sexta-feira, junho 16, 2006

Margarida relembra.

Tradução:

Revista dos Media Diários (site da UNOTIL)
Quarta-feira, 24 de Maio de 2006

Reportagens dos Media Nacionais

Tiroteio em Fatu Ahi: 2 pessoas mortas, 8 feridas

De acordo com relatos, duas pessoas foram mortas e oito feridas ontem no seguimento do tiroteio entre o grupo do Major Alfredo e as F-FDTL em Fatu Ahi, Becora.

O porta-voz do Conselho de Ministros, Antonio Bianco disse ontem aos media que o incidente ocorreu depois de os renegados terem emboscado membros das F-FDTL que regressavam ao quartel em Metinaro depois de terem levantado os seus salários no banco local, o Banco Ultramarino em Dili. Os renegados mataram 2 F-FDTL, e feriram 8 pessoas que estão agora hospitalizadas. Um membro do grupo de Alfredo também foi ferido e está agora no Hospital de Aileu. Em resposta à questão se o Governo de Timor-Leste precisa de tropas internacionais para acalmar a situação, Bianco declarou, “A situação está sob controlo e a PNTL manterá a segurança nas 24 horas para que as pessoas não entrem em pânico”, apelou Bianco.

Noutro artigo, o STL relatou que o mercado Taibessi foi outra vez queimado por pessoas não identificadas, e de acordo com o relato, muitos jovens foram para o mercado bloqueando a estrada com tambores e madeira.

Em relação com o incidente de Becora incidents, a F-FDTL capturou dois suspeitos alegadamente pelo seu envolvimento directo. (STL, TP, DN)

O Estado está consciente da situação: Lu Olo

O Presidente do Parlamento Nacional Francisco Lu’Olo Guterres sublinhou que o Governo e o Estado estão conscientes da situação corrente e estão a tomar a iniciativa para resolver o problema. Guterres apontou que além doutros problemas que se levantam, o último incidente com o grupo de Alfredo é uma das preocupações para as quais o Governo ainda tenta encontrar uma solução.

Major Alfredo não está a contribuir para a nação

O Ministro e porta-voz da Presidência do Conselho de Ministros, António Bianco, disse aos media na terça-feira que a declaração do Major Alfredo Reinaldo teve um impacto negativo no povo e que ele não está a contribuir para a nação. Bianco disse que a declaração está a contribuuir para criar o pânico entre a população que está a fugir das suas casas. Na terça-feira, Reinaldo alegadamente pediu à população para se distanciarem de Dili se se sentirem inseguras.

O Diário Nacional relatou que Bianco disse que o Governo está pronto a participar no diálogo que está a ser organizado pelo Presidente da República. De acordo com Bianco, representantes dos quatro órgãos de soberania, incluindo a igreja, a sociedade civil e outras organizações participarão no encontro.

O Timor Post relata que o diálogo vai em frente apesar do tiroteio na Terça-feira entre membros das Forças Armadas e os Major Tara e Markus do grupo de Alfredo e os peticionários. (STL, DN, TP)


Regional Media Reports

Batalha de armas em Dili

Hoje dispararam-se armas entre facções militares rivais à volta dum quartel nos subúrbios a ocidente de Dili, em Timor-Leste. Funcionários da ONU preocupados na arruinada capital elevaram o nível do seu alerta de segurança quando o Presidente Xanana Gusmão ordenou às forças do govero para perseguirem os renegados. Pelo menos um soldado pró-governamental foi ferido no confronto de hoje e estava a ser submetido a uma operação de emergência para remover estilhaços do pescoço.

Residentes aterrorizados fugiram do subúrbio exterior de Tasi Tolu dizendo que havia um tiroteio intenso entre os soldados pró-governamentais e as tropas rebeldes. Foi o segundo dia consecutivo de violência que apanhou o pequeno país. Uma trabalhadora de ajuda internacional Nata Andjaparidze disse que ela e o seu marido ficaram presos em casa quando a luta irrompeu pelas 7am (0900 AEST) de hoje.

"Não foi uma simples troca de tiros. Foi mais intenso. Estavam a usar metralhadoras e granadas," disse. "Só conseguimos sair da área num intervalo do tiroteio de cerca de cinco minutos." Ela e dois outros residentes disseram que a luta começou depois de forças rebeldes não identificadas descerem das montanhas para atacar uma base militar do governo (FDTL) em Tasi Tolu.

As forças armadas para perseguirem os rebeldes

A base foi onde foram montadas operações contra uma facção dissidente das forças armadas que provocou distúrbios em 28 e 29 de Abril onde morreram cinco pessoas. Muita gente fugiu da área hoje com os pertences que conseguiram carregar; outros ficaram separados quando as forças armadas bloquearam uma estrada para a cidade Liquica, no oeste.

Ontem dois homens – um soldado pró-governo e um soldado renegado – foram mortos e seis soldados do governo ficaram feridos quando a luta se reacendeu nas franjas do leste dos montes em Dili. Gusmão disse que as forças armadas perseguiriam os ex-soldados desorganizados nos montes que cercam a capital e que atacaram as tropas do governo um dia antes.

A Associated Press relata que Gusmão identificou o renegado Major Alfredo Reinado como liderando a revolta. "O povo de Timor-Leste não aceita o ataque do Major Alfredo Reinado aos nossos soldados," disse Gusmão aos repórteres antes de se encontrar com outros oficiais do governo no Palácio Presidencial. "Persegui-lo-emos para acabar com a violência."

O pessoal não-essencial da embaixada vai sair

A Austrália está a evacuar funcionários públicos não-essenciais, O Primeiro-Ministro em exercício Peter Costello disse hoje. Durante a noite o governo actualizou o seu aviso de perigo para Timor-Leste, onde renovados distúrbios ontem levaram à morte de duas pessoas e ao ferimento de seis outras. Tropas e polícias Australianas estão prontas para seguirem para Timor-Leste para ajudar a aquietar o desassossego, se lhe for pedido pelo governo da nação.

Mr Costello disse que o staff não-essencial da comunidade estavam a deixar o país. "estamos a avisar agora os Australianos que se já estão em Timor-Leste devem considerar a partida, as pessoas do comunidade do governo que são não-essenciais estão a fazê-lo," disse no parlamento.

"Arranjos estão a ser organizados para proteger a segurança dos Australiano." A Austrália há quinze dias atrás pôs navios de guerra e tropas em standby, mas Timor-Leste ainda tem de pedir ajuda. Espera-se que o governo de Timor-Leste pergunte hoje se quer a ajuda Australiana.

A ONU eleva a classificação da segurança

As Nações Unidas que ajudaram à reconstrução de Timor-Leste depois de se separar do domínio Indonésio em 1999, elevou hoje a sua classificação de segurança. Restringiu as viagens do seu pessoal e confinou o pessoal não-essencial e os seus dependentes às suas casas. Também lhes foi ordenado para fazerem as malas e que estivessem prontos para uma possível evacuação.

Anis Bajwa o chefe em exercício da missão da ONU disse que o território mudará da fase um do preventivo estado de alerta para a fase dois, que restringe os movimentos do pessoal da ONU. Entretanto, partes de Dili não afectadas pelas lutas nos subúrbios estavam movimentadas hoje. Cerca de metade das lojas de Dili estavam abertas e havia tráfico nas suas ruas.

No subúrbio de Taibesse, atingido pelos incendiários ontem, vendedores estavam a limpar e a levar os escombros. Muitos residentes de Dili estavam a manter-se vigilantes em relação às montanhas que rodeiam a capital. Estradas e pistas através dos montes fornecem estradas de fuga para muitos, mas são também usadas pelas facções renegadas. - AAP

Chefes de Segurança Australiana discutem Timor-Leste

Os chefes de segurança nacional da Austrália encontraram-se na noite passada, aumentando a possibilidade das tropas poderem em breve serem mandadas para Timor-Leste depois de renovada violência ter deixado uma pessoa morta e cinco feridas. Alegadamente polícias militares rebeldes abriram fogo contra tropas do governo num distrito a leste da capital, Dili.

Oficiais dizem que os polícias eram liderados pelo Major Alfredo Reinaldo que deixou o seu posto no mês passado para apoiar os protestos de 500 soldados despedidos. Quatro pessoas foram mortas e centenas de Timorenses do Leste fugiram das suas casas quando os protestos se tornaram violentos. Ontem, uma pessoa foi morta e pelo menos cinco feridas quando os polícias militares rebeldes abriram fogo no leste da capital.

O Primeiro-Ministro de Timor-Leste, Mari Alkatiri, encontrou-se com ministros seniores e o chefe das Forças Armadas e da polícia para discutir a crise. O Presidente Xanana Gusmão disse que cancelou planos para viajar à China no Domingo, em parte devido ao desassossego. O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Austrália Alexander Downer diz que a Austrália está pronta para ajudar com tropas se o Governo de Timor-Leste e a ONU requisitarem assistência.

Mr Downer diz que uma comissão independente que investiga as queixas dos soldados precisa de voltar rapidamente ao trabalho para que a violência não escale. A Austrália há várias semanas atrás moveu navios, meios aéreos e algumas tropas para as suas águas do norte para permitir uma resposta rápida se lhe for pedido que assista em Timor-Leste.

A Força de Defesa de Nova Zelândia diz que tem cerca de 30 tropss em standby no campo militar de Burnham para ir para Timor-Leste. O Lieutenente Coronel Mike Shatford diz que é uma precaução para o caso de serem requisitados para responderem rapidamente.

Falando antes de relatos dos últimos distúrbios, disse que é necessário um pedido do Governo de Timor-Leste antes das tropas serem destacadas. Ser-lhes-ão dadas avisos de 48 48-horas se lhes pedirem para ir. O jornalista do SBS David O'Shea estava a entrevistar um soldado rebelde nos monte imediatamente fora de Dili quando rebentou o tiroteio ontem.

Mr O'Shea diz que estava a falar com o polícia militar renegado Major Alfredo Reinado quando rapidamente se encontrou numa batalha com os soldados de Timor-Leste nos montes acima do empobrecido distrito de Becora. Depois do tiroteio, Mr O'Shea disse por telemóvel que não estava ferido e que estava a subir a montanha longe do combate para regressar a Dili. Disse à ABC que ambos os lados em confronto desejam que sejam mandadas tropas estrangeiras para Timor-Leste para estabilizar a situação.

"Os refugiados e os soldados rebeldes com quem estive hoje, ambos esses grupos estão a pedir os peacekeepers Australianos," disse. "Eles não têm confiança que este assunto possa ser resolvido pela polícia ou pelos militares ou por algum dos políticos de aqui." O Departamento dos Negócios Estrangeiros e do Comércio da Austrália elevou a conselho de viagens para Timor-Leste no despertar da violência renovada.

Os Australianos estão a ser avisados a não viajarem para Timor-Leste por causa do que o Departamento descreve ser uma situação de segurança extremamente perigosa. Os Australianos que já estão no país estão a ser apressados para considerarem partir. O Ministro dos Negócios Estrangeiros e Comércio da Nova Zelândia aconselha contra qualquer viagem de turistas e pessoal não-essencial para Timor-Leste. (newswire.co.nz)

http://www.unotil.org/UNMISETWebSite.nsf/cce478c23e97627349256f0a003ee127/82f97e5149a375d149257178003ecea3?OpenDocument


PS: este é parte do apanhado da imprensa que está no site da UNOTIL referente ao dis 24 de Maio de 2006. Tinha pensado só traduzir partes, acabei por pôr na totalidade (faltam as duas últimas peças que ainda não traduzi, mas vou fazê-lo) porque é um documento altamente indiciador dos esforços da Austrália e da Nova Zelândia para forçarem o convite para a sua entrada em Timor-Leste.

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5 comentários:

Anónimo disse...

"Um membro do grupo de Alfredo também foi ferido e está agora no Hospital de Aileu".

Afinal o Maj. Alfredo emboscou soldados DESARMADOS das F-FDTL ou não? Como é que um soldado dele ficou ferido acabando por morrer mais tarde? Isto não está bem contado.

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"Bianco disse que a declaração (do Alfredo) está a CONTRIBUIR para criar o pânico entre a população que está a fugir das suas casas"

Ai concordo. CONTRIBUIR, porque quem começou o pânico foram as F-FDTL em tacitolu.

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"A base foi onde foram montadas operações contra uma facção dissidente das forças armadas que provocou distúrbios em 28 e 29 de Abril onde morreram cinco pessoas."

Quem estava envolvido em 28 e 29 de Abril eram os “peticionários” que já eram civis e não uma “facção dissidente das forças armadas”. A não ser que se esta a referir às F-FDTL como sendo dissidente uma vez que já não ouviam o seu Comandante Supremo.

Anónimo disse...

"... quando o Presidente Xanana Gusmão ordenou às forças do govero para perseguirem os renegados...."

Xanana ordenou às forças do governo?... coisa estranha

Já agora uma pergunta: também está comprada a imprensa?

Anónimo disse...

Caro anonimo aterior, com dinheiro pode fazer tudo... Quem tem dinheiro pode fazer tudo... e se calhar pode comprar "a consciencia" das pessoas... Mas isto nao cabe à mim... Aì...Aì...Aì... isso nao serà e jamais serà...

E voce sabe, em Timor Leste agora quem tem muito dinheiro? Confesso francamente que pessoalmente nao sei... Mas ouvi dizer que alguem comprou tres contentores cheios de armas... onde estao agora estes tres contentores? Também isso nao sei e nao quero sabes... O facto é que as armas estao nas maos das pessoas civis... como por exemplos.. Comandante RAILOS E SEU VICE-MAURAKAT...eles sao civis e tem armas... Quem é que as deu? também isso nao...

Bom, deixa la a voarem no ar estas perguntas e também estas armas...

Contudo, quando é que o povo simples timrense possa viver de novo a tranquilidade? Se por acaso as armas que estao voando no ar... por causa da lei da Gravidade... um dia voltarao cair no chao... e se arrebentarem... ou re dispararem... nao vao matar o povo??? Alguem me pode responder????

Anónimo disse...

pergunte ao Sr. Rogerio Lobato. Ex minitro do interior

Anónimo disse...

ministro

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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