sexta-feira, julho 28, 2006

Mas não pertencia a esse mesmo governo?! Tradução da Margarida

O Governo de Alkatiri é o culpado da violência
Business Day
Ramos-Horta diz ...
AFP

JAKARTA – O novo Primeiro-Ministro de Timor-Leste José Ramos-Horta disse que o governo do seu predecessor foi culpado por ter causado um conflito violento na pequena nação, de acordo com uma reportagem na Quarta-feira.
Ramos-Horta, disse ao Koran Tempo numa entrevista que o governo de Mari Alkatiri devia ter gerido melhor uma situação que resultou nalguns 600 soldados despedidos em Março por desertarem dos seus quartéis, queixando-se de discriminação.

"O facto é que o governo de Alkatiri geriu mal os soldados frustados e assim irrompeu o desassossego. Assim se alguém disser que o governo de Alkatiri não tem a culpa toda, é um disparate," é citado ter dito.

Rotulou como “disparates” as acusações de querer ficar com o cargo de Alkatiri. O Presidente Xanana Gusmão nomeou Ramos-Horta como primeiro-ministro no início do mês depois de Alkatiri ter saído no meio de intensa pressão.

Após o despedimento dos soldados, Dili caíu na violência em Maio, com confrontos entre facções rivais das forças de segurança e batalhas de gangs étnicos nas ruas.
Pelo menos 21 pessoas foram mortas e 150,000 outras deslocadas.

Alkatiri foi também embrulhado em alegações de ter autorizado um esquadrão de ataque armado para eliminar os seus rivais políticos e foi questionado como suspeito num caso em que o seu antigo ministro do interior enfrenta acusações criminais.

Ramos-Horta, um laureado do Nobel da paz, também disse que apesar de Alkatiri ter negado repetidamente as acusações, "há muitos que dizem que Alkatiri sabia da distribuição das armas."

Mas aconselhou as pessoas a esperar os resultados da investigação do caso por uma comissão internacional.

Ramos-Horta estava na sua primeira visita a Jakarta como primeiro-ministro na Terça-feira e encontrou-se com o Presidente Indonésio Susilo Bambang Yudhoyono. Não fez declarações depois das suas conversações.

19 comentários:

Anónimo disse...

O sr Ramos Horta nao participou tambem no governo de Alkatiri? Nao sabe quais foram os passos dados para a resolucao dosproblemas dos peticionarios? E logico que nao sabe pois andava mais tempo fora. Nao venha com historias pois o sr queria essa "cadeira". So os cegos e que nao veem ou os que querem enganar a si proprios.

Anónimo disse...

E por ter participado nesse governo e saber esses pacos ou a falta dos mesmos que ele diz o que diz. Ora bolas!

Anónimo disse...

Qual "esquadrao de ataque armado" qual carapuca!! E um "esquadrao de morte".

a margarida e as suas traducoes!!

Anónimo disse...

Anónimo das 7:32:11 PM: claro que o Ramos-Horta sabia o que se passava e teve opiniões. Só que como é costume as opiniões vão mudando conforme o vento. Repare na opinião que ele exprimiu, conforme o site da UNOTIL, em meados de Março. Eu traduzi o artigo todo e deixei o link em baixo:

Daily Media Review
Sábado & Segunda-feira, 18-20 de Março de 2006

Ruak: Não há Compromisso na Decisão

É relatado que o Brigadeiro General das F-FDTL Taur Matan Ruak disse aos media que não há mais compromissos no no seguimento da decisão de despedir os 591 soldados mesmo se o Presidente Gusmão, Supremo Comandante das F-FDTL, discordar. Taur disse que a decisão de não os aceitar de volta é para evitar estabelecer um mau precedente no futuro. “Reparem nas condições dos veteranos de guerra; muitos deles ainda estão mal. Se os admitíssemos de volta, pode-se repetir o mesmo. É melhor não os readmitir, porque a nossa intenção é, seja quem for que se junte às F-FDTL significa servir a nação e o povo. O alto nível da posição das F-FDTL não é compatível para quem quer enriquecer, ” disse Ruak. Enfatizou que os oficiais foram expulsos por terem abandonado o quartel-general da instituição e não por terem assinado a petição, acrescentando que as forças armadas são compostas por voluntários. O Brigadeiro General das F-FDTL explicou que em 11 de Janeiro recebeu uma petição anónima à qual o Presidente Gusmão respondeu com uma carta que dizia que o assunto devia ser tratado tão cedo quanto possível. De acordo com Rauk, ele convocou uma reunião em 2-3 de Fevereiro com soldados e sargentos no quartel de Baucau para discutir a petição mas quando o assunto foi levantado alguns dos soldados disseram que era um assunto que somente o Presidente tinha competência para resolver. O Chefe das Forças Armadas insistiu que o assunto fosse tratado na instituição mas acrescentou que depois do seu regresso a Dili em 4 de Fevereiro, muitos dos membros saíram do quartel de Baucau e do Centro de Treino de Metinaro para se encontrarem com o Presidente Gusmão em 8 de Fevereiro. Acrescentou que desde então, fez várias propostas para os que assinaram a petição tais como estabelecer um batalhão ou um programa. Ruak disse que eles recusaram cooperar com o processo de investigação e que quando foram autorizados a sair do quartel-general em 18 de Fevereiro e escalados para regressarem a 20 de Fevereiro, não regressaram. O STL relatou ter o Brigadeiro General dito que os que foram demitidos podem poupar todo o tido de medidas para pôr pressão nele porque não terão efeito. Em vez, sugeriu que seria melhor se apresentassem ideias para uma solução.

Num artigo separado, é relatado que o Primeiro-Ministro Alkatiri disse que não acredita que os 591 soldados criem instabilidade. “O Governo tem a situação sob controlo. O partido actualmente no poder é um grande partido e por isso tem a capacidade para ir à base e controlar a situação. Enquanto este partido estiver no poder não haverá instabilidade,” declarou Alkatiri. Disse que acima de tudo a situação será uma desvantagem para o Governo porque já gastou muito dinheiro com os 591 soldados e mais será requerido para os novos recrutas, acrescentando que os que partiram aprenderam muito nos anos que estiveram nas Forças Armadas.

É relatado que o Ministro dos Assuntos Estrangeiros José Ramos-Horta disse que não há democracia no interior das Forças Armadas porque somente se espera deles que sigam as ordens do comando. Ramos-Horta disse que Timor-Leste tenta estabelecer uma força de defesa profissional para servir a nação e o povo e não se pode esperar que eles se comportem como estudantes que decidem sair para as ruas e protestar se discordam do Governo. Concorda com a demissão dizendo que é uma decisão dura mas justa.

O deputado Riak Leman (PSD) disse que o abandono dos soldados do quartel-general das F-FDTL revela uma falta de capacidade de liderança. Leman sublinhou que de acordo com os regulamentos militares, é incorrecto um soldado abandonar o quartel-general sem autorização e que a decisão de os demitir é correcta apesar de poder ter repercussões. “A decisão não resolve o problema, mas pode levar a muitos problemas. Por exemplo, quando a F-FDTL começar o processo de recrutamento, os jovens do oeste podem ter relutância em concorrer, com base nestes eventos recentes,” disse Riak Leman. Acrescentou que os problemas com a instituição das F-FDTL começaram em Aileu, Remexio e noutros sítios, mas cada um dos problemas nunca foi examinado nem resolvido.

Adérito de Jesus, advogado dos Direitos Humanos, tem a opinião que o Presidente Gusmão como Supremo Comandante das Forças Armadas Nacionais conhece e está de acordo com o Brigadeiro General Taur Matan Ruak em demitir os soldados. (STL, TP, DN)

http://www.unotil.org/UNMISETWebSite.nsf/cce478c23e97627349256f0a003ee127/dcf3acbbadb0c7c7492571370034ec82?OpenDocument

PS: Como vê em meados de Março o RH defendia que a decisão era "dura mas justa" e preconizava firmeza com eles porque a instituição militar não era uma democracia, e os militares tinham de comer e calar e limitar-se a cumprir ordens. Gajo teso, então.

Anónimo disse...

Anónimo das Anónimo das 7:32:11 PM: reponho uma entrevista que está também no site da UNOTIL (link no final):

Daily Media Review
Terça-feira, 2 de Maio 2006

Apresentador/Entrevistador: Sen. Lam
Entevistado: Ministro dos Estrangeiros de Timor-Leste José Ramos-Horta

RAMOS-HORTA: Deixe-me pôr as coisas no contexto. Dos quase 600 soldados despedidos, nunca houve mais de duzentos ou trezentos a participarem nas manifestações. E o comportamento da maioria foi pacífico. O resto nunca participou nas manifestações; já estavam nas suas aldeias há algumas semanas. E é isto que tenho tentado dizer aos media há muitos, muitos dias – a maioria dos soldados regressaram pacificamente às suas aldeias.

Portanto, por outro lado, dos que ficaram, por alto duzentos ou trezentos, mais de cem disseram ontem, que se querem entregar eles próprios à polícia.

LAM: Então o governo está num modo conciliatório? Tivemos relatos que as tropas do governo podem estar a persegui-los nas montanhas?

RAMOS-HORTA: É um absoluto disparate. As tropas do governo já saíram, já entregaram o controlo dos subúrbios da cidade à polícia e as forças armadas estão acantonadas agora mais longe do distrito de Dili, somente para evitar qualquer possível regresso dos hooligans que foram responsáveis pelos estragos na Sexta-feira. Outra vez, enfatizo, os ex-militares, a grande maioria, com talvez muito poucas excepções, não estiveram envolvidos nas pilhagens na capital.

LAM: E ministro, o governo no mês passado prometeu fazer qualquer coisa sobre as queixas dos soldados, mas falhou a resposta na hora limite das 3 pm na Sexta-feira. Porque é que o governo até agora não foi capaz de arranjar uma resolução?

RAMOS-HORTA: Isso, outra vez, é um disparate absoluto. Era eu o líder da parte do governo encarregado de falar com os soldados despedidos, durante alguns dias. Tive conversas muito produtivas com os soldados.

Contudo, naquela altura percebi que os soldados tinham perdido o controlo da manifestação. Tinham permitido que aquele grupo que liderou a violência tomasse o controlo da agenda. No dia antes da violência, tínhamos chegado a um acordo, tínhamos esboçado um comunicado, e o comunicado tinha já sido emitido, anunciando o estabelecimento de uma comissão de investigação, que tinha sido acordada comigo, pelos soldados despedidos. Assim, na Sexta-feira, de manhã, somente 200 soldados permaneciam na área, a maioria já tinha partido. Os jovens, particularmente alguns hooligans, e os seus líderes, tinham tomado o controlo da manifestação, e foram eles os responsáveis pela violência. Portanto é um disparate absoluto dizer-se que o governo não tinha tomado uma decisão em relação às suas queixas. Uma comissão de investigação é uma comissão para investigar as alegações, e não para tomar uma decisão antes de ouvir todos os lados. (ABC net.au)

http://www.unotil.org/UNMISETWebSite.nsf/cce478c23e97627349256f0a003ee127/3d7f6956fa10ec31492571620034fee2?OpenDocument

PS: Ontem o RH disse que o governo "geriu mal", nesta entrevista que deu há menos de três meses, acha que essa acusação era um "disparate absoluto"! E confessa que afinal ele fora encarregado pelo Governo para lidar com os queixosos e na época ainda era só Ministro dos Estrangeiros. Todos nos lembramos que um mês depois até acumulou a pasta da Defesa, e agora esquece-se de tudo isto, das responsabilidades que teve, e sacode a água do capote como de facto tivesse sempre estado a leste do assunto. Não esteve. Nem ele nem o Xanana. Fartaram-se de reunir com peticionários com o Salsinha, Tilmam, Tara e Alfredo. Empataram, minaram a autoridade do Brigadeiro General, deixaram correr a mensagem do Governo ter despedido os 600, e ainda tem a lata de dizer que o Governo "geriu mal"!

Anónimo disse...

Eu tambem vi uma entrevista feita aqui na Australia, quando o Ramos Horta veio ca logo no principio da crise, e ele ate disse que a maioria desses soldados ja estavam na tropa ha muito tempo e que queriam sair.
Se na realidade o que foi publicado por esse jornal corresponde ao que o Ramos Horta lhes disse, entao afirmo que ele nao so esta do lado para aonde o vento sopra, ele "IS FULL OF SHIT" como dizem aqui os Australianos!
Fote Make Riba

Anónimo disse...

Anónimo das 9:42:03 PM: você é que está obrigado a chamar-lhes isso, eu posso dar-me ao luxo de traduzir à letra.

Anónimo disse...

Já não estou a perceber nada. Mas afinal o I Governo Constitucional até funcionou bem na questão politico-militar? Afinal não foi um erro? Então mas afinal o que foi? Um despedimento? Deserções seguidas de despedimento?

Então e isso não é mau? Pelos visto bom é que não foi...

E já agora e aproveitando a repescagem de dona margarida:

"... Enquanto este partido estiver no poder não haverá instabilidade” - esta é a afirmação que tem água no bico. Acção psicológica. Qualquer partido poderá dizer isto caso tenha ao seu dispôr os aparelhos do Estado.

Isso não vale, é baixeza. Coacção. Premonição...

Anónimo disse...

Anónimo das 7:02:21 AM: mas alguém é obrigado a continuar numa instituição se não se sente lá bem? Se entrou voluntariamente qual o drama em sair voluntariamente? Sob o ponto de vista do Estado é um prejuízo, afinal investiu na formação de um indivíduo e depois terá que investir na formação doutro para o substituir. Do ponto de vista do indivíduo que saiu, sempre aprendeu algo no tempo que lá esteve que certamente lhe será útil na vida civil.

Penso que a afirmação sobre a estabilidade até corresponde ao comportamento responsável da Fretilin no Governo e no Parlamento, se Alkatiri dissesse o contrário é que seria preocupante. E se qualquer partido disser o que disse o Secretário-geral da Fretilin, qual o problema? E o que é que a frase tem de tão extraordinário para merecer tais adjectivos? Às vezes dão a impressão que vêem mosquitos por cordas nas situações mais simples.

Anónimo disse...

E disse!! "So a Fretilin pode criar a estabilidade ou instabilidade" Mari Alkatiri.

Anónimo disse...

O que alegadamente o Alkatiri disse nesse artigo foi que "Enquanto este partido estiver no poder não haverá instabilidade". E mantenho o que em cima escrevi, que é uma afirmação responsável.

Anónimo disse...

Se Alkatiri era a causa de instabilidade como alegavam, como eh que a violencia e inatabilidade continua um mes de pois de o Alkatiri se demitir? Sera porque o golpe correu mal e os seus instigadores, organizadores e executores estao com evidentes difuldades em cumprirem com o seu plano?

Anónimo disse...

Pois, o partido estava no poder, continua no poder e vê-se mesmo que não há instabilidade.

Alkatiri não mentiu, só não acreditou quem não quis.
Ele disse: "A FRETILIN pode criar a estabilidade ou a instabilidade"
Tanto pode, que criou.

Anónimo disse...

Anónimo das 1:24:36 AM: já é mania acusarem a Fretilin do que faz e do que lhe fazem. Tanto quanto percebi a instabilidade desta semana foi criada pelos seguidores do Alfredo e sus muchachos desgostosos com as prisões. Foi, não foi? Então porque é que mete a Fretilin ao barulho? Seja objectivo pois só com objectividade é que podemos compreender as coisas. Mesmo com objectividade já é difícil, quanto mais sem ela.

Anónimo disse...

Com o PR que temos e a oposicao que temos, vale a abjectividade para alguma coisa? Estranhamente o PR ainda nao falou desde que o Reinado foi detido e nenhuma palavra sobre os deslocados. Ele eh um expert a maquinar na sombra! E as romarias Presidenciais e da primeira dama aos campos do deslocados parece ter terminado.

Anónimo disse...

Margarida
A instabilidade começou esta semana?
Então o que chama ao que se tem passado desde Fevereiro?
Consolidação da estabilidade?

Anónimo disse...

Anónimo das 5:51:59 AM: tem razão, devia ter sido mais precisa e ter escrito que o que recomeçou esta semana foram as manifestações com os putos na primeira linha, os incêndioe e apedrejamento aos deslocados, porque lamentávelmente a triste situação destes continua e o caos humanitário também.

Anónimo disse...

Pois é. Mas como o que recomeçou esta semana não pode ser descontextualizado do que se tem vindo a passar desde Fevereiro, mantenho o que disse acima: Tanto pode, que criou.

E no que diz respeito à FRETILIN, memorize isto, a procissão ainda vai no adro.

Oxalá e GNR não tenha que intervir em violências provocadas por purgas e depurações entre FRETILINs.

Anónimo disse...

Anónimo das 6:02:31 PM: se você conhecesse bem a Fretilin saberia que é malta humilde, determinada e muito disciplinada que não embarca em aventuras nem em jogos de poder e que não é por haver em Dili meia dúzia de esquentados que pensam que são mais do que os outros que a grande maioria embarcava nas suas provocações. E a propósito, já passou mais uma semana e continuamos sem ter novidades sobre a queixa quanto à legitimidade do congresso. Por aqui disseram já há mais de quinze dias que a coisa estava para breve, entretanto nada se sabe. Começo a perguntar-me se apresentaram mesmo a queixa.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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