Blog TIMOR LOROSAE NAÇÃO
Sexta-feira, 18 de Janeiro de 2008
NEM EU EXERCI AUTO-CENSURA
Ana Loro Metan
Não me quero prender com longos comentários à última atitude de Xanana Gusmão e a correspondente ameaça aos jornalistas timorenses.
O futuro virá comprovar que a partir daquelas palavras os jornalistas timorenses irão pensar duas vezes antes de escrever e publicar seja o que for. A auto-censura está em marcha.
Xanana sabe muito bem o que faz e porque o faz. Sabendo neste caso o que fez e porque o fez.
Disse Orlando Castro, e bem, que Xanana acabou por ser um pouco infantil ao não mandar alguém, por ele, deixar essa mensagem à socapa, como se faz no mundo moderno e desenvolvido.
Pois. Terá razão na sua óptica mas Timor é outra coisa. Se a intimidação viajasse até aos jornalistas através de mensageiros de Xanana não teria o impacto que teve entre os jornalistas.
É verdade que foi às descaradas e que isso contribuiu para as críticas justas que todos nós lhe fizemos e mais que surgirão, mas o que é certo é que foi um risco calculado que de certeza Xanana ponderou, tendo optado pelo que lhe daria mais vantagens.
Xanana sabe que o temem por ser tão poderoso, não temem o mensageiro como a ele.
Ora se as palavras e os olhos de Xanana conseguirem dizer “prendo-os” o efeito será aterrador – porque sabem que lhes pode acontecer algo de muito mau. Para eles e, se necessário, para as suas famílias.
Xanana pôs os jornalistas a equacionarem as desvantagens de o enfrentarem informando ou apaziguarem-no silenciando, ou fazendo como julgarem mais lhe agradar.
Não é por acaso que certos jornalistas quando se referem ao presidente Horta ou a Xanana fazem lembrar os tempos do colonialismo português ou o da ocupação indonésia. Reparemos que há quem se “derreta” e ocupe parte da prosa a escrever “o Senhor Doutor”, Sua Excelência o Presidente da República, Sua Excelência o Ministro, etc. Porque o fazem?
Porque – consta no meio – ouve “mensageiros” que chamaram alguns jornalistas à atenção sobre como se referiam desrespeitosamente aos poderosos da Nação. Os caganeirosos.
Certo é que uns quantos profissionais, menos experientes, mais temerosos ou mais oportunistas, puseram isso em prática imediatamente. Podemos vê-lo, em português, em alguns dos trabalhos do Semanário. Este é só um exemplo, porque há bem pior.
Que não se julgue que os “recados” não vão sendo dados aos jornalistas, mesmo da parte da Presidência da República, por Horta ser mais experiente, cínico e rebuscado. Sofisticado para o que não devia, se quiserem.
Neste caso, do Reinado, – que estou convencida que disse muitas verdades – impunha-se que fosse Xanana a dizê-lo. O que se pretendeu foi efeito imediato e duradouro. Veremos quantos o irão desafiar a partir desta passada terça-feira.
A auto-censura está declaradamente em marcha no nosso país. Adeus liberdade de informação!
DEUS NOS ACUDA!
Como ocupei um pouco mais de espaço a abordar o assunto quente da instauração oficial da auto-censura nos órgãos de informação, tentarei ser mais breve com a “vergonha-mor” deste governo e da ONU, UNMIT, ou saqueadores do humanitarismo nacional e internacional. Chamem-lhes o que quiserem. Esse é o preço de como engordam as suas contas bancárias.
Aquilo que importa também é abordar o caso dos deslocados e as últimas declarações de Reske-Nielsen.
Se bem que se nos tenha apresentado com jogos de palavras e ar de santinho muito eficiente, a verdade é que eles dizem que ainda temos 70 mil irmãos a viver nos campos de deslocados, sem condições, grite-se.
Disse este misterioso exemplar da ONU que afinal não se compromete a dizer que em 2008 vão acabar os malfadados campos. Não o pode fazer, provavelmente para ser “honesto”.
Pois, por este andar, é certo e sabido que nem em 2009 os campos vão acabar. Claro, isso não trará vantagens para uns quantos.
Este sujeito, Nielson, falou em 22 milhões, fora o resto, que foram gastos com os deslocados.
Então e todos estes milhões, fora o resto, não deram para combater a fome dos 20% que ele classificou como “carências alimentares”? E os outros 20%, que ele disse, em situação de risco?
Quer dizer: é reconhecido oficialmente pela ONU que quase metade da população timorense anda esfomeada e que 10 % não tem casa nem irá ter nos tempos mais próximos – e que já assim se encontra há quase dois anos.
Se isto não representa insuficiência de vergonha destes Mais Sabedores, o que representará?
Quando é que estes peritos na miséria dos outros, paridos pela ONU, são excomungados?
Quando é que o aparelho da ONU, neste e noutros sectores, se depura?
Com grande descaramento, o sujeito do mastodonte ONU, ainda vem dizer que “por uns tempos” vão reduzir a ajuda alimentar e que as rações diárias vão passar para meia-ração. Estaria ele a falar de pessoas… ou de animais?
Então, se 200 mil timorenses estão em situação de carência alimentar, com fome, a partir de agora vão passar a que classificação? Quase-mortos de fome? Com meia ração só poderá ser!
E os outros 200 mil que estão em “situação de risco”? Vão passar a “carentes alimentares”? Mas já o são!
Mas que fartote de se encherem… meus senhores da ONU, das ONGs, dos compadrios, do governo, etc, etc, etc.
Simplesmente revoltante, o que se está a passar com os nossos irmãos, que alguns, a viverem melhor, ainda têm a prosápia de criticar.
Deus nos acuda!
sexta-feira, janeiro 18, 2008
ESTA PROSA NÃO FOI CENSURADA
Por Malai Azul 2 à(s) 22:21
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
A atitude de Xanana neste caso so demonstra a verdadeira caracter ditatorial deste homen.
A comunicacao social timorense foi sempre e eh apenas um dos instrumentos utilizados para derrubar o governo anterior.
Os medias foram utilizados e manipulados por Xanana Horta e amigos desde o inicio de crise, criada por os mesmos, e durante, para manipular e desempenhar o papel da maquina de propaganda, e fabricar falsas noticias e factos inventados sobre Timor Leste sob governacao da Fretilin, para o consumo de publico em geral seja em Timor Leste e no exterior do pais.
Por isso nao eh de admirar que o grupo golpista de Xanana Horta demonstra com clareza infantil o seu medo pelo papel da comunicacao social nacional. Eh obvio que temem, por uma razao muito simples, evitar que "o armamento efectivo por ele produzido se vira contra eles mesmos". Porque Xanana esta sempre consciente que os jornalistas locais sao um dos instrumentos indispensaveis no processo de aquisicao do poder politico, a sua manutencao e muito mais que uma maquina efectiva na sua eterna luta de odio e viganca contra a Fretilin atraves da fabricacao de noticias falsas e um canal importante na publicacao dos seus chamados discursos e apelos precidenciais, quando ele era presidente da republica, que resultaram em medo, desconfianca, violencia e matanca entre a populacao local.
Porem eh fora da previsao de Xanana que esta maquina recentemente esta a ser utilizada pelo seu novo inimigo, Alfredo Reinado, para repetir o circulo vicioso de conquistar e derrubar o poder politico em Timor Leste.
Ja que agora o objectivo do golpe orquestrado por eles ja foi completado com a Fretilin fora do poder politico entao mais que obvio que o grupo de Xanana Horta nao deixarao que os medias virao se efectivamente contra a sua governacao a qual pode resultar em seu derrubamento do poder politico. E por isso mesmo eh que nao de estranhar que para preveni-lo o absolutismo e a ordem da palavra ditatorial sera um pao nosso de cada dia deste governo de AMP para os subjugados povo timorense.
Ribamalu
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