Público – 29.06.2007
A competição principal vai ser entre a Fretilin e uma série de partidos interessados em a afastar do papel destacado que até agora tem tido
Jorge Heitor
As eleições legislativas deste sábado em Timor-Leste deverão decorrer sem grandes incidentes, apesar de todas as tensões que se têm verificado ao longo da campanha, da fome que afecta uma parte da população e do grande número de pessoas ainda deslocadas devido aos incidentes do ano passado. Esta perspectiva optimista foi dada a meio da semana pelo representante local das Nações Unidas, o indiano Atul Khare, o qual tem vindo a dizer que os principais problemas deverão surgir depois de mais esta ida às urnas.
Depois das duas voltas das presidenciais que colocaram na chefia do Estado o até há pouco primeiro-ministro independente José Ramos-Horta, perto de 530.000 eleitores são agora chamados às urnas para escolher 65 deputados, de entre um conjunto de 14 listas, cujo peso exacto se torna de antemão extremamente difícil de avaliar.
Desta vez, a Fretilin, do antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri, já não vai conseguir o papel predominante com que ficou na Assembleia Constituinte de 88 lugares eleita em 30 de Agosto de 2001.
Sofreu um grande desgaste com o exercício do poder e até uma nítida cisão, com a ala Mudança, de José Luís Guterrres, a alinhar com o novo Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor (CNRT), do ex-Presidente Xanana Gusmão.
Terceira lista importante a ir às urnas é a que o Partido Social Democrata (PSD), de Mário Viegas Carrascalão, constituiu com a Associação Social Democrata Timorense (ASDT), de Francisco Xavier do Amaral, que em Maio de 1974 a constituiu em conjugação com Ramos-Horta.
O factor “Lasama”
Quarto trunfo a ter em conta é o Partido Democrático (PD), de Fernando “Lasama” de Araújo, que na primeira volta das presidenciais, em Abril último, obteve 19,18 por cento dos votos expressos, enquanto o presidente da Fretilin, Francisco Guterres, conseguia 27,89 e Ramos-Horta 21,81. Tendo-se colocado depois ao lado deste último, garantiu a sua eleição.
Apesar da existência de 10 outras listas, como a da histórica União Democrática Timorense (UDT), de João Carrascalão, irmão mais novo de Mário, é à volta daquelas quatro que todas as especulações têm vindo a ser feitas, pois acontece até que CNRT, PSD/ASDT e PD parecem ter como principal objectivo impedir a continuação da Fretilin à frente dos destinos do país.
Quando se prepararam as presidenciais, Xanana disse que não queria continuar na política activa e que estava a pensar enveredar por outro género de vida. Logo a seguir, porém, veio a público que tudo iria fazer para que o seu sucessor fosse Ramos-Horta, enquanto ele próprio estaria entre os fundadores de um novo partido, o CNRT.
Deu-se como certo que o primeiro Presidente da República estaria agora a pensar no lugar de primeiro-ministro, mas na última semana o panorama modificou-se uma vez mais, quando o grupo de Xanana deu a entender que poderia preferir para este a presidência do Parlamento, como sucessor de Francisco Guterres, “Lu Olo”. E para a chefia do Governo sugeria mesmo o nome do líder do PSD, Mário Carrascalão, que já foi da Acção Nacional Popular, de Marcelo Caetano, e depois governou Timor-Leste em nome da Indonésia.
Como Carrascalão, porém, propusera para presidente da assembleia legislativa o seu companheiro de lista Francisco Xavier do Amaral, que tal como ele já conta 70 anos, muita coisa estará ainda por definir, nas semanas que se seguirem ao escrutínio.
sábado, junho 30, 2007
Predominância da Fretilin de Mari Alkatiri disputada nas legislativas de sábado em Timor
Por Malai Azul 2 à(s) 13:29
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
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