sexta-feira, julho 28, 2006

Haja Lei!

De um leitor:

O prazo para entrega de todas as armas fora de controle das autoridades e forcas internacionais terminou na segunda-feira. Neste momento toda a gente que andar com armas por ai esta em situacao ilegal e deve ser preso, e isso inclui cowboys, militares desertores, policias desertores, militares expulsos, policias expulsos, civis a quem foram entregues armas, civis que encontraram armas abandonadas por policias em fuga, etc. O senhor Alfredo Reinaldo entregou ha uns tempos publicamente as armas que tinha mas afinal mantinha ainda um arsenal ilegal em casa e ja foi detido, o que mostra que alguma coisa comeca a funcionar novamente na seguranca em Timor. O senhor Rai-Loos tambem fez uma grande cerimonia para entregar as suas armas.

Espera-se que ja nao tenha nenhumas em seu poder - se as tiver ja nao merecera o novo nome com que Xanana o baptizou de "Lia-Loos" mas devera ser rebaptizado como "Lia-Bosok".

No jornal Diario de hoje (28 Jul) ha lideres juvenis como os senhores Apolinario dos Santos e o senhor Carmona Soares que ameacam queimar Dili inteira e assassinar pessoas se o senhor Alfredo Reinaldo nao for libertado. Ou seja, esses senhores assumem-se publicamente como chefes de grupos de criminosos piromanos e assassinos incendiarios. Espera-se que haja uma lei em Timor-Leste que permita prende-los enquanto estao na fase de anuncio e preparacao do crime que vao organizar com os seus cumplices. Ou sera que as forcas internacionais vao esperar para depois de eles terem concretizado os crimes que ameacam levar a cabo?

Os mesmos senhores pedem as forcas australianas e malaias para permanecerem nos seus quarteis, porque tem intencao de atacar a GNR. Ha alguma lei no codigo penal contra ameacas de ataques fisicos a agentes da autoridade?

Por fim, deixo um voto de louvor ao profissionalismo que a GNR continua a mostrar em Timor.

Nos, os timorenses nao-criminosos, agradecemos!

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2 comentários:

Anónimo disse...

As forcas internacionais estao a comecar a retirada do pais. E agora? Tanto criticaram as tropas Australianas que eles decidiram voltar para a sua terra. Talvez agora Portugal tenha a oportunidade de mostrar a sua valia custe o dinheiro que custar.
Avizinha-se a hora da verdade.
Souberam criticar agora saibam ocupar o vazio criado.

Anónimo disse...

Anónimo das 7:15:07 PM: às tropas não compete assegurar a segurança interna, este é tarefa da polícia. E agora está claro que afinal as F-FDTL estão disciplinadas e coesas. Houve 600 que voluntariamente abandonaram as suas fileiras, nestas questões defendo que amigo não empata amigo, entraram voluntariamente, saíram voluntariamente, tudo bem. Amigos como antes, mas quem quis ir à sua vida, voluntariamente, foi.

E nesta altura o que temos em Timor-Leste são as disciplinadas e coesas F-FDTL aquarteladas e as botas das tropas Australianas à solta por todo o país. E que fizeram nestes dois meses que aí estão: na maioria das situações de insegurança interna com que foram confrontadas pouco ou nada fizeram: sistematicamente chegavam tarde aonde havia pilhagens e incêndios. E lembro que só depois dos GNR’s aí terem chegado é que ocorreram as primeiras detenções, que foram feitas pela própria GNR! Na prática as tropas Australianas actuaram em ridículas cerimónias de entrega de armas – a do Alfredo nunca deve ser esquecida – e como guarda-costas do PM, PR e mais uns tantos ao estilo do que se passa no Afeganistão. Tendo acabado o prazo para a entrega de armas, tendo-se constatado que menos de uma dúzia de armas desapareceram das F-FDTL, penso que de facto as tropas Australianas devem ir-se. E não há “vazio” nenhum. Em situações excepcionais, medidas excepcionais e vocês têm óptimos soldados aquartelados.

Já o mesmo não penso em relação às forças policiais. Mas o que acho que TL precisa é de forças policiais que genuinamente respeitem as leis e os procedimentos de Timor e que não tentem impor aos Timorenses os seus próprios procedimentos, como aliás os Australianos tentaram e que imediatamente – e muito bem! – a Ana Pessoa e outros repudiaram. E quais as forças policiais estrangeiras que TL precisa para ajudar à reconstrução da sua – que estas sim é que me parecem estar numa barafunda – isso os Timorenses sabem bem, porque infelizmente um dos problemas parece-me ter sido o de tantos polícias de tantos países do mundo andarem aí simultaneamente a dar formação e treino à PNTL.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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