Estrasburgo, França, 15 Jun (Lusa) - O Parlamento Europeu adoptou hoje em Estrasburgo uma resolução sobre Timor-Leste na qual reclama o reforço da missão das Nações Unidas no território e mais apoios da comunidade internacional e da União Europeia (UE).
A resolução, antecipadamente acordada entre as diversas famílias políticas da assembleia, e hoje aprovada numa votação de braço no ar, aponta também para o envio de uma delegação do Parlamento Europeu a Timor-Leste no próximo Outono, para avaliar a situação política e examinar a adequação dos programas de assistência da UE.
A resolução sublinha que o papel desempenhado pela comunidade internacional, e em particular a ONU e o seu Conselho de Segurança, é de "importância vital" para o processo de consolidação da democracia na "jovem nação" de Timor-Leste.
Nesse sentido, o Parlamento Europeu (PE) defende que "o processo de gradual redução da missão das Nações Unidas em Timor-Leste ao longo dos últimos quatro anos tem de ser invertido", e solicita o envio urgente de uma força policial sob os auspícios das Nações Unidas para ajudar a restaurar a estabilidade no país.
A resolução sublinha a necessidade de, no respeito pela soberania das autoridades de Timor-Leste, se estabelecerem canais eficazes de comunicação e colaboração entre as forças internacionais presentes no território, com vista à restauração da ordem pública e rápida reposição da normalidade institucional.
Ainda no campo da segurança, solicita ao Conselho da União Europeia e à Comissão Europeia que inste as autoridades timorenses a "proibir, dissolver e desarmar" todos os grupos paramilitares, gangs e civis armados, e a dar conta das preocupação da UE relativamente à violência policial em todos os encontros oficiais ao mais alto nível que mantenha com o governo de Timor-Leste.
O PE pede à UE e à comunidade internacional que "mantenham e aumentem o apoio necessário para consolidar a democracia e a cultura democrática em Timor-Leste", concentrando-se designadamente no fomento da cultura multipartidária, na edificação das instituições e no reforço das redes de educação e de saúde.
Aponta também a urgência de estender a cobertura por parte dos órgãos de comunicação social a todo o território.
A assembleia solicita ainda à comunidade internacional que aumente "substancialmente" o apoio com vista à monitorização efectiva da questão dos direitos humanos em Timor-Leste e que providencie assistência para o desenvolvimento de grupos locais de direitos humanos, bem como serviços locais para vítimas de abusos.
Dirigindo-se aos timorenses, o Parlamento Europeu insta o governo e o presidente a tomarem "todos os passos necessários" para pôr fim à violência e restaurar um ambiente estável em total respeito pela Constituição.
Pede também às partes em conflito para se envolverem num diálogo que inclua todos para discutir as diferenças políticas.
A proposta de resolução teve como co-signatários a deputada socialista Ana Gomes, pelo Grupo Socialista, e o líder democrata- cristão José Ribeiro e Castro, pelo Partido Popular Europeu.
Terça-feira, por ocasião de uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o secretário-geral Kofi Annan admitiu que a ONU reduziu a sua presença em Timor-Leste demasiado rapidamente, e que "tendo em conta o que aconteceu" é preciso reavaliar a presença no terreno.
Todavia, indicou que a ONU não tenciona enviar forças de paz para Timor-leste nos próximos seis meses, e disse esperar que os países que têm actualmente forças no território, como Portugal, continuem a "ajudar a manter a lei e a ordem até que o Conselho de Segurança tome novas decisões".
O Conselho de Segurança reúne-se, novamente, na próxima semana, para prolongar o actual mandato da missão da ONU em Timor- Leste (UNOTIL), que termina dia 20, uma decisão saudada hoje pelo Parlamento Europeu.
Além de Portugal, que enviou uma força da GNR para Timor- Leste, também a Austrália, Nova Zelândia e Malásia responderam a um pedido das autoridades timorenses para envio de forças militares e policiais para pôr fim ao clima de violência que se vive no país, sobretudo em Díli, desde o final de Abril.
A onda de violência em Timor-Leste já provocou mais de duas dezenas de mortos e cerca de 130 mil deslocados.
ACC.
sexta-feira, junho 16, 2006
PE adopta resolução a pedir reforço missão da ONU e apoio da UE
Por Malai Azul 2 à(s) 02:41
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
3 comentários:
""... Dirigindo-se aos timorenses, o Parlamento Europeu insta o governo e o presidente a tomarem "todos os passos necessários" para pôr fim à violência e restaurar um ambiente estável em total respeito pela Constituição.
Pede também às partes em conflito para se envolverem num diálogo que inclua todos para discutir as diferenças políticas. ...""
Se isto não é um puxão de orelhas medonho do PE não sei o que será... fogo de vista para inglês ver.
"No próximo Outono" é que vão a Timor-Leste, lesse na proposta da Gomes. E dizem vocês que as coisas por aí são lentas? Na Europa ainda é pior. E não lhes bastavam aos timorenses e ao seu esforçado governo terem as interferências constantes da ONU vão agora também ter as da Europa. Com amigos destes cada vez estão com os braços e pernas mais atados. Nem sabem como compreendo o vosso desespero. É de facto desesperante terem tantos empatas a travar-lhes constantemente a vossa iniciativa e criatividade. Não há modo de lhes darem um piparote e os mandarem a todos bugiar e tomarem de uma vez por todas o vosso destino nas vossas mãos?
Que os timorenses ponham as suas arrogancias de parte e trabalhem seriamente para controlar e conduzir a sua soberania e independencia. Nao queremos ser outro Iraque ou Palestina na Asia. A unica diferensa e que os timorenses nao sao tao radicais/violentos como os outros povos que lutam pelos seus direitos. E altura de deixarem os timorenses conduzirem o seu destino sem constantes interferencias, mesmo que signifique andarem as turras (dores do crescimento), mas sendo realista sabemos que onde existe petroleu e intereses multinacionais os timorenses nunca serao livres de conduzir seu destino. O "destino" desta nacao ja foi escrito nos grandes escritorios das superpotensias.
Enviar um comentário