sexta-feira, junho 16, 2006

Dos leitores

Ao que é dito no ponto anterior e sem que me considere partidário ou desafecto a Maria Alkatiri --- isso é problema dos timorenses e não meu... ---, recordo que na época dos acontecimentos:
a) a PNTL já tinha, virtual e realmente, "desaparecido" pelo que não poderia ser deixada a ela a função de manter a ordem pública;
b) foi nesse contexto que as Forças Armadas foram chamadas a intervir; não foram verdadeiramente "em vez da PNTL" (que já não "existia" de facto);
c) "se bem me lembro", foi dito pelo comandante das forças militares que ele se limitou a responder a tiros que foram disparados, em primeiro lugar, por alguns dos manifestantes. Poder-se-á, então, dizer que actuou em legítima defesa. Este é, naturalmente, um ponto que precisa de ser completamente clarificado;
d) as alegações de que houve mais mortos do que o indicado oficialmente nunca foram provadas; é a quem acusa que cabe o ónus da prova;
e) é lamentável que a reacção das F-FDTL tenham sido com balas verdadeiras e não com balas de borracha mas também é verdade que os tiros que foram disparados contra elas também foram de balas "a sério" (será que há balas de borracha em Timor Leste? :-) Não terão as criancinhas levado as mesmas para a escola julgando que serviam para apagar? E se as houver estarão, provavelmente, no arsenal da polícia e não na do exército já que este está preparado para intervir "a sério" e não "de brincaderinha".
f) De tudo isto concluo que se são de lamentar as mortes que aconteceram também é verdade que, infelizmente, parece que não havia alternativa face à situação criada --- nomeadamente o facto de as F-FDTL terem sido alvejadas primeiro;
g) creio que só uma mente doentia --- e infelizmente Timor Leste está cheio delas e de teóricos das teorias mais mirabolantes... --- pode acreditar que a ordem de disparar balas reais sobre as pessoas tenha partido directamente do Primeiro Ministro; o mais provável é ter sido uma decisão tomada no local face à situação com que a F-FDTL se deparou e à necessidade de se defender. "Quem vai à guerra dá e leva"!... "Levaram"! Sorry!...
h) "last, not least", porque é que quem está sempre a invocar este assunto de Taci Tolu nunca refere a verdadeira actividade de "tiro aos patos" praticada pelo Reinado na entrada ocidental de Dili e que foi testemunhada e relatada pessoalmente por um jornalista australiano que na altura o entrevistava; aparentemente o soldado atingido nem estava em posição de fogo e não consttiuía uma ameaça directa ao "Sr. Major". Este é que foi um comportamento de atacar alguém "a sangue frio".
i) que raio de exército resultará se toda esta gente, que por razões aparentemente insuficientes deixou de obedecer à cadeia de comando, for reintegrada nas fileiras? Só numa opereta...
j) se a Austrália está tão preocupada com esta gente, porque não os leva para lá? Até lhes pode dar o estatuto de refugiados políticos, se quiser... Estou convencido que o antigo patrão do estivador Reinado, "doublé" de major, o aceitará de volta à profissão que nunca deveria ter deixado; estou certo que é melhor estivador que major. E como nestas coisas o "princípio de Peter" funciona mesmo...

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13 comentários:

Anónimo disse...

Muito bem!
Parece que finalmente se fazem perguntas consistentes!
Haja quem responda e se responsabilize!
Já agora para esclarecimento, as balas ditas de "borracha" são específicas das forças de "Ordem Pública" e são projectadas por armas específicas, tipo "caçadeiras" ou outras apropriadas. As armas militares disparam principalmente projectéis com chumbo, que servem para abater o inimigo! Matam mesmo! O recurso aos militares é mesmo o último!
Naturalmente que a resposta a uma agressão armada com balas deverá ser idêntica em valor específico. Corresponde ao direito de autodefesa. Mesmo a própria a própria polícia nestas situações poderá responder, proporcionalmente, e em determinadas circunstâncias com balas reais. Que tal? Ajudou?

Anónimo disse...

PRÉMIO AO POST MAIS SURREAL DESTE BLOG:

"b) foi nesse contexto que as Forças Armadas foram chamadas a intervir; não foram verdadeiramente "em vez da PNTL" (que já não "existia" de facto);"
- FORAM CHAMADAS A INTERVIR POR QUÊM? A Constituição foi desrespeitada e não me venha com balelas que a situação assim o exigia - A Constituição serve, entre outra coisas, para salvaguardar a legalidade de acções em situações de crise, como esta. NÂO se pode saltar por cima dela seja qual fôr a situação.

"d) as alegações de que houve mais mortos do que o indicado oficialmente nunca foram provadas; é a quem acusa que cabe o ónus da prova;"
- ERRADO - neste caso concreto deve ser competência de uma comissão de investigação neutral, reconhecida por ambas as partes.

"f) De tudo isto concluo que se são de lamentar as mortes que aconteceram também é verdade que, infelizmente, parece que não havia alternativa face à situação criada --- nomeadamente o facto de as F-FDTL terem sido alvejadas primeiro;
g) creio que só uma mente doentia --- e infelizmente Timor Leste está cheio delas e de teóricos das teorias mais mirabolantes... --- pode acreditar que a ordem de disparar balas reais sobre as pessoas tenha partido directamente do Primeiro Ministro; o mais provável é ter sido uma decisão tomada no local face à situação com que a F-FDTL se deparou e à necessidade de se defender. "Quem vai à guerra dá e leva"!... "Levaram"! Sorry!..."
- ENTÃO EM QUE FICAMOS? No ponto "b)" pede, e muito bem, que o acontecimento seja "completamente clarificado" e nos pontos "f)" e "g)" responsabiliza uma das partes?? Está a perder qualidades - os seus argumentos e a sua progressão lógica são constrangedores (assim como o seu humanismo).

"h) "last, not least", porque é que quem está sempre a invocar este assunto de Taci Tolu nunca refere a verdadeira actividade de "tiro aos patos" praticada pelo Reinado na entrada ocidental de Dili e que foi testemunhada e relatada pessoalmente por um jornalista australiano que na altura o entrevistava; aparentemente o soldado atingido nem estava em posição de fogo e não consttiuía uma ameaça directa ao "Sr. Major". Este é que foi um comportamento de atacar alguém "a sangue frio"."
- VÁ VÊR AS IMAGENS E LÊR AS DECLARAÇÕES DO TAL JORNALISTA - TENHA DÓ. Aqui o que tem de ser investigado é a fonte das afirmações completamente falsas de que o Major Reinado e os seus homens dispararam à queima-roupa contra militares das F-FDTL desarmados a caminho de receber os seus salários.
Também seria construtivo que uma comissão de investigação neutral se debruçasse sobre este acontecimento.

"i) que raio de exército resultará se toda esta gente, que por razões aparentemente insuficientes deixou de obedecer à cadeia de comando, for reintegrada nas fileiras? Só numa opereta..."
- NÂO SEI. Mas provavelmente não muito diferente do tipo de exército que acata ordens de quem não deve, que faz assaltos a esquadras de policia e que chacina policias desarmados no meio da rua!! ENGULA.

PEÇO-LHE UM FAVOR, DE ANÓNIMO PARA ANÓNIMA, NÃO DEITE MAIS LENHA NA FOGUEIRA.

Anónimo disse...

Devo dizer também que eu não sou partidário, nunca fui. Considero me sim como um defensor da verdade doa a quem doer. Bato-me pela defesa dos direitos humanos que considero acima de qualquer outra coisa como meio de defesa da dignidade do ser humano.
Ora bem,

Os factos devem ser relatados cronologicamente e não como queremos acreditar que tenham acontecido. Não podemos mudar a ordem dos acontecimentos.


”a) a PNTL já tinha, virtual e realmente, "desaparecido" pelo que não poderia ser deixada a ela a função de manter a ordem pública;”

Será mesmo verdade que a PNTL já tinha “desaparecido” antes do acontecimento de Tacitolu que provocou, alguns dias depois, a deserção dos efectivos da F-FDTL como o Major Alfredo, Tara e Tilman?
Pergunta-se quem foi que esteva actuar para controlar a demonstraçãoo a frente do Palácio do Governo? F-FDTL? Não parece que os acontecimentos no terreno assim o demonstram.
Mesmo após o agravamento da situação com os confrontos armados em becora entre as forças do Major Alfredo e as F-FDTL, ocupavam ainda os seus postos cerca de 80 agentes policiais no Quartel-General das PNTL que foram posteriormente alvo do assalto das F-FDTL ainda no Quartel-General das PNTL em Caicoli que resultou no lastimavel assasinato à sangue frio de oficiais da PNTL desarmados. É de notar que essa unidade policial (unidade de Intervenção Rápida) tinha sido treinada pelas reputáveis GNR Portuguesas, razão pela qual eram conhecidos por alguns timorenses como a “GNR Timorense” e especialmente apropriada para o controle de desordem pública.
Mas defendo mesmo não ser possivel argumentar com seriedade que a PNTL já não existia ou tinha “desaparecido” antes do “massacre” de Tacitolu a 28 de Abril de 2006.
Parece-me ser fútil argumentar que a PNTL encontrava-se “virtual” ou “realmente desaparecida” perante os factos.



“b) foi nesse contexto que as Forças Armadas foram chamadas a intervir; não foram verdadeiramente "em vez da PNTL" (que já não "existia" de facto);”

Existem disposições legais que vizam a actuação das Forças Armadas em apoio às autoridades civis e mais especificamente à PNTL mesmo em situações em que a PNTL se encontre em plena operacionalidade mas incapaz de controlar situações de grave perturbação da ordem pública.

Sendo Timor um Estado de Direito como todos nós seguramente defendemos, onde a ordem é condicionada pela lei, é essa mesma lei que governa as condições que possibilitam, num enquadramento legal, que as Forças Armadas desempenhem essa missão de apoio às autoridades civis.
É ela, o Decreto-Lei No. 7/2003 intitulada “Lei Orgânica das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (Falintil-FDTL)” que está em questão e mais especificamente o Capitulo I, Artigo 1 e Capítulo III do qual os Artigos 18 e 21 são de maior relevância à questão aqui discutida.

Uma leitura ainda que rápida do Decreto-Lei em questão possibilita-nos constatar que as F-FDTL são uma força prioritáriamente de defesa contra ameaças externas mas que nos termos da lei e em condições muito específicas é permitida às F-FDTL “a) colaborar com a PNTL, em casos de grave ou generalizada perturbação da ordem pública,…” (Artigo 3)

No entanto o Capítulo III, Missão de Apoio às Autoridades Civis, Situação de Crise, Artigo 18 estipula a condição a ser satisfeita para possibilitar essa colaboração.
Cito:
1- A situação de crise é declarada pelo governo em concertação com o Presidente da República quando se verifiquem perturbações graves ou generalizadas da ordem pública passíveis de provocar situações de eminente de instabilidade institucional que não justifiquem o decretar imediato do estado de sítio ou o estado de emergência, evitando-se a suspensão dos direitos dos cidadãos ao mesmo tempo que se restabelece prontamente a paz social ameaçada.
2- Durante o estado de crise as F-FDTL colaboram com a PNTL e as demais autoridades civis nos termos definidos na declaração de estado de crise.

Fica assim claro que a mobilização das F-FDTL para Tacitolu à 28 de Abril não foi feita nos termos da lei e que por isso deve ser considerada ilegal. Irrespectivamente de a PNTL existir ou não “de facto” a lei deve ser sempre respeitada e Artigo 18 observado.

Não é meritória mas irreconciliável qualquer tentativa que vize justificar a não conformidade com o Artigo 18 e mesmo de outros Artigos relevantes do Capítulo III e depois exigir-se a estreita observância da lei e Constituição em outras situações.
Mas certamente a lei deve sempre prevalecer e o seu desrespeito punido pelos termos da mesma lei.


“c) "se bem me lembro", foi dito pelo comandante das forças militares que ele se limitou a responder a tiros que foram disparados, em primeiro lugar, por alguns dos manifestantes. Poder-se-á, então, dizer que actuou em legítima defesa. Este é, naturalmente, um ponto que precisa de ser completamente clarificado;”

As F-FDTL nem deviam lá estar. Pergunto, por exemplo, se seria possivel argumentar que um ladrão depois de entrar ilegalmente numa propriedade privada e deparar-se com uma tentativa de resistência do proprietário estaria a actuar em legítima defesa se o agredisse.
Inversamente, em relação a auto-defesa a constituição diz:

Artigo 28.º
(Direito de resistência e de legítima defesa)
1. Todos os cidadãos têm o direito de não acatar e de resistir às ordens ilegais ou que
ofendam os seus direitos, liberdades e garantias fundamentais.
2. A todos é garantido o direito de legítima defesa, nos termos da lei.

Visto que as Forças da F-FDTL encontravam-se no local através de uma ordem ilegal poderia ser mais convincente argumentar que os cidadãos ali presentes tinha o direito constitucional de não acatar a presença das F-FDTL e resistir porque a sua presença no local representava uma ofensa aos seus direitos, liberdades e garantias fundamentais, sendo uma delas a própria vida.
Sendo as F-FDTL por natureza e formação uma força essencialmente de combate os presentes poderiam muito razoavelmente concluir que a sua mera presença constituia uma tal ofensa.
Não quero com isto dizer que as F-FDTL não tem direito a auto-defesa mas simplesmente esclarecer que infelizmente a sua mobilização por “ordem ilegal” levou-os à um palco de inevitável combate porque individualmente os cidadãos teriam o direito constitucional de resistir (alínea 1) e os soldados teriam também, a título individual como cidadãos, o direito à legítima defesa (alínea 2`).

Como instituição nunca deveriam la estar e por isso carecem de qualquer legitimidade.
Este princípio extende-se ào todos os rebeldes que ao desertar estavam a resistir à ordens ilegais. Ironicamente e devido a ilegalidade da sua mobilização eram de facto as F-FDTL que estariam a actuar ilegalmente até que uma declaração de estado de crise fosse declarado pelo Governo en Concertação com o Presidente da República.


“d) as alegações de que houve mais mortos do que o indicado oficialmente nunca foram provadas; é a quem acusa que cabe o ónus da prova;”

As autoridades hospitalares declararam, para alem dos 5 mortos, terem admitido um elevado número de pessoas (60?) com ferimentos de balas muitas em estado grave. As mesmas foram mais tarde retiradas do hospital por receio de represálias (lembre-se que efectivos das F-FDTL chegaram a ir ao hospital em busca). Será inconcebivel esperar que muitas delas viessem a morrer já nas mãos dos seus familiares? Se não devem ser consideradas como vítimas mortais do Tacitolu.



Quanto ao resto dos pontos levantados pelo comentarista basta dizer que de certo que as autoridades sabiam que as F-FDTL não possuem balas de borracha. Se as possuem deviam ter feito o uso delas. De qualquer das maneiras é tudo especulação porque as balas foram verdadeiras.

Quanto a alegagação de as F-FDTL terem sido alvejadas primeiro pergunta-se porque é que não registaram mortes da sua parte. Não teriam sido poucos se os peticionários eram eles próprios ex-soldados com treino militar.

O comentsrista diz: "Quem vai à guerra dá e leva"!... "Levaram"! Sorry!...”

Ora foi exactamente este tipo de mentalidade e atitude demonstrado pelo comentarista que influenciaram a tomada de decisões mal concebidas e ilegais e que estabeleceram as condições para o inevitável desastre que dali saiu.
Os seus outros pontos nem merecem comentário.

Anónimo disse...

Disse também: “h) "last, not least", porque é que quem está sempre a invocar este assunto de Taci Tolu nunca refere a verdadeira actividade de "tiro aos patos" praticada pelo Reinado na entrada ocidental de Dili e que foi testemunhada e relatada pessoalmente por um jornalista australiano que na altura o entrevistava; aparentemente o soldado atingido nem estava em posição de fogo e não consttiuía uma ameaça directa ao "Sr. Major". Este é que foi um comportamento de atacar alguém "a sangue frio".”

Se viu mesmo o documentário que inclui as imagens registadas do combate não pode ser tão cego a ponto de não ter visto que o Major Alfredo Reinaldo apelou várias vezes em voz bastante alta para que os soldados das F-FDTL se retirassem para evitar um derramamento de sangue. Pediu-lhes que pensassem bem, que voltassem mas foi completamente ignorado porque eles estavam lá para uma missão de captura e por isso o Alfredo defendeu-se com uma acção de fogo anticipado.

E mais não estavam desarmados como foi declarado pelo comunicado do Gabinete do PM. Claramente, e as imagens não mentem, não se tratou de uma emboscada feita à soldados desarmados da F-FDTL porque o que ali se passou foi um combate aberto onde as as F-FDTL até fizeram uso de lança granadas que arrebentavam em redor do local ao mesmo tempo que o jornalista ia filmando. Se possivel vejam as imagens e tirem as vossas próprias conclusões.

Mas devo dizer agora que já passou o tempo de se fazer argumentos levianos sem que se recorra a lei. Já chegou a altura de se argumentar com fundamentos legais porque so desse modo se pode estabelecer qual dos lados agiu ou não em conformidade com a lei.

Não é minha intenção defender o Maj. Alfredo Reinaldo mas somente a verdade. E acredito que a verdade não deve ser mais uma vitima de todo este processo. No entanto se a minha perspectiva se mostrar errada e o Maj. Alfredo estiver em erro deve então ser trazido a justiça.

Julgo no entanto que por último a lei prevalecerá e a justiça será feita porque as vítimas assim o vão exigir.

Anónimo disse...

BOA! Ja nao basta fazer declaracoes mas sim argumentar com base nas LEIS da RDTL!!!

VIVA TIMOR-LESTE!
VIVA O DEMAIS MARTIRIZADO POVO MAUBERE!
VIVA A JUSTICA!

Anónimo disse...

"o Alfredo defendeu-se com uma acção de fogo anticipado" diz o Anónimo das 11:28 PM. Finalmente, reconhece que o Alfredo deu ordens para abrir fogo contra os seus camaradas de armas. Já era tempo para o reconhecer, caramba!

Anónimo disse...

Você (anónimo das 11:28h) é impagável!
Da sua retórica parece resultar que o defensor da lei era o Reinado e que os militares que, alegadamente, tentavam instalar um posto de controlo obedecendo a ordens da sua cadeia de comando eram os malfeitores!
E mesmo que eles procurassem capturá-lo? Acha que é ilegal soldados obedientes á sua cadeia de comando tentarem capturar um "rebelde" armado cujas intenções eram mais que suspeitas?
o que seria que ele estava ali a fazer?
A ver a vista da cidade? E quem dispariu contra os polícias de Baucau que íam levantar o "pré" ao Banco Central? Deixe-me adivinhar: foi um acto de autoflagelação!...
Pegue nos seus próprios argumentos (nomeadamente o do respeito pela lei) e reveja todo o "filme"!
Mas, por favor, não troque os papéis.
Veja quem cumpria a lei, quem procurava implementá-la e quem a infringiu.
O mesmo se aplica a toda a situação: leia a Constituição e veja quem esteve sempre dentro dos seus limites e quem esteve fora dela --- e, já agora, quem esteve "a uma unha negra" de ficar fora dela... Talvez tenha uma surpresa.

Anónimo disse...

Anónimo das 12:25:54

Já se vê que não soube seguir o fio a meada e falhou em compreender, entre linhas, o ponto fulcral do meu argumento. É exactamente por isso que se diz “Para bom entendedor meia palavra basta!”

Os militares seguem ordens. Não os culpo pessoalmente, salvo talvez pelo massacre dos oficiais desarmados da PNTL porque ESPERO que o soldado responsável não estivesse a seguir ordens superiores para o fazer. Se o fez por ordem superior ainda complica muito mais as coisas.

A questão é quem deu ordens para sairem dos quarteis e se essas ordens foram emitidas em conformidade com as leis do país.

A constituição é importante mas estabelecem princípios gerais que depois devem ser implementados através de regulamentos e leis orgânicas.

As F-FDTL têm a sua própria lei orgânica que regula a sua actuação.

Se o senhor anónimo está tão seguro na defesa da sua posição faço-lhe uma pergunta que é fundamental:

Porquê, e com que base legal é que as F-FDTL foram ordenadas a sair dos seus quarteis armados e conduzir operações que os levaram a tacitolu no dia 28 de Abril e dai em diante.

E ai, não basta que me diga que foram ordenados a sair para controlar os demonstradores porque a polícia não foi capaz de o fazer. Por favor, isso seria um mero discurso!

Fundamente os seus argumentos recorrendo-se às leis vigentes no país para me convencer de uma vez por todas que estou errado. Quais foram as leis ou artigos que legalizaram a actuação das F-FDTL.

Para ser franco preferia eu estar enganado porque se estiver certo o que se passou é um mau antecedente para Timor.

AGUARDO A SUA ILUMINANTE RESPOSTA!

Anónimo disse...

No site da UNOTIL nas notícias de terça-feira, 2 de Maio 2006, está a transcrição desta entrevista da ABC com o Ramos-Horta sobre os acontecimentos, nomeadamente os do dia 28 de Abril. Lendo-a percebe-se que de facto os Alfredos tinham por objectivo “esticar” as coisas até ao escândalo, que já estavam a perder o gás e que tiveram que deitar mãos aos hooligans para levar a agenda até ao fim. Deixei o link para quem quiser ler o original em inglês:

"Apresentador/Entrevistador: Sen. Lam
Entrevistado: O Ministro dos Assuntos Estrangeiros de Timor-Leste Jose Ramos-Horta

RAMOS-HORTA: Deixe-me pôr as coisas no contexto. Dos quase 600 Soldados despedidos, nunca mais do que 200 ou 300, participaram nas demonstrações. E o seu comportamento foi na maioria pacífico. O resto nunca participou nas demonstrações; já estavam nas suas aldeias há várias semanas. E é isto que tenho tentado dizer aos media há muitos, muitos dias – a maioria dos soldados estão pacificamente de volta nas suas aldeias.

Portanto, por outro lado, dos que ficaram, entre 200 ou 300, mais de 100 indicaram ontem, que querem entregar-se à polícia.

LAM: Então o governo está num modo conciliatório? Tivemos relatos que as tropas do governo podem estar a persegui-los nos montes?

RAMOS-HORTA: Absoluto disparate. As tropas do governo já saíram, já entregaram o controlo dos subúrbios da cidade à polícia e as forças armadas agora estão destacadas muito mais longe do distrito de Dili, somente para prevenir algum possível regresso dos hooligans que foram responsáveis pelos estragos na sexta-feira. Outra vez, eu enfatizo, os ex-militares, largamente, a maioria, com talvez algumas muito poucas excepções, estiveram envolvidos na pilhagem na capital.

LAM: E ministro, o governo no mês passado prometeu fazer alguma coisa sobre as queixas dos soldados mas falhou o ultimato das três pm na sexta-feira. Porque é que até agora não foi capaz de arranjar uma resolução?

RAMOS-HORTA: Isso outra vez, é um absoluto disparate. Fui eu o líder da parte do governo encarregue de falar com os soldados despedidos, durante alguns dias. E tive conversas muito produtivas com os soldados.

Contudo, nessa altura concluí que os soldados tinham perdido o controlo da demonstração. Eles tinham autorizado aquele grupo que liderou a violência, de tomar o controlo da agenda. No dia antes da violência, tínhamos chegado a um acordo, tínhamos escrito um comunicado, e o comunicado até já tinha sido emitido, anunciando o estabelecimento de uma comissão de investigação, que tinha sido acordada comigo pelos soldados demitidos. Contudo, na sexta-feira, de manhã, somente 200 soldiers permaneciam no local, a maioria já tinha partido. Os jovens, particularmente alguns hooligans, e os seus líderes, tinham tomado o controlo da demonstração, e foram eles os responsáveis pela violência. Portanto é um absoluto disparate dizer que o governo não tinha tomado nenhuma decisão sobre as suas queixas. Uma comissão de investigação é uma comissão para investigar as alegações, e não para tomar uma decisão antes de ouvir todos os lados. (ABC net.au)"

http://www.unotil.org/UNMISETWebSite.nsf/cce478c23e97627349256f0a003ee127/3d7f6956fa10ec31492571620034fee2?OpenDocument

Anónimo disse...

Ó Margarida já disse que não quero mais discursos da vossa parte. Nem quero respostas às questões por mim levantadas em forma de entrevistas contra-entrevistas que aqui apresenta.

ELE DISSE…, OUVI DIZER…., NA ENTREVISTA BLABLABLABLABLA….No fundo esta questão não deixa de ser uma questão de lei, legalidade, constitucionalidade que a Margarida tanto defende.

A pois. Fazer argumentos fundamentados requer mais esforço, requer mais que traduzir artigos jornalístcos e depois regurgitar o que se leu, mesmo mais difícil que combinar algumas entrevistas para argumentar um ponto.

Mas já comecei a perceber que essa vossa relutância em responder deve-se ao facto que já se terem apercebido daquilo que venho argumentando que e a lei não vos oferece qualquer consolo ou possibilidade de defesa da vossa posicao em relação às questões aqui a serem discutidas.

Já agora dê uma mão ao anónimo das 12:25:54 porque ainda estou a espera de uma resposta. Vamos la ver se realmente duas cabeças pensam melhor que uma.

Anónimo disse...

A técnica deste blog tem sido a mesma desde o seu início. Formação dos post em puzzle quando os comentários não convêm e assim vai tudo por aí acima.

Também gostaria de saber como respondem estes senhores à chamada retórica do comentarista que tem vindo - de forma clara e legal - a chamar-vos à tábua. Estão à espera de ordens? Não conseguem desobedecer aos argumentos apresentados? De facto ultrapassam em muito toda a estrutura a que propôs este mesmo blog. Era de prever de prever que sendo igualmente defensores da Constituição a têm realmente que respeitar. Mas se começam com as vírgulas e demais artefactos é o cabo dos trabalhos.

Os meus parabéns ao comentarista.

Anónimo disse...

Parabens anonimo 12:25:54!!! o halo duni irmao...

Anónimo disse...

Anonimo 3:32:28 hateten:

"Parabens anonimo 12:25:54!!! o halo duni irmao..."

ne'e maka ita boot nia argumentu ka? kuitadu. ita kala servisu ba governu la hun la dikin nee.
Lahatene halo argumentu apoiu deit malai sira be muta sai deit asneiras maibe malai rasik la konsege hatan ho baze ba lei. Kuitadu liu!
Hanesan nee Timor atu ba nebe loos?

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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