terça-feira, junho 13, 2006

Dirigentes timorenses pedem força da ONU, Conselho de Segurança reúne-se hoje

Washington 13 Jun (Lusa) - Dirigentes políticos timorenses enviaram uma carta ao Secretário-Geral da ONU pedindo o envio "o mais rápido possível" de uma força policial para Timor-Leste, disse o embaixador timorense na ONU, José Luís Guterres.

A carta foi assinada pelo presidente da república, Xanana Gusmão, pelo primeiro-ministro, Mari Alkatiri, e pelo presidente do parlamento, Francisco Guterres "Lu-Olo".

O Conselho de Segurança da ONU reúne-se hoje para discutir a situação em Timor-Leste mas não deverá aprovar qualquer resolução, acrescentou o embaixador timorense.

O encontro de hoje destina-se apenas a ouvir um relatório do enviado especial de Annan a Timor-Leste, Ian Martin, e também a opinião dos países membros e interessados sobre a situação no país, acrescentou a mesma fonte.

Ian Martin foi enviado a Timor-Leste para avaliar a situação no país e afirmou à sua saída de Díli que a ONU terá que aumentar a sua presença no território.

O embaixador José Luís Guterres disse ainda não se saber qual a força que a ONU vai enviar para Timor-Leste.

"Vai-se primeiro fazer um apelo para ver quais os países que querem contribuir e quais as suas capacidades", disse o embaixador timorense, que regressou recentemente a Nova Iorque depois de participar em Díli no Congresso da Fretilin.

Guterres disse no entanto estar convencido que Portugal vai contribuir com uma força da GNR que considerou de "uma força efectiva que a população respeita".

O Conselho de Segurança vai voltar a reunir-se na próxima terça- feira, 20 de Junho, data em que termina o actual mandato da UNOTIL, renovado em Maio por um mês.

Fontes diplomáticas disseram que mesmo nesse encontro não deverá ser ainda aprovada uma nova missão da ONU, devendo renovar-se o mandato da UNOTIL por mais 30 dias.

O embaixador timorense disse que 30 dias será "o máximo" de tempo a ser dado à UNOTIL porque "muita gente está com urgência em aprovar o envio de uma força de paz".

O secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, terá que apresentar uma proposta formal ao Conselho de Segurança sobre uma nova missão da ONU em Timor-Leste.

Em Maio, antes da eclosão da onda de violência, Kofi Annan tinha proposto que a actual missão, a UNOTIL, fosse substituída por uma "pequena representação integrada" por um período de 12 meses.

Essa missão teria apenas 25 "conselheiros policiais" e 10 "oficiais militares de ligação".

Antes da eclosão da violência, alguns países membros do Conselho de Segurança tinham manifestado a sua oposição à continuação da presença de uma missão especial da ONU em Timor-Leste.

No entanto, analistas consideram que o Conselho de Segurança não terá agora alternativa senão apoiar o fortalecimento da missão com forças militares e policiais.

Actualmente encontram-se em Timor-Leste forças militares e paramilitares da Austrália, Nova Zelândia, Malásia e Portugal mas a ONU não tem qualquer envolvimento directo nessas operações.

Já após o envio dessas forças, a pedido de Timor-Leste, o Conselho de Segurança aprovou uma resolução manifestando preocupação pela violência e "saudando" a decisão desses países enviarem forças para restabelecer a ordem.

JP.

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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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