sexta-feira, julho 28, 2006

Pela Lei e Pela Grei

Conferência de imprensa conjunta GNR/Forças Australianas

Estiveram presentes no QG da GNR em Caicoli, além dos oficiais da GNR, Major Paulo Soares e Capitão Gonçalo Carvalho, o General Slater e um oficial que fez a tradução para tétum.

O General Slater explicou à imprensa local, em detalhe, a situação da detenção e a apreensão das armas, o elogiou o trabalho não só da GNR mas também de todas as outras polícias. Referiu que a actuação foi feita de acordo com as leis vigentes no território e que ninguém esta acima da lei.

Disse que Alfredo Reinado sabia que não podia ter mais armas na sua posse, pois tinha terminado o prazo estabelecido.

O Capitão Gonçalo Carvalho disse que a apreensão feita pela GNR, do material na posse de Alfredo Reinado, foi de acordo com as leis vigentes em Timor-Leste e que ninguém deve constituir uma excepção dentro do quadro legal estabelecido pelo Estado da República Democrática de Timor-Leste. Salientou que a actuação da GNR é completamente imparcial e isenta, relativamente aos problemas políticos.

O oficial da GNR disse ainda que serão firmes na actuação contra todos aqueles que violarem as leis em vigor no território e que continuarão a desenvolver uma actividade normal, pautando a sua conduta, como sempre fizeram até ao momento, com profissionalismo, rigor e eficiência.

Explicou que não estão contra nem a favor de ninguém, que apenas procuram criar condições para que o povo timorense possa fazer a sua vida quotidiana com tranquilidade. E que trabalham com o intuito de contribuir para a estabilização da situação na cidade de Díli, para que todos os seus habitantes possam retomar a sua vida normal, dentro de um clima de ordem e segurança.

O Capitão Gonçalo Carvalho lembrou que a GNR em Portugal ou Timor-leste terá sempre como referência o seu lema que é “Pela Lei e Pela Grei”.

Servir o povo e defender a lei.

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15 comentários:

Anónimo disse...

Prestem atenção.
Só o facto de a conferência de imprensa ter tido lugar no QG da GNR tendo-se deslocado aí um General (a um aquartelamento comandado por um Capitão, quem for militar percebe o significado disto) é muito, mas muito significativo.
Definitivamente a australia não quer ser vista internacionalmente como protectora de um insurrecto armado e reconhece implicitamente que a GNR cumpre o seu mandato com isenção e apartidarismo que é para isso que lá está.

A última coisa que a GNR pode dar-se ao luxo é de ser percebidfa como a força de segurança da FRETILIN ou de qualquer outra formação.

Uma última nota. Esta GNR que está em Timor, é igualzinha à que continua em Portugal. Espero que reflictam nisso quando alguém se lembrar de criticar a actuação da GNR em Portugal.

Anónimo disse...

Parabens GNR! Nao liguem as "bocas" que mandam por ai. Voces Portugal, Australia, Malazia, Nova Zelandia) estao aqui porque o estado timorense vos pediu para virem ca e para manter a ordem neste pais. Forca e va em frente. Ninguem esta acima da lei, seja ele quem for.

Anónimo disse...

Forca GNR e se refilarem com o cacetepelo traseiro acima.

Todosos bons filhos de Timor estao convosco e agradecemos o sacrificio que fazem deixando os familiares e a vossa terra para vir tao longe ajudar nos. Sao verdadeiros irmaos.
Viva GNR

Mata Hari

Anónimo disse...

Sendo esta crise de natureza politico-militar nao percebo como e que as consequencias politicas e principalmente militares que tem o potencial de criar muito mais instabilidade nao foram consideradas antes da detencao do Major Alfredo por posse ilegal de armas sendo ele um militar.
O semelhante nao aconteceu em 1999 quando a UNTAET tinha o mandato de desarmar todas as forcas militares em Timor mas as Falintil recusaram-se e nunca foram desarmadas tendo sido simplesmente obrigadas a um acantonamento. Foram as consequencias de um desarmamento forcoso das Falintil que influenciou a UNTAET a nao desarmar as Falintil apesar do claro mandato legal para o fazerem.

Essas consequencias nao foram consideradas pela GNR quando decidiu actuar num plano puramente legal e tera que assumir as reponsabilidades pelas consequencias que dai resultarem. A resolucao desta crise nao deve considerar somente os factores legais mas tambem politicos, militares e sociais sob o risco de se agravar ainda ais a estabilidade do pais.

Anónimo disse...

Ao anónimo das 10:10:07:
Comparar o Alfredo às FALINTIL é um erro crasso a todos os níveis: histórico, sociológico e político.
As FALINTIL lutaram durante mais de duas décadas em nome da libertação de um povo. Elas representavam, de facto, a maioria do povo timorense que queria a independência, e que deixou isso bem claro no referendo. As FALINTIL só sobreviveram porque contaram com a ajuda da maioria do povo timorense, tendo um apoio muito mais abrangnte do que a FRETILIN, a UDT ou as diversas organizações juvenis de resistência.
Acha mesmo que pode comparar Alfredo Reinado, um homem sem história e sem um vínculo íntimo ao povo, com as FALINTIL que são, ainda hoje, o grande refrencial de uma história de resistência?

Anónimo disse...

Ao anonimo 11:24:03
Good on you man! E isso mesmo, da-lhe, ele nao sabe o que diz!

Anónimo disse...

Anónimo das 10:10:07 PM : o Alfredo não é um militar. O Alfredo é um desertor das forças militares que cometeu crimes. E é como tal que deve ser tratado, como um desertor criminoso. Ele e todos os que estão nas mesmas circunstâncias pois numa democracia, ninguém está acima da lei. A GNR cumpriu a sua tarefa, cumpram agora os tribunais a sua.

E por favor não torne a ofender os membros das F-FDTL, os actuais que se mantiveram disciplinados ao longo destes meses caóticos e principalmente os que vieram da resistência e ajudaram a erguer e a dignificar a instituição.

Anónimo disse...

Há aqui várias ofensas, uma delas é querer confundir FDTL com FALINTIL.
É tão ridículo como o nosso Exército se chamar: BT-EP
Bravos da Terceira-Exército Português.
Então não foram os bravos da Terceira que constituiram a espinha dorsal das lutas liberais? E que posteriormente deram corpo ao actual Exército?
Ridículo e pior ainda sectário, impedindo por isso que sejam entendidas como as Forças Armadas de todos os Timorenses. Exactamente aquilo que qualquer Exército deve ser, transversal a toda a sociedade.
Ridículo.

Anónimo disse...

Ao Anónimo das 2:17:59
As F-FDTL têm a sua origem nas FALINTIL que de acordo com o exigido pela UNTAET tiveram que ser transformados num exército regular, ou seja em exército de um estado democrático implicando isso a transformação da sua estrutura de guerrilha em estrutura de exército regular. Isto significava igulamente a transformação em termos de recursos humanos, ou seja, preparar e treinar homens e mulheres jovens e mais qualificados que pudessem mais prontamente desempenhar funções de um exército moderno e regular (diferente de estratégias de guerrilha).
A mais alta hierarquia das F-FDTL sempre quis que nesse novo exército sejam incluídos jovens, em termos de igualdade, de todos os distritos, sejam eles oriundos de distritos de oeste ou de este. Pelo que este exército constitui efectivamente um exército de todos os timorenses e por conseguinte todas as tentativas em se insistir no período inicial desse "granel" na discriminação entre os lorosaes e loromonu são completamente infundadas, sendo o seu comandante Taur Matan Ruak um dos homens mais dignos e honrados que Timor-Leste deve ter orgulho em ter.

Anónimo disse...

Anónimo do 1º comentário:

Quando diz "a última coisa que a GNR pode dar-se ao luxo é de ser percebida como uma força de segurança da Fretilin ou de qualquer outra formação", não acha que a expressão utilizada "não pode dar-se ao luxo" poderá ser algo enganosa quando no artigo se lê precisamente o seguinte: "Explicou que não são contra nem a favor de ninguém,...."
Os luxos não são uma espécie de mimos? Não podem ser as palavras uma verdadeira armadilha?

Anónimo disse...

Concordo que as palavras podem ser verdadadeiras armadilhas. Olhe este exemplo: Se a FRETILIN não governar haverá desestabilização.

... mas governando também houve. Em que ficamos?

Anónimo disse...

Anónimo das 06:48:19

Ficamos num bom riso. Obrigado.

Anónimo disse...

se a Margarida conseguir ver para além das letras, isto é, para além do explícito e conseguir contextualizar as palavras na cena política e na teia de interesses externos de Timor-Leste, vai cinseguir entender o que quer dizer: "Não pode dar-se ao luxo...ou outra qualquer formação".
Porque é a própria imagem de imparcialidade que nestes terrenos movediços da geopolítica podem fazer rapidamente desacreditar um força de polícia séria e eficaz.
E se por causa dessa percepção, a comunidade internacional (leia-se os interesses regionais) obrigarem à retirada da GNR, como aconteceu em 2003 (por pressão da Austrália e dos EUA no DPKO da ONU, com base no relatório americano de que era uma força pretoriana criada no tempo de Salazar que dava a imagem errada do deveria ser uma força de polícia), quem sai mais prejudicado? Portugal ou os timorenses?
Nada disto serve para dizer que não devem fazer cumprir a Lei e a ordem. Antes pelo contrário.
Devem é, fazê-lo de forma eficaz sim, mas sempre garantindo que não serão mal interpretados.
O que até me parece que foi conseguido no caso do Reinado.

Anónimo disse...

Anónimo das 7:37:51

Terá reparado na assinatura no comentário? Não é da Margarida, pois não? É minha, de um anónimo que compreendeu muito bem o significado das suas palavras e do seu raciocínio, embora tentando olhar de outra forma para as palavras. Sei que a GNR tem uma imagem a preservar e defender em todos os domínios e que a sua disciplina, rigor, excelente trabalho e postura têm tecido uma miscelânea de respeito, medo, e admiração, mas concerteza também a inveja e possíveis tentativas de a denegrir. É bem claro para todos que a GNR não tenta tomar partido de ninguém, apenas cumprir a lei. Pelas razões expostas, a expressão "a última coisa que a GNR pode dar-se ao luxo..." se calhar poderia ser interpretda em vários sentidos por alguém desejoso de brincar com as palavras. Se calhar se tivesse formulado a expressão de seguinte modo: "a GNR não pode dar-se ao luxo..." soaria algo diferente? Acho eu, um anónimo.

Anónimo disse...

E acrescento, a imagem da GNR será para todos os efeitos, a imagem de Portugal e do governo português.
Cautelas e caldos de galinha....

Anónimo das 12:07:36 AM, compreendo perfeitamente o seu ponto de vista, mas há-de concordar que é preciso uma mente distorcida e sectarista para entender outro sentido que não o lá expresso.
Que não faltam por aqui, é verdade.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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