou que pretende fazer visitas à Indonésia, Malásia e Austrália «até ao final do ano».
Mari Alkatiri foi esperado no aeroporto por algumas dezenas de deslocados do campo fronteiro ao terminal, com bandeiras da Fretilin.
Durante a tarde, Mari Alkatiri assistiu na fila dos convidados ao debate sobre o Programa, que passou no Parlamento com a aprovação de um voto de confiança e o chumbo de uma moção de rejeição apresentada pela Fretilin.
terça-feira, setembro 18, 2007
Timor: «Este governo não tem legitimidade», Mari Alkatiri
Por Malai Azul 2 à(s) 17:21
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
Sem comentários:
Enviar um comentário