sexta-feira, janeiro 18, 2008

QUEM TEM MEDO DA VERDADE?

TIMOR LOROSAE NAÇÃO
Quinta-feira, 17 de Janeiro de 2008

Gonçalo Tilman Gusmão

PORQUE AMEAÇA O PM PRENDER OS JORNALISTAS?

As declarações proferidas pelo primeiro-ministro Xanana Gusmão, na passada terça-feira, no Ministério da Solidariedade, em Dili, não ocorreram por acaso, foram devidamente programadas, e têm por objectivo silenciar os que divulgam afirmações de um seu opositor, de agora, que participou no despoletar e continuidade da “crise” desde 2006. Concretamente o opositor é o ex-major em fuga, da cadeia de Becora, Alfredo Reinado.

Com o pretexto hipócrita de querer evitar a violência, a instabilidade social e política, Xanana foi claro ao ameaçar com prisão os jornalistas presentes se insistissem em divulgar declarações de Reinado.

Ao actual PM já lhe conhecemos a faceta de dizer uma coisa mas pensar e fazer outra. Provado ficou durante o auge da “crise” de 2006 quando publicava em longos textos inverdades que instigavam desentendimentos e ódios para depois andar hipocritamente a apelar à tolerância e não violência, até em cerimónias tradicionais que mais não eram que a manipulação de crédulos timorenses, sensíveis a grandes cenários de hipocrisia.

Repare-se nas afirmações do PM Xanana Gusmão aos jornalistas quando os ameaça de prisão – como se fosse um cipaio iletrado.

Ele não diz que quem não cumprir escrupulosamente com as suas obrigações profissionais e violar a lei poderá ter de ser confrontado em tribunal, não, isso ele não diz.
Aquilo que diz, categoricamente, é que põe na prisão os que continuarem a divulgar declarações de quem se supõe conhecê-lo bem e estar envolvido em actos ilegais contra o Estado timorense, contra a Constituição timorense, contra a legalidade.

“Têm de exercer com mais responsabilidade em relação ao ambiente de estabilidade ou instabilidade. Fechamos os olhos quando o caso é pequeno e vão entrevistar o Alfredo. Talvez por causa disso pode emergir a instabilidade no país, por causa de vocês podemos ter de os prender.” Foram estas as suas palavras.

Tudo neste parágrafo é sintomático: “Fechamos os olhos quando o caso é pequeno e vão entrevistar o Alfredo.”

Quer dizer, NÓS até somos bonzinhos e “democráticos”, mas já chega… PODEMOS prendê-los.

“Talvez por causa disso pode emergir a instabilidade no país, por causa de vocês…” PODEMOS prendê-los.

Triste.

Se na realidade o PM não quer que a instabilidade não emerja opte por clarificar a situação. Negue as declarações de Reinado e explique ponderada e explicitamente como tudo se passou… ou não passou. Quem está inocente de acusações como estas, de Reinado, não deve temer clarificá-las. Essa é a atitude correcta que já devia de ter assumido, em vez de enveredar pela via da tentativa de silenciamento dos profissionais da comunicação social, ameaçando-os com prisão - certamente sumária e à revelia da Constituição ainda em vigor, mas que ele não sente ter de cumprir - como se vê nas várias ditaduras que atacam os jornalistas que cumprem a profissão.
Basta de tanta mentira e hipocrisia!

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu concordo Xana...absolutamnte..!! porque os jornalistas de timor nãs sabem o que dizem...como foi dito...e isso é perigo para o país...!!
Os jornalistas teem de apreeder muito...!! não façam noticias disparates...para estragar ao povo...!!

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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