quarta-feira, maio 31, 2006

Leitores

As suas palavras denotam uma enorme vontade de contribuir com propostas construtivas: governo de unidade nacional, inclusão, etc.

Alerto apenas para alguns perigos de aparentes soluções de coração mas inviáveis, porque apesar de bem intencionadas não estão sustentadas na essência do que TL está/estava a construir: um estado democrático de Direito.Isto implica o respeito institucional, inter e intra ór´~aos de soberania, cumprimento de regras e normas jurídicas democraticamente adoptadas nos órgãos eleitos e com legitimidade constitutional para o fazer e .........

Relembro que em 2000 a Igreja de TL esteve envolvida: com a pasta da Educação no governo de transição sob a coordenação de Sérgio Vieira de Mello. Lamentavelmente, a Santa Sé não desejou a continuidade desse envolvimento - argumentou que a Igreja não devia ter tal envolvimento político (onde se estabelece esta fronteira?)- e retirou o representante da Igreja (Padre Filomeno Jacob). As eleições do próximo ano serão as primeiras a serem realizadas no contexto, enquadramento e calendário constitucional.

Abre-se o precendente de não comprir? No futuro, qual o governo que poderá garantir o cumprimento da responsabilidade de governação durante o período mandatado? Não estamos a falar de um país europeu com as estruturas e instituições de Estado sólidamente edificadas e que podem suportar situações 'tipo italiana' de mudanças de governo de seis em seis meses (perdoe-me Sr Berlusconni pois foi a excepção à regra).

Estamos a falar de Timor-Leste que ainda nem sequer construiu na totalidade o Estado, quanto mais consolidá-lo.Como é que um país no estádio de desenvolvimento do de Timor-Leste, pode credibilizar uma estratégia e acção de desenvolvimento e prograssão, se nem sequer consegue levar ao fim a Primeira Legislatura??!!As eleições foram realizadas em 2001 com supervisão da ONU e de diversos outras componentes da comunidade internacional (até organizações estrangeiras da sociedade civil de diversos países foram acreditadas com o estatuto de 'observador internacional').

Como é que se pode estar a por em causa a legitimidade dessa votação?


Não se esqueçam da Guiné-Bissau! informar-se do que se passou.

Reflictam com cuidado. A última coisa que se pode desejar para Timor-Leste é que se torne numa República das Bananas, em que à menor divergência/diferença de opinião, despede-se o Governo e venha outro.

Haja maturidade política, respeito por quem voto e tantas esperanças colocou nesse voto, respeito pela avaliação internacional que está a ser feita dos quatro anos de governação, respeito pelas fundações que se estão a erguer na organização do empresariado de tantos países que já se preparavam para investir em Timor-Leste - lembrem-se de todo o pacore legislativo que foi elaborado e aprovado para criar esse ambiente de investimento e de desenvolvimento do sector privado.

Depois de tanto esforço internacional do PR, do PM e do MNEC em atrair esse investimento.
Não se faça de Timor-Leste uma Guiné-Bissau!

Tentem"

1 comentário:

Anónimo disse...

"Abre-se o precendente de não comprir? No futuro, qual o governo que poderá garantir o cumprimento da responsabilidade de governação durante o período mandatado?" Muito importante para todos reflectirmos!

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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