sexta-feira, maio 26, 2006

Alkatiri: forças timorenses e internacionais «coordenadas»

Público 26.05.2006

A segurança interna de Timor-Leste é da respons abilidade do governo e as forças timorenses actuam em «coordenação» com as internacionais, no âmbito das «regras de actuação» definidas nos acordos assinados, disse à Lusa o primeiro-ministro Mari Alkatiri.

«A segurança interna da responsabilidade do governo. Neste momento temos forças internacionais a ajudarem na segurança interna», referiu em entrevista à Lusa.

«O comando das forças internacionais não está nas mãos nem do governo n em de nenhuma instituição timorense, mas há coordenação entre o comando das forças institucionais e das F-FDTL e coordenação política feita pelo governo», sublinhou.

Mari Alkatiri referiu à Lusa que o acordo assinado com a Austrália prevê que as forças internacionais actuem em Timor-Leste »em cooperação com a F-FDTL e com a PNTL«, as forças militares e policiais timorenses.«As armas das duas forças continuam sob responsabilidade dessas duas instituições», referiu, explicando que a natureza das próprias F-FDTL é de que «são uma força de quartel» onde estarão «se não tiverem que travar qualquer combate ».

«Mas o comando das F-FDTL está directamente envolvido na coordenação da s operações», frisou.Relativamente à polícia timorense, Mari Alkatiri explica que a situação é diferente, admitindo que os efectivos policiais timorenses vivem hoje «uma situação de trauma«, depois dos confrontos de quinta-feira que causaram a morte de pelo menos nove polícias e 27 outros feridos.

«Os agentes da polícia estão a reviver um trauma. Estamos a reorganizar o comando da polícia que foi muito afectado por isto para cooperar depois com a polícia internacional», disse, referindo que o contingente policial da Malásia esta instalado na Academia da Polícia em Díli «para iniciar essa cooperação».Em comunicado distribuído hoje, o gabinete do primeiro-ministro refere que as forças de defesa timorenses (F-FDTL) em coordenação com as forças austral ianas estabeleceram hoje um perímetro de segurança na capital, com o patrulhamen to a ser garantindo por militares da Austrália.A nota de imprensa refere que o perímetro de segurança «envolve as sedes dos quatro órgãos de soberania» e as residências dos seus titulares, «as instalações da central eléctrica, das telecomunicações, da água, do Hospital Nacional Guido Valadares e do aeroporto, entre outros».

«A decisão política sobre o perímetro de segurança foi tomada pelo Governo, em coordenação com o Presidente da República», explica a nota de imprensa enviada à Lusa.

Os comentários de Mari Alkatiri sobre o papel das F-FDTL contradizem as do ministro dos Negócios Estrangeiros, José Ramos-Horta, que hoje disse a uma rádio neozelandesa que as forças australiana, vão tomar posição nos principais locais da cidade, confinando os militares rebeldes, enquanto os soldados das força s governamentais estão a recolher aos quartéis de Baucau e Metinaro

.«As forças armadas timorenses concordaram em retirar completamente da cidade, para a zona leste da capital, onde está o seu quartel», referiu.«Quaisquer outros elementos armados serão conduzidos para acantonamento s controlados pela força australiana«, indicou.

Os comentários sugerem que no primeiro dia de operações das tropas australianas em Timor-Leste permanece alguma confusão sobre o seu mandato, sobre as responsabilidades de comando da operação e sobre o eventual papel que as F-FDTL e as restantes estruturas de segurança timorenses terão no terreno.

O responsável da Força Aérea australiana, Angus Houston, disse hoje que o governo timorense ordenou os soldados da F-FDTL a regressarem aos quartéis, entregando responsabilidade da segurança aos australianos e ordenando os rebeldes a entregarem as armas.Houston explicou que a função das tropas australianas seria separar as forças em confronto, retorná-las aos quartéis e «gerir» as suas armas para permitir conversações de paz.

«Queremos ser a parte imparcial, alguém em que todos confiam e que é capaz, essencialmente, de estabelecer um ambiente estável», disse, garantindo que as suas tropas permanecerão «neutras».Se alguém atacar soldados australianos, estes responderão.

«Usaremos força letal apenas quando for absolutamente necessário fazer isso», disse.Michael Mumford, tenente-coronel do 3RAR de paraquedistas australianos reiterou que os australianos se defenderão de qualquer ataque.

Os últimos dados indicam que já estão no terreno mais de 650 soldados a ustralianos, com os restantes elementos da força de 1.300 esperados até ao final de sábado.Diário Digital / Lusa

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Traduções

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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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