Díli, 19 Jun (Lusa) - O número total de deslocados timorenses resultantes da crise político-militar em Timor-Leste foi hoje fixado em 133 mil pessoas, anunciou em Díli o coordenador da ajuda humanitária, Finn Reske-Nielsen.
O novo valor foi actualizado em comunicado recebido na Agência Lusa, que junta os dados parciais fora de Díli, num aumento de mais 15 mil pessoas à anterior lista.
Devido ao facto de muitas famílias terem deixado Díli há várias semanas, a informação das áreas mais remotas apenas agora começou a ser enviada para Díli, para o recém-criado Grupo Inter- Agências de Assistência Humanitária.
Na capital timorense, continuam recenseados 55 campos de acolhimento, que incluem instituições ligadas à Igreja Católica.
"O aumento populacional nos distritos pode provocar a diminuição dos bens alimentares disponíveis. Adicionalmente, a paragem da actividade económica em muitas partes do país é muito grave e pode mesmo piorar se a crise se mantiver", salientou Finn Reske-Nielsen.
O coordenador da ajuda humanitária da ONU, que hoje apresentou credenciais ao Presidente Xanana Gusmão como novo representante do Programa da ONU para o Desenvolvimento (PNUD), considerou que "as famílias que se encontram no limiar da subsistência são particularmente vulneráveis" pois, sem acesso a rendimentos, ficam impossibilitadas de adquirir comida e bens básicos, como medicamentos e combustíveis.
Para enfrentar esta situação, o Grupo Inter-Agências de Assistência Humanitária vai efectuar uma avaliação das necessidades em áreas chave como a segurança alimentar, educação, protecção, água e saúde.
"Ao mesmo tempo, as forças militares internacionais vão começar a avaliar a situação de segurança fora da capital", de molde a reunir as condições que permitam o regresso da população às suas zonas de residência.
O Grupo Inter-Agências de Assistência Humanitária integra os Ministérios da Saúde e do Trabalho e Reinserção Comunitária, organizações não-governamentais e agências da ONU.
A actual crise em Timor-Leste começou com o afastamento de cerca de 600 militares que se queixaram de alegada discriminação étnica por parte da hierarquia das forças armadas e cujo protesto, em finais de Abril, em Díli, terminou com uma intervenção do exército.
Na repressão da manifestação foram mortas cinco pessoas, segundo o governo, mas os ex-militares e outros elementos das forças armadas que entretanto abandonaram a instituição afirmam que morreram cerca de 60 timorenses.
Desde então, segundo a ONU, 37 pessoas morreram e, para restabelecer a segurança no país, as autoridades timorenses pediram a intervenção de uma força militar e policial a Portugal (que enviou 127 efectivos da GNR), Austrália, Nova Zelândia e Malásia.
Timor-Leste, antiga colónia portuguesa anexada pela Indonésia em 1975, viu a sua independência reconhecida pela comunidade internacional em 2002, depois de uma intervenção armada das Nações Unidas e após cerca de dois anos de administração transitória da ONU.
EL.
terça-feira, junho 20, 2006
Número de deslocados internos fixado em 133 mil pessoas
Por Malai Azul 2 à(s) 02:09
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
O Lobão não acha completamente disparatado o ridículo de em practicamente tosos os takes vir com o copypaste do "Na repressão da manifestação foram mortas cinco pessoas, segundo o governo, mas os ex-militares e outros elementos das forças armadas que entretanto abandonaram a instituição afirmam que morreram cerca de 60 timorenses"? Há coisas que começam a cansar...que tal a malta de cada vez que ele sair com isto mandar um email para a Lusa a dizer que ele já disse?
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