quinta-feira, agosto 31, 2006

Um dia depois da fuga cadeia de Becora continua sem segurança

Díli, 31 Ago (Lusa) - Um dia depois de 57 reclusos, entre os quais o major Alfredo Reinado, terem fugido da cadeia de Becora, em Dili, o estabelecimento prisional continuava hoje sem segurança permanente, disse à Lusa o ministro da Justiça timorense.

"É verdade que a cadeia continua sem segurança permanente e apenas temo s uma patrulha das forças australianas que verifica o exterior de três em três h oras", afirmou Domingos Sarmento.

O ministro da Justiça referiu, no entanto, que o Governo timorense "não ficou parado" e tomou de imediato a decisão de "trocar as chefias e mudar as posições dos guardas em Becora".

"As chefias estão, para já, sem trabalhar e serão alvo de uma investigação, enquanto que ao nível dos guardas foi decidido trocar posições para aumentar a segurança da cadeia", explicou.

Por outro lado, continuou o governante, perante a impossibilidade das forças australianas manterem uma patrulha permanente no exterior da cadeia, o Governo de Timor-Leste "pediu ajuda às forças da ONU".

"Eu falei com o coronel Don Roach e ele disse-me que se mantinha a impossibilidade de ter gente no exterior da cadeia em permanência, facto que comuniquei ao primeiro-ministro, que me disse que ia falar com as forças da ONU", afirmou, referindo-se à força polícia da ONU comandada pelo comissário português Antero Lopes.

Além da prisão de Becora, Timor-Leste tem cadeias em Baucau e Gleno, no distrito de Ermera, sendo que a segurança só está a ser feita na prisão de Baucau, onde a Polícia Nacional continua activa.

Domingos Sarmento disse quarta-feira que a segurança nas cadeias de Gleno e Becora só poderá ser assegurada pelas forças timorenses quando estiver concluído o processo de reactivação da força policial desactivada em Díli desde os confrontos de 28 de Maio.

Os 57 presos continuam a monte, apesar da operação em curso desde quarta-feira, que envolve as forças internacionais e a polícia da ONU.

JCS.

3 comentários:

Anónimo disse...

Não convém colocarem segurança no perímetro da prisão, porque os fugitivos podem querer regressar e, por engano, ser impedidos de entrar.
Dá para descrer das capacidades de dirigentes timorenses que grangearam prestígio mas que estão amarrados a interesses obscuros, e não pensam duas vezes antes de entregarem o Povo Timorense nas mãos dos imperialistas australianos.

Anónimo disse...

A prisao nao tem guardas porque estes estao muito ocupados a embelecer o jardim do Xanas! Eu vi alguns deles no documentario do Dateline, ou melhor as armas estavam la na varanda ao pe do jardim!
Ze Cinico

Anónimo disse...

Porque será que perante a gravidade dos ultimos acontecimentos

- o Prémio Nobel, actual Primeiro Ministro, não emite um dos seus maravilhosos comunicados que primam pelo pormenor e até pelo discurso directo e em inglês que segundo se diz é para que todo o mundo os possa ler?

- o Presidente da República não faz um dos seus famosos discursos plenos de emoção?

- o representante das Nações Unidas em Timor, o japonês Hasegawa, não emite um dos seus célebres "press release", a demonstrar a sua tão peculiar preocupação e a "aconselhar" uma investigação para apuramento de responsabilidades?

- os líderes da oposição não se manifestam com os seus habituais discursos inflamatórios e acusatórios?

- os Bispos não se mostrem preocupados com a segurança do povo que tanto os preocupa?

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.