quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Desculpe, importa-se de repetir?

Ataques à ONU «desacreditam o país», diz chefe de missão

Díli, 22 Fev (Lusa) - Os ataques sistemáticos a veículos das Nações Unidas na capital timorense "desacreditam o país", declarou hoje o chefe da missão internacional em Timor-Leste (UNMIT).

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Diário Digital/Lusa 22-02-2007 9:18:30

Os ataques sistemáticos a veículos das Nações Unidas na capital timorense «desacreditam o país», declarou hoje o chefe da missão internacional em Timor-Leste (UNMIT).

«Estragar uma viatura não resolve o problema, exacerba-o», afirmou Atul Khare, representante especial do secretário-geral da ONU em Timor-Leste, durante a conferência de imprensa semanal da UNMIT.

«Tenho vergonha», sublinhou Atul Khare num dia em que o chefe de missão usou um registo mais enfático do que é habitual.

«Nunca vi um povo que ataca os veículos da ONU», acrescentou Atul Khare, que falou da importância de «moralidade, educação cívica e boa liderança política».

A violência de rua e a escassez de arroz produziram um agravamento das condições de segurança em Díli desde segunda-feira, com ataques a viaturas da ONU e do Estado.

Em apenas 24 horas, foram danificados por apedrejamento 38 veículos da ONU, dos quais 24 da Polícia das Nações Unidas (UNPol).

Sete elementos da UNPol ficaram feridos durante operações de manutenção da ordem pública durante uma Quarta-Feira de Cinzas muito tensa.

«Isso pode ou não estar associado à criminalidade e aos grupos rivais», comentou Atul Khare, que nas últimas 48 horas visitou focos de violência «em todo o lado e a todas as horas».

As Forças de Segurança Internacionais colocaram patrulhas adicionais de soldados australianos durante as 24 horas do dia e a UNPol reforçou a sua operacionaldade com elementos adstritos a tarefas administrativas ou de treino.

A UNMIT prendeu 148 pessoas em Díli em relação aos ataques a veículos e armazéns de alimentos: 32 na segunda- feira, 79 na terça-feira, 16 durante o dia de quarta-feira e 21 à noite.
«Não são apenas crianças com pedras» com que a UNPol está a lidar, frisou Atul Khare.

«Gostava que vissem as armas que apreendemos na casa de uma única pessoa, o líder do PSHT, em 31 de Janeiro», referiu o chefe de missão, falando de «criminosos misturados nos grupos de artes marciais».

Sobre uma eventual intencionalidade política atrás da violência em Díli, Atul Khare respondeu que «em países que vivem situações de pós-conflito, as causas dos problemas são sempre complexas. Não há uma causa apenas».

O chefe da UNMIT admitiu que «a escassez de arroz está a ter um papel importante» no aumento de tensão na capital.

O Governo anunciou quarta-feira que contratou a colocação no país de 6.700 toneladas de arroz nas próximas quatro semanas e que continua em negociações com a Austrália para aquisições adicionais.

Nota:

O RESG das Nações Unidas está indiganado.

Mas indignados andamos todos nós. O que dizer da credibilidade das Nações Unidas que não é capaz, com mais de 1.300 polícias da UNPOL, de evitar uma escalada de violência na cidade de Díli, provocada por bandos de crianças com pedras (essa das armas apreendidas não tem nada a ver com a violência dos últimos dias), contra os carros das Nações Unidas, do Governo e da população em geral?

Já para não falar da credibilidade das Nações Unidas com mais de 1.300 polícias da UNPOL, de centenas de militares australianos, para executarem mandados de captura de 15 bandidecos, como o Reinado e seus muchachos, que se passeiam impunemente armados pelo país...

Relativamente às desculpas de que são bandos rivais, grupos de artes marciais, já ninguém lhes pega.

A propósito, onde andam as patrulhas da UNPOL, que ainda por cima foram reforçadas? A cidade está deserta...

Bem, verdade seja dita. Ainda se vê a GNR a escoltar camiões das tropas australianas que transportam arroz dentro da cidade...

P.S. As instalações e os carros das Nações Unidas são atacados em muitas zonas de conflicto. Vejam-se os ataques no Iraque, Afganistão, Bósnia, etc.

6 comentários:

Anónimo disse...

Aliás o Sérgio Vieira de Mello foi morto num ataque à ONU em Bagdad...

Unknown disse...

O amigo malai azul nao deve ser deste planeta. De certeza que nao anda a ver o mesmo que eu, nao anda todos os dias a apanhar pedacos de gente foi cortada a catanada durante a noite. O amigo sabe perfeitamente que a UNPOL nao consegue parar estes conflitos porque as pessoas do DIREITOS HUMANOS acham que nao devemos andar com as chamadas Shotguns, resultado para parar um conflito em que as armas usadas sao fisgas que disparam pedras e pedacos de metal(e pode crer que resulta muito bem eu que o diga que ja fui alvejado varias vezes e tenho altos pelo corpo todo)e catanas temos que usar da chamada forca letal (ou seja temos que disparar com balas reais. O amigo tente ir ao Bairro do Pite depois das 8 da noite e depois diga qualquer coisa.

Malai Azul 2 disse...

O amigo João tem de se lembrar que os tipos dos Direitos Humanos, e outras agências tais, também fazem parte das Nações Unidas...

E aliás os primeiros a bradar aos céus contra a "violência" policial.

P.S. Já fomos ao bairro Pité depois das 8 da noite. E salvo raras excepções só lá vimos patrulhas a chegar (muitas vezes nem chegam) depois da confusão instalada.

Anónimo disse...

Que o Estado timorense anda frágil é compreensível. Porém, algumas atitudes poderiam minorar esta situação em Díli. A primeira delas, por ex., é acabar com a impunidade que o grupo do Reinado tem perante as autoridades. Com que moral as tropas australianas (ONU) podem reprimir saques e badernas se acobertam e protegem um fora-da- lei? Perguntaria, também, qual a infra-estrutura (como escolas, postos de saúde, saneamento) tem sido instalada pelo governo nos bairros mais problemáticos? A omissão dos governos pode criar uma situação insolúvel. Vejam as cidades brasileiras (Rio, São Paulo, etc.). Há muito que o serviço público só aparece nas favelas (bairros operários) para repreimir, matar e prender.
Obs. Não tem porquê comparar TL com Iraque, Afganistão e Bósnia. Timor-leste, certamente, tem mais horizontes que estes territórios.
Parece que o despreparo da ONU é maior que a sua boa intenção.
Alfredo
Brasil

Anónimo disse...

DESACREDITADOS E BEM PAGOS!

As revoltas de espírito são o primeiro resultado de quem ouve, vê ou lê descarados como o senhor da ONU queixando-se dos ataques de apedrajementos da população timorense, neste caso.

A violencia é sempre um acto escusado, dispensavel... mas por vezes, justificavel!

Esse senhor da ONU, tal quanto os que sentados nas suas cadeiras em gabinetes, são os primeiros responsaveis pelas hecatombes, revoltas e desgraças mundiais, parecem ter perdido consciência das realidades.
Com esse tipo de declarações evidenciou isso.

Ou seja, está por ai ganhando o seu "pé-de-meia" e não por mais nada, julgando-se cheio de prestìgio organizacional quando faz parte de uma fraude mundial denominada ONU.
Chamo a isso parasitas com embriôes humanos misturados em dólares ou euros!
Então o senhor tão "escamado" não sabia prevenir a revolta previsivel da falta de arroz e as outras?
Existem estudos comportamentais de reacções em grupo que prevêem estas situações!
Onde andava ele?

A ONU desacreditada?
Mas desde quando é que individuos como eles acreditaram a ONU?
A ONU sempre mereceu muito pouco crédito!
Veja-se QUINO e a sua MAFALDA, em BD, ou cartoon.

Existiu a esperança de que a ONU merecesse crédito, mas afinal que provas tem dado em Timor-Leste ou noutros lugares do mundo para que mereça tal?
Que provas a ONU consegue apresentar que sejam contrárias aquilo que depreendemos e comprova-se na prática: obediência e subserviência á política dominante e devastadora dos USA, mas sempre!

Que grande "lata" tem esse senhor irresponsável da ONU.

O carnaval já passou mas ele, como tantos outros, continua querendo que o vejamos mascarado de "bom samaritano".
Comportando-se como entidades que somente preenchem o cenário e não actuam de acordo com os mandatos que têm dos povos que representam a maiorioria dos países das Nações Unidas.
Só os podemos ver como são, tal e qual como aquilo que representam, ao hipocritamente quererem defender essa organização para a qual o meu país e muitos outros contribuem... mas só têm um dono, um patrão: USA.

Esses senhores estão desacreditados mas bem pagos!
Eles que tenham a coragem de fazer a "mea culpa"!

Anónimo disse...

As pedras e outros projécteis não fazem nascer mais arroz... e os lamentos da ONU não fazem parar os ataques.

Explicando em bom Português do tempo do D. Afonso Henriques, a polícia deve é corrê-los à PORRADA quando for preciso - senão, é melhor irem embora, que para turistas já bastam os "mates".

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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